gonn1000: BATAM PALMAS E DIGAM "YEAH!"

30-06-2011
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"Prefiro o calor", revelou o vocalista Stuart Murdoch, numa das muitas declarações que fez ao público, a propósito da comparação do clima de Portugal com o da Suécia, um dos países onde actuaram recentemente.E o calor foi mesmo um dos elementos nucleares do concerto de ontem dos Belle and Sebastian no Coliseu de Lisboa, não só pelas altas temperaturas que se faziam sentir mas sobretudo devido ao calor humano que emanou de um contacto recíproco e constante entre a banda e o público.É difícil avaliar quem foi mais dedicado, se os elementos do grupo, com uma boa-disposição e simpatia contagiantes, ou os espectadores, grande parte deles frenéticos e claramente arrebatados canção após canção.Actuando perante um auditório longe de esgotado, mas bem preenchido, o colectivo escocês veio apresentar ao vivo o seu mais recente disco, "The Life Pursuit", editado este ano, mas o alinhamento do espectáculo não esqueceu marcos de registos anteriores, desde álbuns a EPs, como "The Boy With The Arab Strap" ou "If You're Feeling Sinister".A sua indie pop primaveril e agridoce, com letras simultaneamente irónicas e melancólicas, obteve reacção imediata de um público que foi embalado pela carga upbeat das melodias logo desde os primeiros minutos.A própria postura da banda ajudou à consolidação de um ambiente festivo, uma vez que todos os músicos evidenciaram entusiasmo e entrega, em particular o vocalista, imparável durante toda a noite. Um dos momentos altos foi, de resto, quando Murdoch convidou uma espectadora para dançar com ele no palco, comprovando que, para além de ser convincente como cantor, também ganha pontos como entertainer.Animando os muitos fãs ao longo de duas horas, os Belle and Sebastian levaram a uma rendição quase incondicional. Contudo, para quem não é especial admirador do grupo a receita desta pop vibrante - regada com palminhas recorrentes e insistindo frequentemente na temática boy meets girl - pode revelar-se cansativa, até porque o cardápio sonoro não é especialmente versátil, apesar da diversidade de instrumentos (entre guitarras, trompetes, xilofones ou pianos).Em registo diametralmente oposto actuaram os portugueses Pop Dell'Arte, que tiveram a seu cargo o aquecimento da noite. A banda de João Peste proporcionou um concerto competente, ainda que com uma atitude bem mais discreta e contida do que a dos Belle and Sebastian, limitando-se a apresentar canções como "Querelle" ou "Ilogic Plastik" sem encetar grandes contactos com o público. A que resultou melhor terá sido "O Amor É… Um Gajo Estranho", cujo estranho magnetismo gerou o momento mais denso e intrigante.E O VEREDICTO É: 2,5/5 - RAZOÁVELBelle and Sebastian - "Step Into My Office"


"Prefiro o calor", revelou o vocalista Stuart Murdoch, numa das muitas declarações que fez ao público, a propósito da comparação do clima de Portugal com o da Suécia, um dos países onde actuaram recentemente.E o calor foi mesmo um dos elementos nucleares do concerto de ontem dos Belle and Sebastian no Coliseu de Lisboa, não só pelas altas temperaturas que se faziam sentir mas sobretudo devido ao calor humano que emanou de um contacto recíproco e constante entre a banda e o público.É difícil avaliar quem foi mais dedicado, se os elementos do grupo, com uma boa-disposição e simpatia contagiantes, ou os espectadores, grande parte deles frenéticos e claramente arrebatados canção após canção.Actuando perante um auditório longe de esgotado, mas bem preenchido, o colectivo escocês veio apresentar ao vivo o seu mais recente disco, "The Life Pursuit", editado este ano, mas o alinhamento do espectáculo não esqueceu marcos de registos anteriores, desde álbuns a EPs, como "The Boy With The Arab Strap" ou "If You're Feeling Sinister".A sua indie pop primaveril e agridoce, com letras simultaneamente irónicas e melancólicas, obteve reacção imediata de um público que foi embalado pela carga upbeat das melodias logo desde os primeiros minutos.A própria postura da banda ajudou à consolidação de um ambiente festivo, uma vez que todos os músicos evidenciaram entusiasmo e entrega, em particular o vocalista, imparável durante toda a noite. Um dos momentos altos foi, de resto, quando Murdoch convidou uma espectadora para dançar com ele no palco, comprovando que, para além de ser convincente como cantor, também ganha pontos como entertainer.Animando os muitos fãs ao longo de duas horas, os Belle and Sebastian levaram a uma rendição quase incondicional. Contudo, para quem não é especial admirador do grupo a receita desta pop vibrante - regada com palminhas recorrentes e insistindo frequentemente na temática boy meets girl - pode revelar-se cansativa, até porque o cardápio sonoro não é especialmente versátil, apesar da diversidade de instrumentos (entre guitarras, trompetes, xilofones ou pianos).Em registo diametralmente oposto actuaram os portugueses Pop Dell'Arte, que tiveram a seu cargo o aquecimento da noite. A banda de João Peste proporcionou um concerto competente, ainda que com uma atitude bem mais discreta e contida do que a dos Belle and Sebastian, limitando-se a apresentar canções como "Querelle" ou "Ilogic Plastik" sem encetar grandes contactos com o público. A que resultou melhor terá sido "O Amor É… Um Gajo Estranho", cujo estranho magnetismo gerou o momento mais denso e intrigante.E O VEREDICTO É: 2,5/5 - RAZOÁVELBelle and Sebastian - "Step Into My Office"

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