Governadores chineses visitam Lisboa para investir

09-10-2015
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Portugal não esquecerá que a China investiu no país nos anos difíceis, repetiu várias vezes Paulo Portas na visita que fez esta semana a Macau, território que ambiciona ser o local de encontro para negócios entre chineses e os sete países da lusofonia. O vice-primeiro-ministro veio ao antigo território de administração portuguesa, onde decorreu o influente Fórum Macau, para estreitar os laços com a China, o terceiro maior parceiro comercial de Portugal fora da União Europeia e um dos grandes investidores nas privatizações do sector energético português (3 mil milhões de euros).

A promoção das exportações e do turismo portugueses estiveram no topo da agenda dos encontros de Paulo Portas em Macau. No primeiro dia, o vice-primeiro-ministro esteve no "Caminho da Internacionalização", conferência organizada pelo Expresso, em conjunto com a CGD, que reuniu empresários chineses e portugueses. Depois, esteve com o vice-primeiro-ministro da China, Wang Yang, e o ministro do Comércio, Gau Hut Cheng. A criação de um voo direto entre Pequim e Lisboa, relevante para o turismo, foi um dos temas abordados ao mais alto nível.

"A China investiu em Portugal nos anos mais difíceis, durante uma recessão que, esperamos todos, dentro de umas semanas termine. Escolheu Portugal como parceiro relevante para os grandes investimentos que está a fazer na Europa. E Portugal demonstrou que se uma empresa chinesa apresentar uma boa proposta, e melhor do que as dos concorrentes, pode ganhar uma privatização no nosso país. Não era nítido que assim fosse. O clima de confiança entre nós é francamente positivo", defendeu Paulo Portas.

O vice-primeiro-ministro elogiou no "Caminho da Internacionalização" os enormes progressos que tiveram as relações comerciais entre a China e Portugal. As exportações para a gigante asiática cresceram mais de 350 milhões de euros entre 2011 e 2012, e os vistos gold (dourados) deverão traduzir-se num investimento chinês em Portugal de mais de 300 milhões de euros este ano, frisou. "Sim, a agressividade do interesse da China nas empresas portuguesas vai continuar a crescer", assegurou Paulo Portas, garantindo que o Governo está empenhado em abrir portas em matéria de exportações. Os laticínios portugueses já estão certificados, iniciou-se agora a fase de certificação da carne de porco, fruta e arroz. Dossiês discutidos esta semana em Macau.

O otimismo esteve espelhado também na intervenção do presidente da AICEP. Pedro Reis admite que o interesse dos investidores chineses vai continuar a demonstrar-se através da procura dos vistos gold - que representa o investimento de 200 milhões de euros feito até agora -, no interesse nos produtos agroalimentares portugueses, nas privatizações das empresas de resíduos e do sector financeiro e nas exportações. Há também uma grande expectativa da AICEP, como fez sentir Pedro Reis, no recém-criado fundo de cooperação chinês para a lusofonia. Pequim está disponível para investir mil milhões de dólares em negócios e parcerias entre empresas dos sete países falantes da língua portuguesa: Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné e Timor Leste. Aliás, este foi tema forte do Fórum Macau que esta semana reuniu altos responsáveis dos sete países no território administrado pela China desde 1999. Uma "transição virtuosa", como lhe chamou Paulo Portas.

Língua portuguesa está na moda

O fundo financiará 14 áreas de negócio, avançou Pedro Reis, explicando que o objetivo é fomentar a criação de parcerias e projetos de investimento entre empresas da lusofonia e da China. É à AICEP que as candidaturas do lado português têm de ser entregues. Macau, onde está a ser criado um centro de serviços e de comércio para pequenas e médias empresas (PME) lusófonas e um centro de logística para entradas de produtos, será um importante pivô para a ligação entre a China e os países lusófonos.

Paulo Portas sublinhou a importância de aprofundar também a relação com as gigantescas províncias chinesas. E nesse sentido aproveitou a conferência do Expresso para anunciar que, em 2014, Portugal será visitado por seis governadores de províncias da China. Uma oportunidade para as empresas portuguesas se mostrarem, principalmente as que têm produtos de qualidade, cada vez mais procurados pelos chineses. Qualidade e preço são, aliás, essenciais para entrar no mercado asiático, afirmou. E defendeu que poderá ser interessante olhar para o investimento por províncias e não para a China como um todo. "Temos de perceber o que podemos vender à Ásia, nomeadamente ao nível do turismo", disse, sublinhando que a natureza, a história, a cultura, a gastronomia e as lojas de luxo são muito valorizadas pelos chineses.

A importância da língua portuguesa, na moda na China, foi defendida pelos vários participantes na conferência como um instrumento a acarinhar e a defender, ao contrário do que tem acontecido. O interesse dos chineses pela língua portuguesa, cada vez mais aprendida, tem sobretudo como foco o Brasil e África. "Façamos investimentos na língua, a região asiática é um potencial grande mercado. É ela que permite consolidar a nossa união", defendeu o secretário executivo da CPLP, Murade Murargy. Macau pode desempenhar um importante papel no ensino do português.

Portugal não esquecerá que a China investiu no país nos anos difíceis, repetiu várias vezes Paulo Portas na visita que fez esta semana a Macau, território que ambiciona ser o local de encontro para negócios entre chineses e os sete países da lusofonia. O vice-primeiro-ministro veio ao antigo território de administração portuguesa, onde decorreu o influente Fórum Macau, para estreitar os laços com a China, o terceiro maior parceiro comercial de Portugal fora da União Europeia e um dos grandes investidores nas privatizações do sector energético português (3 mil milhões de euros).

A promoção das exportações e do turismo portugueses estiveram no topo da agenda dos encontros de Paulo Portas em Macau. No primeiro dia, o vice-primeiro-ministro esteve no "Caminho da Internacionalização", conferência organizada pelo Expresso, em conjunto com a CGD, que reuniu empresários chineses e portugueses. Depois, esteve com o vice-primeiro-ministro da China, Wang Yang, e o ministro do Comércio, Gau Hut Cheng. A criação de um voo direto entre Pequim e Lisboa, relevante para o turismo, foi um dos temas abordados ao mais alto nível.

"A China investiu em Portugal nos anos mais difíceis, durante uma recessão que, esperamos todos, dentro de umas semanas termine. Escolheu Portugal como parceiro relevante para os grandes investimentos que está a fazer na Europa. E Portugal demonstrou que se uma empresa chinesa apresentar uma boa proposta, e melhor do que as dos concorrentes, pode ganhar uma privatização no nosso país. Não era nítido que assim fosse. O clima de confiança entre nós é francamente positivo", defendeu Paulo Portas.

O vice-primeiro-ministro elogiou no "Caminho da Internacionalização" os enormes progressos que tiveram as relações comerciais entre a China e Portugal. As exportações para a gigante asiática cresceram mais de 350 milhões de euros entre 2011 e 2012, e os vistos gold (dourados) deverão traduzir-se num investimento chinês em Portugal de mais de 300 milhões de euros este ano, frisou. "Sim, a agressividade do interesse da China nas empresas portuguesas vai continuar a crescer", assegurou Paulo Portas, garantindo que o Governo está empenhado em abrir portas em matéria de exportações. Os laticínios portugueses já estão certificados, iniciou-se agora a fase de certificação da carne de porco, fruta e arroz. Dossiês discutidos esta semana em Macau.

O otimismo esteve espelhado também na intervenção do presidente da AICEP. Pedro Reis admite que o interesse dos investidores chineses vai continuar a demonstrar-se através da procura dos vistos gold - que representa o investimento de 200 milhões de euros feito até agora -, no interesse nos produtos agroalimentares portugueses, nas privatizações das empresas de resíduos e do sector financeiro e nas exportações. Há também uma grande expectativa da AICEP, como fez sentir Pedro Reis, no recém-criado fundo de cooperação chinês para a lusofonia. Pequim está disponível para investir mil milhões de dólares em negócios e parcerias entre empresas dos sete países falantes da língua portuguesa: Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné e Timor Leste. Aliás, este foi tema forte do Fórum Macau que esta semana reuniu altos responsáveis dos sete países no território administrado pela China desde 1999. Uma "transição virtuosa", como lhe chamou Paulo Portas.

Língua portuguesa está na moda

O fundo financiará 14 áreas de negócio, avançou Pedro Reis, explicando que o objetivo é fomentar a criação de parcerias e projetos de investimento entre empresas da lusofonia e da China. É à AICEP que as candidaturas do lado português têm de ser entregues. Macau, onde está a ser criado um centro de serviços e de comércio para pequenas e médias empresas (PME) lusófonas e um centro de logística para entradas de produtos, será um importante pivô para a ligação entre a China e os países lusófonos.

Paulo Portas sublinhou a importância de aprofundar também a relação com as gigantescas províncias chinesas. E nesse sentido aproveitou a conferência do Expresso para anunciar que, em 2014, Portugal será visitado por seis governadores de províncias da China. Uma oportunidade para as empresas portuguesas se mostrarem, principalmente as que têm produtos de qualidade, cada vez mais procurados pelos chineses. Qualidade e preço são, aliás, essenciais para entrar no mercado asiático, afirmou. E defendeu que poderá ser interessante olhar para o investimento por províncias e não para a China como um todo. "Temos de perceber o que podemos vender à Ásia, nomeadamente ao nível do turismo", disse, sublinhando que a natureza, a história, a cultura, a gastronomia e as lojas de luxo são muito valorizadas pelos chineses.

A importância da língua portuguesa, na moda na China, foi defendida pelos vários participantes na conferência como um instrumento a acarinhar e a defender, ao contrário do que tem acontecido. O interesse dos chineses pela língua portuguesa, cada vez mais aprendida, tem sobretudo como foco o Brasil e África. "Façamos investimentos na língua, a região asiática é um potencial grande mercado. É ela que permite consolidar a nossa união", defendeu o secretário executivo da CPLP, Murade Murargy. Macau pode desempenhar um importante papel no ensino do português.

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