gonn1000: NADA A DECLARAR

30-06-2011
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“Longing” (Sehnsucht), a primeira longa-metragem de Valeska Grisebach, tem sido um dos filmes mais elogiados do cinema independente alemão dos últimos tempos, mas ao vê-lo não se percebe muito bem o motivo da aclamação.Seguindo o dia-a-dia de um jovem mecânico dos arredores de Berlim, a película é uma ficção, por vezes próxima do documentário (pelo modo realista como capta o quotidiano de pequenas localidades e dos seus habitantes) centrada num triângulo amoroso, constituído pelo protagonista, a sua namorada e uma mulher que este conhece numa das suas missões como bombeiro voluntário.Supõe-se que Grisebach tenta fazer do filme um introspectivo e plácido ensaio sobre a infidelidade, a falta de comunicação e a carência emocional, mas não basta filmar as personagens a trocar abraços e juras de amor, de forma agridoce mas pelo menos não enjoativa, para que esse retrato das relações amorosas seja especialmente marcante.Mesmo que ocasionalmente a realizadora gere um ou outro momento onde a cumplicidade dos casais é bem traduzida, essas fugazes cenas não compensam a quase nula tensão dramática que o filme apresenta.Contemplativo e caracterizado por longos silêncios – os diálogos são curtos e escassos -, “Longing” talvez pudesse ter algum interesse enquanto curta ou média metragem, mas Grisebach não parece ter muito a dizer e torna injustificáveis (e bastante enfadonhos) os seus 90 minutos de duração.Os actores não-profissionais não ajudam, pois embora os seus desempenhos não sejam desastrosos também não conseguem conceder complexidade às suas personagens, que se tornam banais e pouco estimulantes.Mais inócuo do que propriamente indigesto, “Longing” vê-se com algum esforço mas em contrapartida esquece-se com facilidade. E O VEREDICTO É: 1/5 - DISPENSÁVEL


“Longing” (Sehnsucht), a primeira longa-metragem de Valeska Grisebach, tem sido um dos filmes mais elogiados do cinema independente alemão dos últimos tempos, mas ao vê-lo não se percebe muito bem o motivo da aclamação.Seguindo o dia-a-dia de um jovem mecânico dos arredores de Berlim, a película é uma ficção, por vezes próxima do documentário (pelo modo realista como capta o quotidiano de pequenas localidades e dos seus habitantes) centrada num triângulo amoroso, constituído pelo protagonista, a sua namorada e uma mulher que este conhece numa das suas missões como bombeiro voluntário.Supõe-se que Grisebach tenta fazer do filme um introspectivo e plácido ensaio sobre a infidelidade, a falta de comunicação e a carência emocional, mas não basta filmar as personagens a trocar abraços e juras de amor, de forma agridoce mas pelo menos não enjoativa, para que esse retrato das relações amorosas seja especialmente marcante.Mesmo que ocasionalmente a realizadora gere um ou outro momento onde a cumplicidade dos casais é bem traduzida, essas fugazes cenas não compensam a quase nula tensão dramática que o filme apresenta.Contemplativo e caracterizado por longos silêncios – os diálogos são curtos e escassos -, “Longing” talvez pudesse ter algum interesse enquanto curta ou média metragem, mas Grisebach não parece ter muito a dizer e torna injustificáveis (e bastante enfadonhos) os seus 90 minutos de duração.Os actores não-profissionais não ajudam, pois embora os seus desempenhos não sejam desastrosos também não conseguem conceder complexidade às suas personagens, que se tornam banais e pouco estimulantes.Mais inócuo do que propriamente indigesto, “Longing” vê-se com algum esforço mas em contrapartida esquece-se com facilidade. E O VEREDICTO É: 1/5 - DISPENSÁVEL

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