Sintra é palco para a música medieval e renascentista

09-04-2015
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De 5 a 27 de junho, a Parques de Sintra e o Divino Sospiro – Centro de Estudos Musicais Setecentistas de Portugal (DS-CEMSP) apresentam o ciclo de música medieval e renascentista “Reencontros – Memórias Musicais de um Palácio”, no Palácio Nacional de Sintra (Pátio Central, Sala dos Cisnes e Sala dos Brasões).

Este ciclo surge integrado na decisão da Parques de Sintra de dinamizar os Palácios sob sua gestão, e da parceria com o Centro de Estudos Musicais Setecentistas de Portugal. Prende-se também com o objetivo de preencher uma lacuna ao nível da música medieval e renascentista, dado que não existe nenhum ciclo musical nacional centrado neste tipo de repertório.

A programação deste ciclo relaciona-se com as épocas áureas do Palácio Nacional de Sintra – medieval e renascentista -, e pretende revisitar o Palácio através da sua memória musical, recriando o imaginário sonoro que o terá habitado durante o período em que este era um espaço de eleição da Família Real Portuguesa. Foram escolhidas três linhas temáticas como fio condutor e inspirador da programação não sendo, no entanto, estanque a sua ligação direta a cada um dos concertos, e acontecendo várias vezes as mesmas cruzarem-se e convergirem: a memória árabe, o património musical português e a herança cosmopolita franco-flamenga.

A memória árabe está presente tanto no património material como imaterial do Palácio: seja pela sua edificação num local onde há relatos da existência de um castelo árabe e pelos detalhes arquitetónicos de inspiração mudéjar que nos rodeiam ao longo do edifício, quer pela influência no património artístico da Península Ibérica no qual houve uma natural assimilação dessa mesma influência e do qual o Palácio terá sido naturalmente palco.

Na música esta presença é visível tanto no repertório sacro como no profano, como será possível ouvir no programa apresentado pela “Capella Sanctæ Crucis”. No concerto conjunto de “La Capilla” e Ensemble “Delgocha”, viajamos a um espaço musical árabe mais longínquo e alargado, com um encontro entre música da Pérsia e polifonia flamenga.

Os concertos dedicados ao património musical português trazem-nos programas muito diversificados e abrangentes de entre o repertório deste período, do qual existe ainda muito a explorar. Apesar da escassez de fontes ser um entrave ao progresso mais célere deste processo, os agrupamentos presentes têm sido responsáveis pela recuperação deste património, tanto através da execução como pela investigação e estreita cooperação com musicólogos que trabalham estes repertórios. O Ensemble Vocal “Officium” apresenta um programa daquele que é eventualmente o repertório português mais conhecido e valorizado, a polifonia renascentista e os “Sete Lágrimas” (na foto) revisitam as Cantigas d’amigo de Martim Codax.

A música franco-flamenga medieval e renascentista era uma presença transversal a todo o espaço erudito Europeu, caracterizando-se pelo seu cosmopolitismo tanto através da circulação do repertório como também pela presença de músicos flamengos nas várias cortes europeias. Portugal não foi exceção, como sabemos através das poucas fontes sobreviventes. Os concertos do “Capriccio Stravagante”, do “Tasto Solo” e de “La Capilla” dão-nos a conhecer algum deste repertório, assim como também a articulação e disseminação do mesmo no espaço europeu.

De 5 a 27 de junho, a Parques de Sintra e o Divino Sospiro – Centro de Estudos Musicais Setecentistas de Portugal (DS-CEMSP) apresentam o ciclo de música medieval e renascentista “Reencontros – Memórias Musicais de um Palácio”, no Palácio Nacional de Sintra (Pátio Central, Sala dos Cisnes e Sala dos Brasões).

Este ciclo surge integrado na decisão da Parques de Sintra de dinamizar os Palácios sob sua gestão, e da parceria com o Centro de Estudos Musicais Setecentistas de Portugal. Prende-se também com o objetivo de preencher uma lacuna ao nível da música medieval e renascentista, dado que não existe nenhum ciclo musical nacional centrado neste tipo de repertório.

A programação deste ciclo relaciona-se com as épocas áureas do Palácio Nacional de Sintra – medieval e renascentista -, e pretende revisitar o Palácio através da sua memória musical, recriando o imaginário sonoro que o terá habitado durante o período em que este era um espaço de eleição da Família Real Portuguesa. Foram escolhidas três linhas temáticas como fio condutor e inspirador da programação não sendo, no entanto, estanque a sua ligação direta a cada um dos concertos, e acontecendo várias vezes as mesmas cruzarem-se e convergirem: a memória árabe, o património musical português e a herança cosmopolita franco-flamenga.

A memória árabe está presente tanto no património material como imaterial do Palácio: seja pela sua edificação num local onde há relatos da existência de um castelo árabe e pelos detalhes arquitetónicos de inspiração mudéjar que nos rodeiam ao longo do edifício, quer pela influência no património artístico da Península Ibérica no qual houve uma natural assimilação dessa mesma influência e do qual o Palácio terá sido naturalmente palco.

Na música esta presença é visível tanto no repertório sacro como no profano, como será possível ouvir no programa apresentado pela “Capella Sanctæ Crucis”. No concerto conjunto de “La Capilla” e Ensemble “Delgocha”, viajamos a um espaço musical árabe mais longínquo e alargado, com um encontro entre música da Pérsia e polifonia flamenga.

Os concertos dedicados ao património musical português trazem-nos programas muito diversificados e abrangentes de entre o repertório deste período, do qual existe ainda muito a explorar. Apesar da escassez de fontes ser um entrave ao progresso mais célere deste processo, os agrupamentos presentes têm sido responsáveis pela recuperação deste património, tanto através da execução como pela investigação e estreita cooperação com musicólogos que trabalham estes repertórios. O Ensemble Vocal “Officium” apresenta um programa daquele que é eventualmente o repertório português mais conhecido e valorizado, a polifonia renascentista e os “Sete Lágrimas” (na foto) revisitam as Cantigas d’amigo de Martim Codax.

A música franco-flamenga medieval e renascentista era uma presença transversal a todo o espaço erudito Europeu, caracterizando-se pelo seu cosmopolitismo tanto através da circulação do repertório como também pela presença de músicos flamengos nas várias cortes europeias. Portugal não foi exceção, como sabemos através das poucas fontes sobreviventes. Os concertos do “Capriccio Stravagante”, do “Tasto Solo” e de “La Capilla” dão-nos a conhecer algum deste repertório, assim como também a articulação e disseminação do mesmo no espaço europeu.

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