Gender Trouble

09-06-2015
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Passear pelas ruas de Lisboa, de mão dada com um desconhecido – seis desconhecidos, um de cada vez – durante meia hora, como se fossem um casal. E se esse desconhecido for uma lésbica de cabelo rapado? Um "drag" com "collants" de rede? O que é que os outros vão pensar?

Desafiar os preconceitos dos espectadores e colocá-los no lugar do outro é a ideia – tão simples, tão temerária – que está na génese de "Walking:Holding", "performance" da artista britânica Rosana Cade (é ela a lésbica de cabelo rapado) que o Teatro Maria Matos traz a Lisboa, nos dias 30 e 31 de Maio. "Walking:Holding" é um dos oito espectáculos que integram o festival Gender Trouble, dedicado a representações de género e sexualidade.

O mote – e a sustentação teórica – é o 25.º aniversário de um dos livros canónicos sobre questões de identidade de género e teoria "queer", "Gender Trouble: Feminism and the Subversion of Identity", da americana Judith Butler, professora em Berkeley. Num ensaio que critica as teorias de Simone de Beauvoir, Foucault, Freud e Lacan, entre outros, Butler questiona a noção de género como uma categoria pré-existente, ontológica, e reposiciona-a como uma expressão identitária que se constrói, através de um conjunto de actos e gestos reiterados. Butler diz, em suma, que o género é "performance".

Além de "workshops" e conferências (uma delas com Judith Butler, a 2 de Junho), o festival apresenta, entre outros espectáculos, "69 Positions", da coreógrafa dinamarquesa Mette Ingvartsen (6 e 7 de Junho), "altered natives' Say Yes to Another Excess – TWERK", de François Chaignaud e Cecilia Bengolea, que recria o ambiente de um clube de dança (14 de Maio), ou "Striptease" e "Bomberos Con Grandes Mangueras", do catalão Pere Fauras, que confrontam os espectadores com a nudez em palco e o imaginário pornográfico (23 de Maio).

A programação completa está disponível aqui.

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Passear pelas ruas de Lisboa, de mão dada com um desconhecido – seis desconhecidos, um de cada vez – durante meia hora, como se fossem um casal. E se esse desconhecido for uma lésbica de cabelo rapado? Um "drag" com "collants" de rede? O que é que os outros vão pensar?

Desafiar os preconceitos dos espectadores e colocá-los no lugar do outro é a ideia – tão simples, tão temerária – que está na génese de "Walking:Holding", "performance" da artista britânica Rosana Cade (é ela a lésbica de cabelo rapado) que o Teatro Maria Matos traz a Lisboa, nos dias 30 e 31 de Maio. "Walking:Holding" é um dos oito espectáculos que integram o festival Gender Trouble, dedicado a representações de género e sexualidade.

O mote – e a sustentação teórica – é o 25.º aniversário de um dos livros canónicos sobre questões de identidade de género e teoria "queer", "Gender Trouble: Feminism and the Subversion of Identity", da americana Judith Butler, professora em Berkeley. Num ensaio que critica as teorias de Simone de Beauvoir, Foucault, Freud e Lacan, entre outros, Butler questiona a noção de género como uma categoria pré-existente, ontológica, e reposiciona-a como uma expressão identitária que se constrói, através de um conjunto de actos e gestos reiterados. Butler diz, em suma, que o género é "performance".

Além de "workshops" e conferências (uma delas com Judith Butler, a 2 de Junho), o festival apresenta, entre outros espectáculos, "69 Positions", da coreógrafa dinamarquesa Mette Ingvartsen (6 e 7 de Junho), "altered natives' Say Yes to Another Excess – TWERK", de François Chaignaud e Cecilia Bengolea, que recria o ambiente de um clube de dança (14 de Maio), ou "Striptease" e "Bomberos Con Grandes Mangueras", do catalão Pere Fauras, que confrontam os espectadores com a nudez em palco e o imaginário pornográfico (23 de Maio).

A programação completa está disponível aqui.

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