Quando "A Idade do Gelo" chegou às salas, em 2002, foi encarado por muitos como um parente pobre dos filmes de animação da Pixar/Disney ("Monstros e Companhia") ou da Dreamworks ("Shrek"), uma vez que este produto dos estúdios da 20th Century Fox não apresentava, a nível de técnicas de animação digital e sobretudo do argumento, doses de inovação e criatividade tão grandes quanto esses.Quatro anos depois, a saga do trio de amigos Manny, Sid e Diego - e das memoráveis peripécias de Scrat e respectiva bolota - tem continuidade em "A Idade do Gelo 2 — Descongelados" (Ice Age: The Meltdown), e felizmente constata-se que o tempo de espera valeu a pena, já que esta despretensiosa aventura, não sendo especialmente inventiva e muito menos revolucionária, contém um equilíbrio que tem faltado à maioria das obras de animação recentes (casos dos decepcionantes "Shrek 2", "Madagáscar", "A Noiva Cadáver" ou "O Castelo Andante").Desta vez, os protagonistas tentam sobreviver à inundação que ameaça deixar parte do planeta submerso, fruto do aquecimento global que derrete o gelo a um ritmo alarmante. Assim, os três heróis do primeiro filme são forçados a deixar o seu lar e partir em busca de território mais seguro, mantendo a união que os caracteriza e que os ajuda a enfrentar problemas internos e externos.Pelo caminho, regista-se a adição de três novas personagens, a mamute Ellie e os seus dois irmãos gambás, e as peripécias que se geram em torno desta inusitada ligação familiar despoletam alguns dos momentos mais hilariantes de "A Idade do Gelo 2 — Descongelados".Leve e cativante, a película surpreende o suficiente para que se torne numa experiência recomendável, já que os gags são quase sempre bem conseguidos e apropriados para um público dos 7 aos 77, recorrendo a um humor simples mas certeiro, que nasce dos conflitos das (irresistíveis) personagens e nunca parece forçado.As técnicas de animação apresentam solidez e sofisticação, superando as do filme antecessor, e o argumento, embora pudesse ter mais densidade e coesão, não deixa de ser competente, mesclando comédia e algum suspense de forma aprazível."A Idade do Gelo 2 — Descongelados" dificilmente ficará na história como um grande acontecimento cinematográfico, pois não é um filme especialmente memorável ou marcante, mas quem tiver um mínimo de sentido de humor não lhe retirará o mérito de delicioso e muito eficaz entretenimento. Venha o próximo! E O VEREDICTO É: 3/5 - BOM
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Quando "A Idade do Gelo" chegou às salas, em 2002, foi encarado por muitos como um parente pobre dos filmes de animação da Pixar/Disney ("Monstros e Companhia") ou da Dreamworks ("Shrek"), uma vez que este produto dos estúdios da 20th Century Fox não apresentava, a nível de técnicas de animação digital e sobretudo do argumento, doses de inovação e criatividade tão grandes quanto esses.Quatro anos depois, a saga do trio de amigos Manny, Sid e Diego - e das memoráveis peripécias de Scrat e respectiva bolota - tem continuidade em "A Idade do Gelo 2 — Descongelados" (Ice Age: The Meltdown), e felizmente constata-se que o tempo de espera valeu a pena, já que esta despretensiosa aventura, não sendo especialmente inventiva e muito menos revolucionária, contém um equilíbrio que tem faltado à maioria das obras de animação recentes (casos dos decepcionantes "Shrek 2", "Madagáscar", "A Noiva Cadáver" ou "O Castelo Andante").Desta vez, os protagonistas tentam sobreviver à inundação que ameaça deixar parte do planeta submerso, fruto do aquecimento global que derrete o gelo a um ritmo alarmante. Assim, os três heróis do primeiro filme são forçados a deixar o seu lar e partir em busca de território mais seguro, mantendo a união que os caracteriza e que os ajuda a enfrentar problemas internos e externos.Pelo caminho, regista-se a adição de três novas personagens, a mamute Ellie e os seus dois irmãos gambás, e as peripécias que se geram em torno desta inusitada ligação familiar despoletam alguns dos momentos mais hilariantes de "A Idade do Gelo 2 — Descongelados".Leve e cativante, a película surpreende o suficiente para que se torne numa experiência recomendável, já que os gags são quase sempre bem conseguidos e apropriados para um público dos 7 aos 77, recorrendo a um humor simples mas certeiro, que nasce dos conflitos das (irresistíveis) personagens e nunca parece forçado.As técnicas de animação apresentam solidez e sofisticação, superando as do filme antecessor, e o argumento, embora pudesse ter mais densidade e coesão, não deixa de ser competente, mesclando comédia e algum suspense de forma aprazível."A Idade do Gelo 2 — Descongelados" dificilmente ficará na história como um grande acontecimento cinematográfico, pois não é um filme especialmente memorável ou marcante, mas quem tiver um mínimo de sentido de humor não lhe retirará o mérito de delicioso e muito eficaz entretenimento. Venha o próximo! E O VEREDICTO É: 3/5 - BOM