Exílio de Andarilho: PSD

02-07-2011
marcar artigo


Manuela Ferreita Leite confirma o seu apoio maioritário no seio dos militantes do PSD e vê a sua lista para os órgãos do partido ser votada maioritariamente no congresso do fim-de-semana passado. O que é notícia não é tanto a derrota de Santana Lopes - como o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa acentuou - mas a eleição da lista de Pedro Passos Coelho de 16 representantes para o Conselho Nacional do PSD (em 55 membros), com a lista de Manuela Ferreira Leite a eleger 20 membros. Isso tem uma leitura evidente. A ala liberal do PSD tem mais apoio que aquilo que se quer fazer crer e passar. PPC pode gerir, na sombra, a maturação da sua alternativa política à liderança eleita sabendo que as suas alfinetadas terão eco entre os conselheiros. Quanto aos nomes propostos por MFL António Capucho é consensual à frente da presidência do Conselho Nacional, como o é Rui Machete na presidência da mesa do Congresso e Morais Sarmento na presidência do Conselho de Jurisdição. Parece confirmada a ideia que Manuela Ferreira Leite é o máximo divisor comum das várias sensibilidades que têm governado o PSD, mais que uma líder incontestada e carismática. MFL provoca respeito mas não tem, efectivamente, a "chama" de outros líderes passados do partido. A representação das minorias no Conselho Nacional (e a tradição do partido é o esboroamento dessas minorias no órgão nacional) com a força em que se consubstancia significa que terá que ser capaz de fazer pontes, de ouvir e harmonizar. O que não cola muito ao seu perfil solipsista e algo "carregado". Quanto aos vice-presidentes, Rui Rio e António Borges parecem-me excelentes escolhas pelo peso político do primeiro e técnico do segundo. Mas não deixo de pensar que MFL não encontrará em AB uma câmara de ressonância das suas posições. Para além de "estrangeirado" na visão do país, AB é mais desenvolvimentista que MFL, que olha a economia pelo lado da balança corrente. Será curioso perceber como os dois se darão porque não vejo AB a apagar-se para que MFL brilhe.Aguiar Branco, Sofia Galvão, Paulo Mota Pinto e Manuel Castro Guedes são cartas ainda verdes. O primeiro aceitou servir de "lebre" na fase de pré-candidaturas, os outros três não têm ainda um registo significativo como dirigentes do PSD. São excelentes professores de direito mas pouco se percebe o que sabem (ou não) de política. Se a resposta é na juventude (como Marcelo não se tem cansado de reclamar) a renovação é curta. Luis Marques Guedes é uma solução institucional, aceitável para secretário-geral do partido, pela forma como deu a cara no grupo parlamentar e secundou vários lideres.


Manuela Ferreita Leite confirma o seu apoio maioritário no seio dos militantes do PSD e vê a sua lista para os órgãos do partido ser votada maioritariamente no congresso do fim-de-semana passado. O que é notícia não é tanto a derrota de Santana Lopes - como o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa acentuou - mas a eleição da lista de Pedro Passos Coelho de 16 representantes para o Conselho Nacional do PSD (em 55 membros), com a lista de Manuela Ferreira Leite a eleger 20 membros. Isso tem uma leitura evidente. A ala liberal do PSD tem mais apoio que aquilo que se quer fazer crer e passar. PPC pode gerir, na sombra, a maturação da sua alternativa política à liderança eleita sabendo que as suas alfinetadas terão eco entre os conselheiros. Quanto aos nomes propostos por MFL António Capucho é consensual à frente da presidência do Conselho Nacional, como o é Rui Machete na presidência da mesa do Congresso e Morais Sarmento na presidência do Conselho de Jurisdição. Parece confirmada a ideia que Manuela Ferreira Leite é o máximo divisor comum das várias sensibilidades que têm governado o PSD, mais que uma líder incontestada e carismática. MFL provoca respeito mas não tem, efectivamente, a "chama" de outros líderes passados do partido. A representação das minorias no Conselho Nacional (e a tradição do partido é o esboroamento dessas minorias no órgão nacional) com a força em que se consubstancia significa que terá que ser capaz de fazer pontes, de ouvir e harmonizar. O que não cola muito ao seu perfil solipsista e algo "carregado". Quanto aos vice-presidentes, Rui Rio e António Borges parecem-me excelentes escolhas pelo peso político do primeiro e técnico do segundo. Mas não deixo de pensar que MFL não encontrará em AB uma câmara de ressonância das suas posições. Para além de "estrangeirado" na visão do país, AB é mais desenvolvimentista que MFL, que olha a economia pelo lado da balança corrente. Será curioso perceber como os dois se darão porque não vejo AB a apagar-se para que MFL brilhe.Aguiar Branco, Sofia Galvão, Paulo Mota Pinto e Manuel Castro Guedes são cartas ainda verdes. O primeiro aceitou servir de "lebre" na fase de pré-candidaturas, os outros três não têm ainda um registo significativo como dirigentes do PSD. São excelentes professores de direito mas pouco se percebe o que sabem (ou não) de política. Se a resposta é na juventude (como Marcelo não se tem cansado de reclamar) a renovação é curta. Luis Marques Guedes é uma solução institucional, aceitável para secretário-geral do partido, pela forma como deu a cara no grupo parlamentar e secundou vários lideres.

marcar artigo