Sabe onde foi o segundo mergulho de Marcelo? Não, não foi no Tejo

30-09-2015
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Um dia destes vamos escrever sobre o célebre mergulho de Marcelo, o do Tejo na campanha eleitoral de 1989. Agora lembramos outro, menos conhecido, mas testemunhado pelo Expresso quando Marcelo era líder do PSD. A menos de um mês das legislativas, revisitamos as nossas memórias políticas. Este é o décimo capítulo

Quem acompanhou os tempos da liderança de Marcelo Rebelo de Sousa no PSD (foi o meu caso) nunca mais teve uma experiência igual. Marcelo tem a fama de ser frenético, ir a todas, esbanjar simpatia, ser imprevisível. Confirmo: não é só fama, é proveito também.

Em setembro de 1996, Marcelo era líder do PSD há escassos meses e empenhou-se a fundo no seu primeiro teste eleitoral. "Seu" é uma força de expressão: o combate, em bom rigor, era de Álvaro Dâmaso, que sucedera ao histórico João Bosco Amaral na liderança do PSD/Açores e tentava segurar o governo regional para os sociais-democratas nas eleições marcadas para 13 de outubro.

Não era fácil: o PSD governava o arquipélago desde sempre e, do lado dos socialistas, Carlos César afirmava-se como uma desejada lufada de ar fresco (como se sabe, venceu). Mas mesmo sabendo das dificuldades, ou por causa delas, Marcelo vai até lá e arrasta consigo uma comitiva de jornalistas do continente, entre os quais me encontro.

Naquela tarde, estávamos na ilha Terceira. Tínhamos acabado de sair de um almoço de campanha, onde Marcelo fingira que comera e fingira que bebera, proferira um efusivo discurso de incentivo ao baço Dâmaso e saíra rumo ao ato seguinte na agenda, que seria só ao fim do dia.

Sei que não havia nada previsto na agenda quando, algures entre a Praia da Vitória e Angra do Heroísmo, o carro que levava o líder do PSD parou à beira-mar, num sítio sem nada nem ninguém à vista. A caravana estancou e todos nos perguntámos, com estupefação, o que se passava. Zeca Mendonça, o eterno assessor de imprensa da São Caetano à Lapa, não sabia o que dizer enquanto todos assistimos ao professor a sair do carro, dirigir-se ao porta-bagagens, tirar de lá um saco, dirigir-se a umas moitas, sair despido do fato e gravata e vestido com uns calções de banho e... atirar-se às águas quentes do Atlântico.

Um dia destes vamos escrever sobre o célebre mergulho de Marcelo, o do Tejo na campanha eleitoral de 1989. Agora lembramos outro, menos conhecido, mas testemunhado pelo Expresso quando Marcelo era líder do PSD. A menos de um mês das legislativas, revisitamos as nossas memórias políticas. Este é o décimo capítulo

Quem acompanhou os tempos da liderança de Marcelo Rebelo de Sousa no PSD (foi o meu caso) nunca mais teve uma experiência igual. Marcelo tem a fama de ser frenético, ir a todas, esbanjar simpatia, ser imprevisível. Confirmo: não é só fama, é proveito também.

Em setembro de 1996, Marcelo era líder do PSD há escassos meses e empenhou-se a fundo no seu primeiro teste eleitoral. "Seu" é uma força de expressão: o combate, em bom rigor, era de Álvaro Dâmaso, que sucedera ao histórico João Bosco Amaral na liderança do PSD/Açores e tentava segurar o governo regional para os sociais-democratas nas eleições marcadas para 13 de outubro.

Não era fácil: o PSD governava o arquipélago desde sempre e, do lado dos socialistas, Carlos César afirmava-se como uma desejada lufada de ar fresco (como se sabe, venceu). Mas mesmo sabendo das dificuldades, ou por causa delas, Marcelo vai até lá e arrasta consigo uma comitiva de jornalistas do continente, entre os quais me encontro.

Naquela tarde, estávamos na ilha Terceira. Tínhamos acabado de sair de um almoço de campanha, onde Marcelo fingira que comera e fingira que bebera, proferira um efusivo discurso de incentivo ao baço Dâmaso e saíra rumo ao ato seguinte na agenda, que seria só ao fim do dia.

Sei que não havia nada previsto na agenda quando, algures entre a Praia da Vitória e Angra do Heroísmo, o carro que levava o líder do PSD parou à beira-mar, num sítio sem nada nem ninguém à vista. A caravana estancou e todos nos perguntámos, com estupefação, o que se passava. Zeca Mendonça, o eterno assessor de imprensa da São Caetano à Lapa, não sabia o que dizer enquanto todos assistimos ao professor a sair do carro, dirigir-se ao porta-bagagens, tirar de lá um saco, dirigir-se a umas moitas, sair despido do fato e gravata e vestido com uns calções de banho e... atirar-se às águas quentes do Atlântico.

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