Desde que Ben Gibbard, Nathan Good, Christopher Walla e Nick Harmer se juntaram em 1997 para formar os Death Cab for Cutie, têm vindo a consolidar uma sólida e interessante discografia, que conta já com quatro álbuns de originais.Os trabalhos do grupo comprovam que o projecto é já um dos nomes seguros do rock alternativo norte-americano actual, e o seu disco mais recente, "Transatlanticism", de 2003, volta a acentuá-lo.Melancólico, introspectivo e apaziguado, o álbum propõe uma absorvente combinação de indie rock, folk e dream pop, apresentando um sóbrio conjunto de canções vincadas por atmosferas primaveris e outonais. Embora não traga nada de realmente original nem desbrave novos territórios, "Transatlanticism" contém um conjunto de temas coesos e cativantes, próximos de domínios trilhados pelos The Shins, Elliott Smith, Snow Patrol, Smashing Pumpkins (nos momentos mais intimistas) e mesmo Coldplay (mas com menos doses de acúcar).Tal como nos registos anteriores, os Death Cab for Cutie proporcionam aqui um bom exemplo de indie pop agridoce, e o resultado é suficientemente emotivo e genuíno, convencendo e conquistando durante várias audições. Para além de uma evidente sensibilidade na composição, um dos trunfos mais fortes do grupo é o vocalista Ben Gibbard, cuja voz possui um surpreendente equilíbrio de melancolia e candura, afastando-se de tons demasiado angustiantes e evitando também manobras de comoção fácil (o que pode ser comprovado não só nos trabalhos dos Death Cab for Cutie mas também nos dos brilhantes Postal Service).O cardápio do disco inclui algumas pérolas indie como a contagiante e muito trauteável "The Sound of Settling", a discreta e apelativa "Lightness", a belíssima "Tiny Vessels" (onde Gribbard canta de forma envolvente frases como "She was beautiful/ But she didn't mean a thing to me") ou a sumptuosa faixa-título. Apesar do nível qualitativo das composições descer ligeiramente nas suas últimas canções, "Transatlanticism" não deixa de ser um recomendável álbum, possuindo dois ou três momentos invulgarmente enternecedores. Bonito, denso e por vezes fascinante, merece ser escutado com atenção.
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Desde que Ben Gibbard, Nathan Good, Christopher Walla e Nick Harmer se juntaram em 1997 para formar os Death Cab for Cutie, têm vindo a consolidar uma sólida e interessante discografia, que conta já com quatro álbuns de originais.Os trabalhos do grupo comprovam que o projecto é já um dos nomes seguros do rock alternativo norte-americano actual, e o seu disco mais recente, "Transatlanticism", de 2003, volta a acentuá-lo.Melancólico, introspectivo e apaziguado, o álbum propõe uma absorvente combinação de indie rock, folk e dream pop, apresentando um sóbrio conjunto de canções vincadas por atmosferas primaveris e outonais. Embora não traga nada de realmente original nem desbrave novos territórios, "Transatlanticism" contém um conjunto de temas coesos e cativantes, próximos de domínios trilhados pelos The Shins, Elliott Smith, Snow Patrol, Smashing Pumpkins (nos momentos mais intimistas) e mesmo Coldplay (mas com menos doses de acúcar).Tal como nos registos anteriores, os Death Cab for Cutie proporcionam aqui um bom exemplo de indie pop agridoce, e o resultado é suficientemente emotivo e genuíno, convencendo e conquistando durante várias audições. Para além de uma evidente sensibilidade na composição, um dos trunfos mais fortes do grupo é o vocalista Ben Gibbard, cuja voz possui um surpreendente equilíbrio de melancolia e candura, afastando-se de tons demasiado angustiantes e evitando também manobras de comoção fácil (o que pode ser comprovado não só nos trabalhos dos Death Cab for Cutie mas também nos dos brilhantes Postal Service).O cardápio do disco inclui algumas pérolas indie como a contagiante e muito trauteável "The Sound of Settling", a discreta e apelativa "Lightness", a belíssima "Tiny Vessels" (onde Gribbard canta de forma envolvente frases como "She was beautiful/ But she didn't mean a thing to me") ou a sumptuosa faixa-título. Apesar do nível qualitativo das composições descer ligeiramente nas suas últimas canções, "Transatlanticism" não deixa de ser um recomendável álbum, possuindo dois ou três momentos invulgarmente enternecedores. Bonito, denso e por vezes fascinante, merece ser escutado com atenção.