gonn1000: ROBÔS E ROCK 'N' ROLL

01-07-2011
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São de Tomar e constituem já uma das boas promessas da música nacional com álbum editado este ano. Na apresentação oficial do mesmo, ontem no MusicBox, em Lisboa, os U-Clic trouxeram uma convincente combinação de rock e electrónica e demonstraram que são um nome a ter em conta também ao vivo.Passavam cerca de trinta minutos da meia noite quando os U-Clic entraram em palco ao som de "Zumbido at Paradiso", o único tema instrumental do álbum de estreia, "Console Pupils", que motivou a passagem do trio pela capital. Vincado por uma apelativa cadência electro, gerou um eficaz início de concerto e uma proposta dançável que muitos não recusaram.O convite à dança e descompressão reforçou-se por uma tela onde foram projectadas imagens de cores vivas, e esse suporte visual revelou-se determinante ao longo de todo o espectáculo. Desde a presença de um Rato Mickey "alternativo" em "Ici in Disneyland" às recorrentes imagens de Eusébio em "Euro 2.0.0.4'", passando pelas capas de discos de bandas que influenciaram o grupo em "Unfashionautic Superstars", a componente visual esteve quase sempre de acordo com a musical, adaptando-se às particularidades de cada tema.Felizmente, esta atenção à imagem - visível também nos fatos brancos do trio e na sua postura maquinal e estática - nunca se sobrepôs ao essencial, ou seja, às canções que os U-Clic vieram apresentar. E "Console Pupils" revelou uma série de temas dignos de nota, que não escondem influências de terceiros mas são capazes de as ultrapassar e demonstrar um projecto com alguns sinais de personalidade.Se no já referido "Unfashionautic Superstars" a banda enumerou vários nomes que reclama como referências, casos dos Sonic Youth, New Order ou Add N to (X), é possível identificar nas suas canções reminiscências de uns Human League, Gary Numan ou Devo, dada a combinação de guitarras e electrónica aliadas a um travo new wave/pós punk (menos demarcado, contudo, do que noutros grupos recentes que reaproveitaram a herança do género).A voz de Filipe Confraria aproxima-se por vezes da de Paul Banks, dos Interpol, e o vocoder utilizado em alguns momentos lembra as experiências dos Kraftwerk e descendentes. Não obstante as comparações, os U-Clic evidenciaram solidez na procura de um espaço próprio e o concerto nunca ficou abaixo do competente, oferecendo momentos de entusiasmo considerável como o single "Robot 'n' Roll", com uma energia dificilmente recusável, o muito auspicioso "Like", uma bela canção pop, ou "Sattelite Club", outra sólida proposta dançável. Ao longo de uma hora, a banda demonstrou que "Console Pupils" possui doses suficientes de proteínas musicais para causar boa impressão e ofereceu uma actuação que nunca perdeu o ritmo. O concerto beneficiaria com a inclusão de mais temas onde o electro apaga o rock, como no primeiro do encore, uma remistura de "When Will I Be Famous", dos Bros, que que colocou quase todos os espectadores a dançar.De qualquer forma, fica a revelação de um projecto a acompanhar, se possível ao vivo - ou através do blog e do myspace - , que passará nos próximos dias pelo Porto (25 de Março na FNAC de Sta Catarina), Marinha Grande (7 de Abril no Festival Overlive), Maia (13 de Abril na Tertúlia Castalense) e Póvoa de Varzim (14 de Abril no Plastic). E O VEREDICTO É: 3/5 - BOM U-Clic - "Robot 'n' Roll"


São de Tomar e constituem já uma das boas promessas da música nacional com álbum editado este ano. Na apresentação oficial do mesmo, ontem no MusicBox, em Lisboa, os U-Clic trouxeram uma convincente combinação de rock e electrónica e demonstraram que são um nome a ter em conta também ao vivo.Passavam cerca de trinta minutos da meia noite quando os U-Clic entraram em palco ao som de "Zumbido at Paradiso", o único tema instrumental do álbum de estreia, "Console Pupils", que motivou a passagem do trio pela capital. Vincado por uma apelativa cadência electro, gerou um eficaz início de concerto e uma proposta dançável que muitos não recusaram.O convite à dança e descompressão reforçou-se por uma tela onde foram projectadas imagens de cores vivas, e esse suporte visual revelou-se determinante ao longo de todo o espectáculo. Desde a presença de um Rato Mickey "alternativo" em "Ici in Disneyland" às recorrentes imagens de Eusébio em "Euro 2.0.0.4'", passando pelas capas de discos de bandas que influenciaram o grupo em "Unfashionautic Superstars", a componente visual esteve quase sempre de acordo com a musical, adaptando-se às particularidades de cada tema.Felizmente, esta atenção à imagem - visível também nos fatos brancos do trio e na sua postura maquinal e estática - nunca se sobrepôs ao essencial, ou seja, às canções que os U-Clic vieram apresentar. E "Console Pupils" revelou uma série de temas dignos de nota, que não escondem influências de terceiros mas são capazes de as ultrapassar e demonstrar um projecto com alguns sinais de personalidade.Se no já referido "Unfashionautic Superstars" a banda enumerou vários nomes que reclama como referências, casos dos Sonic Youth, New Order ou Add N to (X), é possível identificar nas suas canções reminiscências de uns Human League, Gary Numan ou Devo, dada a combinação de guitarras e electrónica aliadas a um travo new wave/pós punk (menos demarcado, contudo, do que noutros grupos recentes que reaproveitaram a herança do género).A voz de Filipe Confraria aproxima-se por vezes da de Paul Banks, dos Interpol, e o vocoder utilizado em alguns momentos lembra as experiências dos Kraftwerk e descendentes. Não obstante as comparações, os U-Clic evidenciaram solidez na procura de um espaço próprio e o concerto nunca ficou abaixo do competente, oferecendo momentos de entusiasmo considerável como o single "Robot 'n' Roll", com uma energia dificilmente recusável, o muito auspicioso "Like", uma bela canção pop, ou "Sattelite Club", outra sólida proposta dançável. Ao longo de uma hora, a banda demonstrou que "Console Pupils" possui doses suficientes de proteínas musicais para causar boa impressão e ofereceu uma actuação que nunca perdeu o ritmo. O concerto beneficiaria com a inclusão de mais temas onde o electro apaga o rock, como no primeiro do encore, uma remistura de "When Will I Be Famous", dos Bros, que que colocou quase todos os espectadores a dançar.De qualquer forma, fica a revelação de um projecto a acompanhar, se possível ao vivo - ou através do blog e do myspace - , que passará nos próximos dias pelo Porto (25 de Março na FNAC de Sta Catarina), Marinha Grande (7 de Abril no Festival Overlive), Maia (13 de Abril na Tertúlia Castalense) e Póvoa de Varzim (14 de Abril no Plastic). E O VEREDICTO É: 3/5 - BOM U-Clic - "Robot 'n' Roll"

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