Foi o discurso de quem está a começar e não de quem acabou. Cada resposta apontava para uma "nova fase", uma "nova política", uma candidatura em 2014.
Eram 21h30, e estava confirmado que a sua "onda verde" conseguia levar a eleição brasileira para uma segunda volta.
Vestida de branco, Marina sorria como não fizera no último debate de televisão. Mostrou-se bem mais solta e calorosa. "Estamos felizes, vitoriosos, porque ainda que não tenhamos ido para o segundo turno, o Brasil tem um segundo turno para pensar, e quem sair dele, sairá mais legitimado. Quero pedir aos candidatos que façam jus a essa chance."
A oportunidade revelada por estes resultados é a de uma "nova fase, não a do confronto mas a do encontro", com "uma nova economia, que prioriza a educação, a ciência, que não é estranha à cultura, ao desporto, à espiritualidade". Marina crê que isso "está nas ruas" e "é muito maior do que as pesquisas conseguem alcançar". "Revelou-se hoje de forma maravilhosa."
Mas que forma concreta poderá assumir essa visão agora?, queriam saber os jornalistas. "Temos de ir para um processo. Temos uma plataforma, foi nela que a sociedade brasileira votou, e dissemos que íamos fazer uma discussão. O voto não é da Marina, do Serra, da Dilma, o voto é do eleitor!" Marina pôs tal envolvimento nestas palavras que a sala se levantou em gritos. "Foi acertado não termos ido para o vale-tudo eleitoral", prosseguiu. "Ganhámos ganhando. Não tem nada de perda aqui, só tem ganho. Estamos em primeiro lugar num segundo turno da política brasileira." E passou a palavra ao homem que lhe trouxe elites difíceis, como a da finança, o seu vice, Guilherme Leal.
"Reconhecemos que o Brasil vive uma prosperidade", disse ele. "Mas eu quero um país mais ético, mais limpo, mais transparente, e vou fazer parte dessa construção. Isso paga qualquer sacrifício [de exposição pessoal durante a campanha]. E quero convocar mais uma vez todas as lideranças, não apenas económicas, sociais, culturais, para continuar essa luta. Como a Marina disse, ela não termina aqui."
Os jornalistas insistiram com Marina: vai apoiar Serra ou Dilma agora? "O partido vai ter de fazer uma discussão nas suas instâncias, e por respeito a quem fez aliança connosco", repetiu ela. "Estimular uma espécie de plenário com os núcleos vivos da sociedade que nos apoiaram."
Uma atitude que não passe por alianças "com os velhos poderes da política". Porque "nem só de pão vive o homem, a gente também vive do verbo, da política". Algo que pode ser lido como uma mensagem para o lulismo, pai-do-pão-do-povo. "Vamos fortalecer cada vez mais essa visão do país e da política, agora respaldada por esses vinte milhões de votos."
Não estavam nas sondagens, mas Marina não se surpreendeu. "Esses 20 por cento, o tempo todo eu os senti." Quando se candidatou a senadora davam-lhe três por cento. "Se eu me tivesse rendido às circunstâncias não estava aqui. Nós somos maiores do que as nossas circunstâncias." A emoção atinge o rubro.
Os repórteres continuam: como pretende manter esse ganho? "Vou voltar à sociedade." Sendo evangélica, o voto evangélico, que representa 20 por cento, terá sido decisivo para Dilma perder a maioria absoluta? "Todos nós recebemos apoios da comunidade evangélica. Aliás, a única que não recebeu apoio oficial fui eu." Dilma teve a seu lado por exemplo Edir Macedo, pastor da influente Igreja Universal do Reino de Deus.
A voz de Marina some-se. Ela compensa a sorrir. "Essa voz está mais para a vovozinha do que para o chapeuzinho vermelho..."
A esta mesma hora, Dilma estava em Brasília com Lula. Já José Serra, comemorou na sede paulistana do PSDB, especialmente animada pela vitória do popular governador Geraldo Alckmin, reeleito com maioria absoluta.
Foi o discurso de quem está a começar e não de quem acabou. Cada resposta apontava para uma "nova fase", uma "nova política", uma candidatura em 2014.
Eram 21h30, e estava confirmado que a sua "onda verde" conseguia levar a eleição brasileira para uma segunda volta.
Vestida de branco, Marina sorria como não fizera no último debate de televisão. Mostrou-se bem mais solta e calorosa. "Estamos felizes, vitoriosos, porque ainda que não tenhamos ido para o segundo turno, o Brasil tem um segundo turno para pensar, e quem sair dele, sairá mais legitimado. Quero pedir aos candidatos que façam jus a essa chance."
A oportunidade revelada por estes resultados é a de uma "nova fase, não a do confronto mas a do encontro", com "uma nova economia, que prioriza a educação, a ciência, que não é estranha à cultura, ao desporto, à espiritualidade". Marina crê que isso "está nas ruas" e "é muito maior do que as pesquisas conseguem alcançar". "Revelou-se hoje de forma maravilhosa."
Mas que forma concreta poderá assumir essa visão agora?, queriam saber os jornalistas. "Temos de ir para um processo. Temos uma plataforma, foi nela que a sociedade brasileira votou, e dissemos que íamos fazer uma discussão. O voto não é da Marina, do Serra, da Dilma, o voto é do eleitor!" Marina pôs tal envolvimento nestas palavras que a sala se levantou em gritos. "Foi acertado não termos ido para o vale-tudo eleitoral", prosseguiu. "Ganhámos ganhando. Não tem nada de perda aqui, só tem ganho. Estamos em primeiro lugar num segundo turno da política brasileira." E passou a palavra ao homem que lhe trouxe elites difíceis, como a da finança, o seu vice, Guilherme Leal.
"Reconhecemos que o Brasil vive uma prosperidade", disse ele. "Mas eu quero um país mais ético, mais limpo, mais transparente, e vou fazer parte dessa construção. Isso paga qualquer sacrifício [de exposição pessoal durante a campanha]. E quero convocar mais uma vez todas as lideranças, não apenas económicas, sociais, culturais, para continuar essa luta. Como a Marina disse, ela não termina aqui."
Os jornalistas insistiram com Marina: vai apoiar Serra ou Dilma agora? "O partido vai ter de fazer uma discussão nas suas instâncias, e por respeito a quem fez aliança connosco", repetiu ela. "Estimular uma espécie de plenário com os núcleos vivos da sociedade que nos apoiaram."
Uma atitude que não passe por alianças "com os velhos poderes da política". Porque "nem só de pão vive o homem, a gente também vive do verbo, da política". Algo que pode ser lido como uma mensagem para o lulismo, pai-do-pão-do-povo. "Vamos fortalecer cada vez mais essa visão do país e da política, agora respaldada por esses vinte milhões de votos."
Não estavam nas sondagens, mas Marina não se surpreendeu. "Esses 20 por cento, o tempo todo eu os senti." Quando se candidatou a senadora davam-lhe três por cento. "Se eu me tivesse rendido às circunstâncias não estava aqui. Nós somos maiores do que as nossas circunstâncias." A emoção atinge o rubro.
Os repórteres continuam: como pretende manter esse ganho? "Vou voltar à sociedade." Sendo evangélica, o voto evangélico, que representa 20 por cento, terá sido decisivo para Dilma perder a maioria absoluta? "Todos nós recebemos apoios da comunidade evangélica. Aliás, a única que não recebeu apoio oficial fui eu." Dilma teve a seu lado por exemplo Edir Macedo, pastor da influente Igreja Universal do Reino de Deus.
A voz de Marina some-se. Ela compensa a sorrir. "Essa voz está mais para a vovozinha do que para o chapeuzinho vermelho..."
A esta mesma hora, Dilma estava em Brasília com Lula. Já José Serra, comemorou na sede paulistana do PSDB, especialmente animada pela vitória do popular governador Geraldo Alckmin, reeleito com maioria absoluta.