Caso Alexandra Neno e Diogo Ferreira: A confissão

13-04-2015
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“Quando saí de casa com a pistola, ia matar-me, mas não tive coragem”, contou Paulo Almeida ao colectivo de juízes, na última quarta-feira, 17 de Setembro, na primeira sessão do julgamento (ver caixa). “Disparei, mas não a queria roubar. Apenas queria desabafar”, confessou Paulo no Tribunal de Loures, ao contrário do que dissera ao Juiz de Instrução Criminal (JIC) aquém afirmou ter apontado a arma a Alexandra, pedido o telemóvel e disparado de seguida. Também se contradisse sobre o modo como matou Diogo. Ao JIC tinha declarado ter disparado “na direcção dos dois” jovens, quando os viu na garagem do centro comercial, mas agora disse ter atirado “primeiro para o ar”. À margem das contradições, Paulo Almeida manteve ser o homicida de Alexandra Neno e Diogo Ferreira.

Louco ou criminoso

Quando se entregou e confessou os crimes, em Novembro do ano passado, ele disse que “já não aguentava os remorsos”. Tinham passado cinco anos. “Mais vale tarde do que nunca”, explicou Paulo Almeida que parece saber ter argumentos fortes para conseguir uma pena reduzida. Desde logo por ser primário, depois, porque se entregou, revelando o segredo de um mistério de cinco anos, nunca descoberto pela PJ. Mais: ajudou a polícia a perceber como praticou os crimes, tendo entregue a arma do crime, e é portador de uma doença psiquiátrica (desde os 16 anos que recebe tratamentos), estando a ser tratado a uma esquizofrenia no Hospital Júlio de Matos, em Lisboa. No entanto, tinha abandonado as consultas e os medicamentos psiquiátricos, na altura em que praticou os crimes (ver caixa). Ter sido desaconselhado pela médica a ser profissional de segurança e ter continuado a exercer as funções é que poderá não ser tão positivo….

Esquizóide e perigoso

Entregou-se à polícia, ficou preso e foi sujeito a uma ampla avaliação psiquiátrica que incluiu testes de personalidade, inteligência, psicopatia, e avaliação de risco. Os especialistas (psicólogos e psiquiatras) do Instituto Nacional de Medicina Legal dizem que tem um QI normal reduzido, imaturidade cerebral e elevados índices de paranoia, esquizofrenia e ansiedade. Dono de ideias persecutórias, impulsividade e agressividade, revela personalidade imatura e desorganizada, uma psicopatia moderada e uma natureza psicótica de risco elevado.

Um doente na Segurança

Na altura em que abateu Alexandra e Diogo, Paulo Almeida tinha sido transferido do Oeiras Parque para a Gare do Oriente. Uma espécie de castigo por ter sido apanhado a dormir ao serviço. Naquela madrugada de 1 de Março (contou agora), foi ao Oeiras Parque para se vingar do seu chefe, estragar-lhe e roubar-lhe o carro. Na investigação iniciada em 2008, todos foram ouvidos pelos inspectores, menos Paulo, precisamente por ter sido transferido e porque quando a PJ ouviu o chefe da segurança, este nunca revelou a má relação que tinha com este vigilante. Depois de matar Alexandra e Diogo, o homicida confesso trabalhou em mais duas empresas de segurança (até Agosto de 2008). Na última, espancou um supervisor, como se vê nas imagens da videovigilância que a SIC mostrou em primeira mão. Depois do ato ainda ameaçou o colega de morte. Foi despedido.

Madrugada fatal

Na madrugada de 1 de Março de 2008, já depois de ter assassinado Alexandra, de 33 anos, a sangue frio – dentro do carro, à porta de casa, em Sacavém – e de, cinco horas depois, ter abatido Diogo, de 21 anos, no parque de estacionamento do Oeiras Parque, Paulo Almeida tornou a disparar. Desta vez, contra um carro em andamento na zona das Amoreiras, sem trocar palavra com os ocupantes. Já na prisão, Paulo contou que naquela noite chegou a encostar a arma à cara para acabar com a vida (junto ao rio Trancão), mas que teve medo de ficar paraplégico.

Cinco anos depois

Tinham passado cinco anos e nada levava a polícia a suspeitar dele. Cerca das 08h30 da manhã, de quinta-feira, 21 de Novembro de 2013, já depois do filho ter ido para a ama, Paulo Almeida decidiu ligar para o 112. Contou tudo e entregou a arma do crime. Uma pistola de alarme de 6,35 mm adaptada para disparar. Exames feitos no Laboratório de Polícia Científica da PJ atestam ter sido aquela arma que matou Alexandra e Diogo e revelaram que a arma há muito que não era usada. O julgamento prossegue quarta-feira, dia 24.

“Quando saí de casa com a pistola, ia matar-me, mas não tive coragem”, contou Paulo Almeida ao colectivo de juízes, na última quarta-feira, 17 de Setembro, na primeira sessão do julgamento (ver caixa). “Disparei, mas não a queria roubar. Apenas queria desabafar”, confessou Paulo no Tribunal de Loures, ao contrário do que dissera ao Juiz de Instrução Criminal (JIC) aquém afirmou ter apontado a arma a Alexandra, pedido o telemóvel e disparado de seguida. Também se contradisse sobre o modo como matou Diogo. Ao JIC tinha declarado ter disparado “na direcção dos dois” jovens, quando os viu na garagem do centro comercial, mas agora disse ter atirado “primeiro para o ar”. À margem das contradições, Paulo Almeida manteve ser o homicida de Alexandra Neno e Diogo Ferreira.

Louco ou criminoso

Quando se entregou e confessou os crimes, em Novembro do ano passado, ele disse que “já não aguentava os remorsos”. Tinham passado cinco anos. “Mais vale tarde do que nunca”, explicou Paulo Almeida que parece saber ter argumentos fortes para conseguir uma pena reduzida. Desde logo por ser primário, depois, porque se entregou, revelando o segredo de um mistério de cinco anos, nunca descoberto pela PJ. Mais: ajudou a polícia a perceber como praticou os crimes, tendo entregue a arma do crime, e é portador de uma doença psiquiátrica (desde os 16 anos que recebe tratamentos), estando a ser tratado a uma esquizofrenia no Hospital Júlio de Matos, em Lisboa. No entanto, tinha abandonado as consultas e os medicamentos psiquiátricos, na altura em que praticou os crimes (ver caixa). Ter sido desaconselhado pela médica a ser profissional de segurança e ter continuado a exercer as funções é que poderá não ser tão positivo….

Esquizóide e perigoso

Entregou-se à polícia, ficou preso e foi sujeito a uma ampla avaliação psiquiátrica que incluiu testes de personalidade, inteligência, psicopatia, e avaliação de risco. Os especialistas (psicólogos e psiquiatras) do Instituto Nacional de Medicina Legal dizem que tem um QI normal reduzido, imaturidade cerebral e elevados índices de paranoia, esquizofrenia e ansiedade. Dono de ideias persecutórias, impulsividade e agressividade, revela personalidade imatura e desorganizada, uma psicopatia moderada e uma natureza psicótica de risco elevado.

Um doente na Segurança

Na altura em que abateu Alexandra e Diogo, Paulo Almeida tinha sido transferido do Oeiras Parque para a Gare do Oriente. Uma espécie de castigo por ter sido apanhado a dormir ao serviço. Naquela madrugada de 1 de Março (contou agora), foi ao Oeiras Parque para se vingar do seu chefe, estragar-lhe e roubar-lhe o carro. Na investigação iniciada em 2008, todos foram ouvidos pelos inspectores, menos Paulo, precisamente por ter sido transferido e porque quando a PJ ouviu o chefe da segurança, este nunca revelou a má relação que tinha com este vigilante. Depois de matar Alexandra e Diogo, o homicida confesso trabalhou em mais duas empresas de segurança (até Agosto de 2008). Na última, espancou um supervisor, como se vê nas imagens da videovigilância que a SIC mostrou em primeira mão. Depois do ato ainda ameaçou o colega de morte. Foi despedido.

Madrugada fatal

Na madrugada de 1 de Março de 2008, já depois de ter assassinado Alexandra, de 33 anos, a sangue frio – dentro do carro, à porta de casa, em Sacavém – e de, cinco horas depois, ter abatido Diogo, de 21 anos, no parque de estacionamento do Oeiras Parque, Paulo Almeida tornou a disparar. Desta vez, contra um carro em andamento na zona das Amoreiras, sem trocar palavra com os ocupantes. Já na prisão, Paulo contou que naquela noite chegou a encostar a arma à cara para acabar com a vida (junto ao rio Trancão), mas que teve medo de ficar paraplégico.

Cinco anos depois

Tinham passado cinco anos e nada levava a polícia a suspeitar dele. Cerca das 08h30 da manhã, de quinta-feira, 21 de Novembro de 2013, já depois do filho ter ido para a ama, Paulo Almeida decidiu ligar para o 112. Contou tudo e entregou a arma do crime. Uma pistola de alarme de 6,35 mm adaptada para disparar. Exames feitos no Laboratório de Polícia Científica da PJ atestam ter sido aquela arma que matou Alexandra e Diogo e revelaram que a arma há muito que não era usada. O julgamento prossegue quarta-feira, dia 24.

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