gonn1000: A FLORESTA E OS TRÓPICOS

01-07-2011
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A programação do sexto dia do IndieLisboa prometia a exibição inédita de mais alguns filmes em competição, casos de «Private», do italiano Saverio Constanzo, e «The Forest for the Trees», da alemã Maren Ade. Contudo, devido a alguns equívocos alheios à organização, a cópia de «Private» não chegou a ser enviada para os responsáveis pelo festival, e em alternativa estes optaram pela exibição de «Tropical Malady», do tailandês Apichatpong Weerasethakul, um dos títulos das Sessões Especiais cujo primeiro visionamento deveria decorrer na noite da próxima sexta-feira. Bizarro e misterioso, «Tropical Malady» venceu o Prémio do Júri no Festival de Cannes de 2004, mas os motivos que levaram a essa distinção ficam por esclarecer. O que inicialmente aparenta ser um olhar sobre a amizade/amor entre dois jovens, um soldado e um habitante de uma localidade rural, envereda depois, ao fim de uma hora pouco entusiasmante, para um jogo do gato e do rato entre um soldado e uma criatura de contornos místicos conhecida por atormentar alguns animais da zona. Infelizmente, Weerasethakul não consegue injectar vida em nenhuma destas partes do filme. A primeira, apesar de tépida e entediante, ainda é minimamente tragável, mas a segunda expõe ocas e repetitivas perseguições na selva marcadas pela ausência de diálogos durante cerca de uma hora. O resultado é uma experiência cinematográfica indubitavelmente atípica e peculiar, mas pelos piores motivos – ritmo letárgico, personagens sem consistência, argumento nulo -, uma séria candidata a pior obra do festival (foi, de resto, uma das sessões onde as desistências do público foram mais significativas, dado o marasmo da acção do filme).Ontem foram ainda exibidos mais títulos argentinos («Ana y los Otros», «La Mecha» e «Estrano»), e «Unknown Pleasures», de Jia Zhangke, no âmbito da secção “Herói Independente”. Para o final do dia, duas sessões esgotadas: a segunda exibição de «The Girl From Monday», de Hal Hartley, e a já referida estreia de «The Forest for the Trees», de Maren Ade, esta última uma das mais surpreendentes e recomendáveis obras em competição.


A programação do sexto dia do IndieLisboa prometia a exibição inédita de mais alguns filmes em competição, casos de «Private», do italiano Saverio Constanzo, e «The Forest for the Trees», da alemã Maren Ade. Contudo, devido a alguns equívocos alheios à organização, a cópia de «Private» não chegou a ser enviada para os responsáveis pelo festival, e em alternativa estes optaram pela exibição de «Tropical Malady», do tailandês Apichatpong Weerasethakul, um dos títulos das Sessões Especiais cujo primeiro visionamento deveria decorrer na noite da próxima sexta-feira. Bizarro e misterioso, «Tropical Malady» venceu o Prémio do Júri no Festival de Cannes de 2004, mas os motivos que levaram a essa distinção ficam por esclarecer. O que inicialmente aparenta ser um olhar sobre a amizade/amor entre dois jovens, um soldado e um habitante de uma localidade rural, envereda depois, ao fim de uma hora pouco entusiasmante, para um jogo do gato e do rato entre um soldado e uma criatura de contornos místicos conhecida por atormentar alguns animais da zona. Infelizmente, Weerasethakul não consegue injectar vida em nenhuma destas partes do filme. A primeira, apesar de tépida e entediante, ainda é minimamente tragável, mas a segunda expõe ocas e repetitivas perseguições na selva marcadas pela ausência de diálogos durante cerca de uma hora. O resultado é uma experiência cinematográfica indubitavelmente atípica e peculiar, mas pelos piores motivos – ritmo letárgico, personagens sem consistência, argumento nulo -, uma séria candidata a pior obra do festival (foi, de resto, uma das sessões onde as desistências do público foram mais significativas, dado o marasmo da acção do filme).Ontem foram ainda exibidos mais títulos argentinos («Ana y los Otros», «La Mecha» e «Estrano»), e «Unknown Pleasures», de Jia Zhangke, no âmbito da secção “Herói Independente”. Para o final do dia, duas sessões esgotadas: a segunda exibição de «The Girl From Monday», de Hal Hartley, e a já referida estreia de «The Forest for the Trees», de Maren Ade, esta última uma das mais surpreendentes e recomendáveis obras em competição.

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