gonn1000: MELODIAS DEMASIADO FM

01-07-2011
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Quando, em 2001, a dupla norueguesa Röyksopp editou o seu primeiro álbum, “Melody A.M.”, não faltou quem os aclamasse como uma das grandes descobertas do ano, elevando esse registo de estreia a um estatuto de quase obra-prima, exageros que já não são estranhos à história da pop.Apesar de algumas boas canções, como o apelativo single “Eple” ou o envolvente So Easy”, o disco não trazia grandes cargas de novidade, embora apresentasse um promissor mergulho em ambientes electrónicos suficientemente versáteis e sofisticados, algures entre os Air, os Groove Armada, os Gus Gus e os Daft Punk.Quatro anos depois, “The Understanding” altera consideravelmente os azimutes sonoros da dupla mas, mesmo assim, volta a não convencer por completo, sendo ainda mais irregular do que o seu antecessor.Aproximando-se de um misto de eurodance/R&B e não tanto das texturas downtempo que criaram no disco anterior, os Röyksopp oferecem aqui um conjunto de canções nem sempre entusiasmantes, pois o experimentalismo moderado e os episódios de pop plastificada não se conjugam, tornando “The Understanding” num álbum indeciso e desigual, mas ainda assim interessante.Demasiado heterogéneo, o disco assemelha-se mais a uma compilação de vários artistas do que propriamente a um trabalho de um só projecto, o que não seria necessariamente negativo se o nível qualitativo fosse sempre satisfatório.Contudo, “The Understanding” tanto contém aliciantes momentos soturnos como “Sombre Detune” como canções formatadas, impessoais e pouco criativas, das quais o segundo single “49 Percent” é bem representativo.Torbjørn Brundtland e Svein Berge não geram aqui um mau disco – assim como também não criaram um excelente com “Melody A.M.” -, mas ora repetem o que já fizeram (“Follow My Ruin” e “Beautiful Day Without You” são derivados pouco cativantes de “Poor Leno”), ora se baseiam em traços de outros nomes (“Triumphant” e “Tristesse Globale” quase poderiam ser composições de Yann Tiersen, “Someone Like Me” encosta-se aos Air), e só pontualmente surpreendem (“What Else is There” e até mesmo o single “Only This Moment” sobrepõem-se à mediania da maior parte dos restantes temas).Não sendo desagradável, o regresso dos Röyksopp também não tem elementos que justifiquem elevar o duo acima do patamar da mera competência (pontuada por alguma inventividade a espaços), que lhes permite proporcionar um álbum aceitável mas longe de constar entre o que de melhor se fez em 2005. E O VEREDICTO É: 2,5/5 - RAZOÁVEL


Quando, em 2001, a dupla norueguesa Röyksopp editou o seu primeiro álbum, “Melody A.M.”, não faltou quem os aclamasse como uma das grandes descobertas do ano, elevando esse registo de estreia a um estatuto de quase obra-prima, exageros que já não são estranhos à história da pop.Apesar de algumas boas canções, como o apelativo single “Eple” ou o envolvente So Easy”, o disco não trazia grandes cargas de novidade, embora apresentasse um promissor mergulho em ambientes electrónicos suficientemente versáteis e sofisticados, algures entre os Air, os Groove Armada, os Gus Gus e os Daft Punk.Quatro anos depois, “The Understanding” altera consideravelmente os azimutes sonoros da dupla mas, mesmo assim, volta a não convencer por completo, sendo ainda mais irregular do que o seu antecessor.Aproximando-se de um misto de eurodance/R&B e não tanto das texturas downtempo que criaram no disco anterior, os Röyksopp oferecem aqui um conjunto de canções nem sempre entusiasmantes, pois o experimentalismo moderado e os episódios de pop plastificada não se conjugam, tornando “The Understanding” num álbum indeciso e desigual, mas ainda assim interessante.Demasiado heterogéneo, o disco assemelha-se mais a uma compilação de vários artistas do que propriamente a um trabalho de um só projecto, o que não seria necessariamente negativo se o nível qualitativo fosse sempre satisfatório.Contudo, “The Understanding” tanto contém aliciantes momentos soturnos como “Sombre Detune” como canções formatadas, impessoais e pouco criativas, das quais o segundo single “49 Percent” é bem representativo.Torbjørn Brundtland e Svein Berge não geram aqui um mau disco – assim como também não criaram um excelente com “Melody A.M.” -, mas ora repetem o que já fizeram (“Follow My Ruin” e “Beautiful Day Without You” são derivados pouco cativantes de “Poor Leno”), ora se baseiam em traços de outros nomes (“Triumphant” e “Tristesse Globale” quase poderiam ser composições de Yann Tiersen, “Someone Like Me” encosta-se aos Air), e só pontualmente surpreendem (“What Else is There” e até mesmo o single “Only This Moment” sobrepõem-se à mediania da maior parte dos restantes temas).Não sendo desagradável, o regresso dos Röyksopp também não tem elementos que justifiquem elevar o duo acima do patamar da mera competência (pontuada por alguma inventividade a espaços), que lhes permite proporcionar um álbum aceitável mas longe de constar entre o que de melhor se fez em 2005. E O VEREDICTO É: 2,5/5 - RAZOÁVEL

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