Portas e os vendedores de ilusões

09-10-2015
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Paulo Portas foi a Madrid dizer que não quer "nem mais tempo, nem mais dinheiro, nem mais troika". À primeira vista é uma frase bombástica e cheia de vigor. Porém, se refletirmos um pouco, não passa de fanfarronice que, infelizmente, segundo penso, tem a ver com a sucessiva aproximação de eleições.

A troika tem algo de vexatório, disse ainda o vice-primeiro-ministro. É verdade! Mas sem a troika - e não é a primeira vez que tal acontece - Portugal não consegue ser um país equilibrado. Há cinco anos discutia-se um novo aeroporto, uma terceira autoestrada para o Porto, uma nova travessia do Tejo.

Portugal vai continuar, com ou sem troika, a precisar de mais dinheiro, de financiamento externo. E só não precisará de mais tempo e mais troika, se convencer os investidores que é capaz de uma gestão equilibrada. Mas, como se vê, pelas palavras mais recentes de todos os atores políticos, a venda de ilusões continua a ser uma receita. Foi isso que Portas foi fazer: vender uma ilusão com efeitos eleitorais internos.

Teme-se que os enormes sacrifícios - o descomunal desemprego, os cortes salariais, os sacrifícios de famílias e de empresas - não tenha servido de lição aos nossos políticos. E que mal se vejam livres das obrigações internacionais, voltem à vida antiga. Talvez àquilo que Portas chama "não estar tutelado" ou libertar-se do protetorado.

Twitter:@HenriquMonteiro https://twitter.com/HenriquMonteiro

Facebook: http://www.facebook.com/pages/Henrique-Monteiro/122751817808469?ref=hl

Paulo Portas foi a Madrid dizer que não quer "nem mais tempo, nem mais dinheiro, nem mais troika". À primeira vista é uma frase bombástica e cheia de vigor. Porém, se refletirmos um pouco, não passa de fanfarronice que, infelizmente, segundo penso, tem a ver com a sucessiva aproximação de eleições.

A troika tem algo de vexatório, disse ainda o vice-primeiro-ministro. É verdade! Mas sem a troika - e não é a primeira vez que tal acontece - Portugal não consegue ser um país equilibrado. Há cinco anos discutia-se um novo aeroporto, uma terceira autoestrada para o Porto, uma nova travessia do Tejo.

Portugal vai continuar, com ou sem troika, a precisar de mais dinheiro, de financiamento externo. E só não precisará de mais tempo e mais troika, se convencer os investidores que é capaz de uma gestão equilibrada. Mas, como se vê, pelas palavras mais recentes de todos os atores políticos, a venda de ilusões continua a ser uma receita. Foi isso que Portas foi fazer: vender uma ilusão com efeitos eleitorais internos.

Teme-se que os enormes sacrifícios - o descomunal desemprego, os cortes salariais, os sacrifícios de famílias e de empresas - não tenha servido de lição aos nossos políticos. E que mal se vejam livres das obrigações internacionais, voltem à vida antiga. Talvez àquilo que Portas chama "não estar tutelado" ou libertar-se do protetorado.

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