Mandra Brasa: Conspiração Mandra: hipervalorização do produto

30-06-2011
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Topei agora há pouco com um amigo nas imediações da minha morada. Ele voltava do almoço e eu procurava o que comer pelas redondezas, pois hoje não tinha cozinheiro lá em casa (meu sogro italiano saíra e nada deixara sobre o fogão).Pedi algumas dicas gastronômicas do bairro ao meu amigo e obtive duas sugestões: Copo Sujo e Capitão Lima. Dúvida cruel: gastar cinco contos numa galinha à cabidela do Copo Sujo "sem higiene, mas com sabor" ou 13,80 num cozido à pernambucana do Capitão Lima "com higiene e dez por cento pro garçom".Lembrei que num quarteirão próximo havia outra opção não mencionada pelo meu camarada e por isso citei o nome do restaurante de comida caseira que conheci há nove anos, quando casei (e morava no mesmo bairro). "Ah, Mandra, o lugar continua com as mesmas características mas o dono reajustou os preços dos pratos para níveis absurdos. Nem vá lá que você se quebra. Para ter uma idéia, um galeto lá sai por R$ 28", resumiu, com sinceridade, o meu colega de lizisse (traduzindo do pernambuquês: estar liso significa padecer da falta de dinheiro para tudo, contando apenas com o crédito do cartão).E por falar no dinheiro de plástico, foi justamente porque o Copo Sujo não o aceita que eu encarei o menu do Capitão Lima. A plaquinha escrita a giz esclarecia: SUGESTÃO DO DIA: COZIDO ESPECIAL À PERNAMBUCANA = 13,80. Fui servido com um generoso prato, com tudo a que tinha direito. Haja remedinho ortomolecular para equilibrar meu apetite! Mhuahaha!!Quando já havia traçado metade da refeição - e me sentia perfeitamente saciado - percebi uma corja (desculpe, leitor, sou péssimo com "coletivos") de fotógrafos, se retirando do recinto. Como eu estava sentado próximo à saída, fui cumprimentado por todos. Então, um magrinho cabeludo (Uêpa!!!!) que saía em câmera lenta, a passos de reggae, olhou para o meu prato pela metade e disse: "Olhaí, pessoal, Mandrey pediu um prato para dois!"Risadagens à parte, temos que dar um desconto ao magrinho - afinal, quando as pupilas estão dilatadas a gente vê tudo um pouco ampliado.No caminho de volta ao trabalho, retomei a lembrança do restaurante caseiro que meu amigo tinha criticado. E foi daí que saiu a conspiração de hoje. Ainda sob a influência do sonho de ser empreendedor, concluí que o dono do restaurante percebeu que a sua comida simples e bem feita fazia sucesso com o público classe média e por isso nivelou os preços para conseguir arrancar pelo menos R$ 30 de cada cliente. Tipicamente tupiniquim, esse estilo de empreender.O brasileiro não desiste nunca, é verdade, mas quando o negócio começa a engatar ele logo "cresce o olho" e remarca os preços. A cultura de ganhar muito de poucos reduz o trabalho mas aumenta o risco, porque se um dia esses poucos deixam de aparecer é falência na certa. O restaurante caseiro está indo nessa direção. Eu recuei só em ouvir falar na carestia de lá. É a anti-propaganda boca-a-boca, tão eficaz quanto o exemplo contrário.:: É POR ISSO QUE A ACADEMIA DO MANDRA TERIA ANUIDADE POR R$ 400,00 EM DEZ VEZES SEM JUROS NO CARTÃO DE CRÉDITO. "Malhe doze meses e pague apenas dez", seria o slogan. Mhuahuahahaha!!!!


Topei agora há pouco com um amigo nas imediações da minha morada. Ele voltava do almoço e eu procurava o que comer pelas redondezas, pois hoje não tinha cozinheiro lá em casa (meu sogro italiano saíra e nada deixara sobre o fogão).Pedi algumas dicas gastronômicas do bairro ao meu amigo e obtive duas sugestões: Copo Sujo e Capitão Lima. Dúvida cruel: gastar cinco contos numa galinha à cabidela do Copo Sujo "sem higiene, mas com sabor" ou 13,80 num cozido à pernambucana do Capitão Lima "com higiene e dez por cento pro garçom".Lembrei que num quarteirão próximo havia outra opção não mencionada pelo meu camarada e por isso citei o nome do restaurante de comida caseira que conheci há nove anos, quando casei (e morava no mesmo bairro). "Ah, Mandra, o lugar continua com as mesmas características mas o dono reajustou os preços dos pratos para níveis absurdos. Nem vá lá que você se quebra. Para ter uma idéia, um galeto lá sai por R$ 28", resumiu, com sinceridade, o meu colega de lizisse (traduzindo do pernambuquês: estar liso significa padecer da falta de dinheiro para tudo, contando apenas com o crédito do cartão).E por falar no dinheiro de plástico, foi justamente porque o Copo Sujo não o aceita que eu encarei o menu do Capitão Lima. A plaquinha escrita a giz esclarecia: SUGESTÃO DO DIA: COZIDO ESPECIAL À PERNAMBUCANA = 13,80. Fui servido com um generoso prato, com tudo a que tinha direito. Haja remedinho ortomolecular para equilibrar meu apetite! Mhuahaha!!Quando já havia traçado metade da refeição - e me sentia perfeitamente saciado - percebi uma corja (desculpe, leitor, sou péssimo com "coletivos") de fotógrafos, se retirando do recinto. Como eu estava sentado próximo à saída, fui cumprimentado por todos. Então, um magrinho cabeludo (Uêpa!!!!) que saía em câmera lenta, a passos de reggae, olhou para o meu prato pela metade e disse: "Olhaí, pessoal, Mandrey pediu um prato para dois!"Risadagens à parte, temos que dar um desconto ao magrinho - afinal, quando as pupilas estão dilatadas a gente vê tudo um pouco ampliado.No caminho de volta ao trabalho, retomei a lembrança do restaurante caseiro que meu amigo tinha criticado. E foi daí que saiu a conspiração de hoje. Ainda sob a influência do sonho de ser empreendedor, concluí que o dono do restaurante percebeu que a sua comida simples e bem feita fazia sucesso com o público classe média e por isso nivelou os preços para conseguir arrancar pelo menos R$ 30 de cada cliente. Tipicamente tupiniquim, esse estilo de empreender.O brasileiro não desiste nunca, é verdade, mas quando o negócio começa a engatar ele logo "cresce o olho" e remarca os preços. A cultura de ganhar muito de poucos reduz o trabalho mas aumenta o risco, porque se um dia esses poucos deixam de aparecer é falência na certa. O restaurante caseiro está indo nessa direção. Eu recuei só em ouvir falar na carestia de lá. É a anti-propaganda boca-a-boca, tão eficaz quanto o exemplo contrário.:: É POR ISSO QUE A ACADEMIA DO MANDRA TERIA ANUIDADE POR R$ 400,00 EM DEZ VEZES SEM JUROS NO CARTÃO DE CRÉDITO. "Malhe doze meses e pague apenas dez", seria o slogan. Mhuahuahahaha!!!!

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