Acontecimento nacional do ano: a fragmentação da Assembleia e a primeira noite do resto do regime

22-12-2019
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Já passava da meia-noite quando André Ventura, líder do Chega!, subiu ao palco para exagerar: “Garanto-vos que, daqui a oito anos, seremos o maior partido de Portugal.” Dez minutos antes, Joacine Katar Moreira, cabeça de lista do Livre por Lisboa, anunciou que seria “a esquerda antifascista e antirracista” no Parlamento. Mas o primeiro dos estreantes a cantar vitória tinha sido Carlos Guimarães Pinto, então presidente do Iniciativa Liberal, para proclamar que, agora, os socialistas iam “ter uma verdadeira oposição ideológica”. André Silva, porta-voz do PAN, outro vencedor daquele domingo, saltou da irrelevância para o patamar dos que contam: “Não queremos estar no Governo, mas estamos disponíveis para dialogar.” Na noite de 6 de outubro, o panorama político mudou. Resta saber que ondas de impacto se vão sentir para lá da legislatura.

As legislativas de 2019 vão ficar na História por tudo isto e mais algumas coisas: três novos partidos na Assembleia da República, o crescimento do partido Pessoas-Animais-Natureza para quatro deputados, um recorde de dez forças com assento parlamentar, a entrada da extrema-direita em São Bento — acabando com a excecionalidade portuguesa —, o pior resultado de sempre do CDS, a direita a mirrar com um dos piores resultados do PSD, outro mínimo eleitoral negativo para marcar a história do PCP, um Bloco de Esquerda sem capitalizar com a proximidade ao poder, a demissão de Assunção Cristas em direto, a proclamação de não-desastre de Rui Rio a posicionar-se para as eleições internas, as dúvidas sobre a continuação de Jerónimo de Sousa no próximo congresso dos comunistas e... finalmente, a mais do que previsível vitória do PS, mas sem maioria absoluta (apenas 36%). Não foi pouco para uma noite só.

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Já passava da meia-noite quando André Ventura, líder do Chega!, subiu ao palco para exagerar: “Garanto-vos que, daqui a oito anos, seremos o maior partido de Portugal.” Dez minutos antes, Joacine Katar Moreira, cabeça de lista do Livre por Lisboa, anunciou que seria “a esquerda antifascista e antirracista” no Parlamento. Mas o primeiro dos estreantes a cantar vitória tinha sido Carlos Guimarães Pinto, então presidente do Iniciativa Liberal, para proclamar que, agora, os socialistas iam “ter uma verdadeira oposição ideológica”. André Silva, porta-voz do PAN, outro vencedor daquele domingo, saltou da irrelevância para o patamar dos que contam: “Não queremos estar no Governo, mas estamos disponíveis para dialogar.” Na noite de 6 de outubro, o panorama político mudou. Resta saber que ondas de impacto se vão sentir para lá da legislatura.

As legislativas de 2019 vão ficar na História por tudo isto e mais algumas coisas: três novos partidos na Assembleia da República, o crescimento do partido Pessoas-Animais-Natureza para quatro deputados, um recorde de dez forças com assento parlamentar, a entrada da extrema-direita em São Bento — acabando com a excecionalidade portuguesa —, o pior resultado de sempre do CDS, a direita a mirrar com um dos piores resultados do PSD, outro mínimo eleitoral negativo para marcar a história do PCP, um Bloco de Esquerda sem capitalizar com a proximidade ao poder, a demissão de Assunção Cristas em direto, a proclamação de não-desastre de Rui Rio a posicionar-se para as eleições internas, as dúvidas sobre a continuação de Jerónimo de Sousa no próximo congresso dos comunistas e... finalmente, a mais do que previsível vitória do PS, mas sem maioria absoluta (apenas 36%). Não foi pouco para uma noite só.

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