gonn1000: A INSUPORTÁVEL LEVEZA DO VAZIO

03-07-2011
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Co-produção da França e do Uruguai, “Orlando Vargas” é a primeira obra de Juan Pittaluga e centra-se na personagem que dá nome ao título, partindo desta para apresentar uma narrativa com consideráveis doses de melancolia e desencanto.Nos momentos iniciais, o filme é promissor, uma vez que a fotografia e o trabalho de realização conseguem gerar uma curiosa atmosfera etérea e enigmática. Contudo, após os primeiros minutos, “Orlando Vargas” evidencia que, para além desses ambientes promissores, não tem mais nada de relevante para apresentar, perdendo-se numa excessiva carga contemplativa com muita pretensão mas escasso substrato.As personagens não possuem densidade, uma vez que Pittaluga não parece muito preocupado em torná-las minimamente delineadas e trabalhadas, e por isso os actores também não podem fazer muito, ainda que a dupla Aurélien Recoing e Elina Löwensohn pareça merecer muito melhor do que o que tem aqui.O argumento é esquemático e inconsequente, seguindo o quotidiano de Orlando Vargas, um homem com aparente prosperidade económica e familiar mas atormentado por antagonistas que o filme não chega a revelar.Francês residente no Uruguai, o protagonista viaja com a sua família para uma cidade perto da fronteira com o Brasil e desaparece misteriosamente pouco depois de lá chegar. Pittaluga tenta gerar alguma tensão com esta súbita ausência da personagem, mas aí já é tarde demais pois o filme não consegue escapar ao marasmo e monotonia que o contaminaram entretanto.“Orlando Vargas” parece, por vezes, sugerir uma reflexão envolvente acerca da solidão, do amor, das relações familiares ou do sentimento de perda, mas nunca chega a consegui-la, apostando numa narrativa frouxa carregada de silêncios redundantes e não expondo nada que o salve de uma enfadonha letargia emocional. Assim, mesmo sendo uma película curta – com apenas 78 minutos – parece ter o dobro da duração, o que neste caso não é nada abonatório, uma vez que é um dos fortes candidatos a pior filme de 2005. Uma obra tépida e insípida, francamente desapontante.E O VEREDICTO É: 0/5 - A EVITAR


Co-produção da França e do Uruguai, “Orlando Vargas” é a primeira obra de Juan Pittaluga e centra-se na personagem que dá nome ao título, partindo desta para apresentar uma narrativa com consideráveis doses de melancolia e desencanto.Nos momentos iniciais, o filme é promissor, uma vez que a fotografia e o trabalho de realização conseguem gerar uma curiosa atmosfera etérea e enigmática. Contudo, após os primeiros minutos, “Orlando Vargas” evidencia que, para além desses ambientes promissores, não tem mais nada de relevante para apresentar, perdendo-se numa excessiva carga contemplativa com muita pretensão mas escasso substrato.As personagens não possuem densidade, uma vez que Pittaluga não parece muito preocupado em torná-las minimamente delineadas e trabalhadas, e por isso os actores também não podem fazer muito, ainda que a dupla Aurélien Recoing e Elina Löwensohn pareça merecer muito melhor do que o que tem aqui.O argumento é esquemático e inconsequente, seguindo o quotidiano de Orlando Vargas, um homem com aparente prosperidade económica e familiar mas atormentado por antagonistas que o filme não chega a revelar.Francês residente no Uruguai, o protagonista viaja com a sua família para uma cidade perto da fronteira com o Brasil e desaparece misteriosamente pouco depois de lá chegar. Pittaluga tenta gerar alguma tensão com esta súbita ausência da personagem, mas aí já é tarde demais pois o filme não consegue escapar ao marasmo e monotonia que o contaminaram entretanto.“Orlando Vargas” parece, por vezes, sugerir uma reflexão envolvente acerca da solidão, do amor, das relações familiares ou do sentimento de perda, mas nunca chega a consegui-la, apostando numa narrativa frouxa carregada de silêncios redundantes e não expondo nada que o salve de uma enfadonha letargia emocional. Assim, mesmo sendo uma película curta – com apenas 78 minutos – parece ter o dobro da duração, o que neste caso não é nada abonatório, uma vez que é um dos fortes candidatos a pior filme de 2005. Uma obra tépida e insípida, francamente desapontante.E O VEREDICTO É: 0/5 - A EVITAR

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