Vias de Facto: Pronto, já está tudo mais claro

06-07-2011
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O João Rodrigues, na sequência de uma troca de pontos de vista com o Nuno e comigo, entrega-nos uma transparente definição: «O socialismo é aqui entendido como o esforço igualitário para descobrir os melhores arranjos que democratizem o Estado e as instituições da economia, a partir do robustecimento da sociedade civil, do que vamos sabendo sobre as possibilidades da acção colectiva.»
Quer isto dizer, simplesmente, que o Nuno tem toda a razão. E o João também. Falam é de conceitos distantes, que pouco mais partilham do que o nome.
O João não gosta de utopias e investe o seu pensamento na optimização de um processo que, através de arranjos cumulativos, democratize ao máximo a nossa vida social, económica e cívica. O Nuno tem por certo que «o caminho dessa alternativa passa mais pela construção de uma ideia da possibilidade de uma ruptura global do que de um conjunto de pequenas reformas ou “utopias possíveis”.» Um detecta «piadolas» onde o outro encontra um roteiro para viajar entre o «imaginável e o inimaginável».
Sem resposta fica o que me parece o mais premente ponto do Nuno: a urgência de evitar uma catástrofe ambiental que, aparentemente, não vai esperar pelos resultados de tantos esforços e arranjos. Infelizmente, também não se vislumbra gérmen capaz de originar a salvífica revolução que vai redimir a vida e poupar o mundo.
Mas talvez seja apenas depois desse cataclismo que poderemos por fim ver o que está para lá do horizonte de acontecimentos que agora nos cerceia a imaginação.


O João Rodrigues, na sequência de uma troca de pontos de vista com o Nuno e comigo, entrega-nos uma transparente definição: «O socialismo é aqui entendido como o esforço igualitário para descobrir os melhores arranjos que democratizem o Estado e as instituições da economia, a partir do robustecimento da sociedade civil, do que vamos sabendo sobre as possibilidades da acção colectiva.»
Quer isto dizer, simplesmente, que o Nuno tem toda a razão. E o João também. Falam é de conceitos distantes, que pouco mais partilham do que o nome.
O João não gosta de utopias e investe o seu pensamento na optimização de um processo que, através de arranjos cumulativos, democratize ao máximo a nossa vida social, económica e cívica. O Nuno tem por certo que «o caminho dessa alternativa passa mais pela construção de uma ideia da possibilidade de uma ruptura global do que de um conjunto de pequenas reformas ou “utopias possíveis”.» Um detecta «piadolas» onde o outro encontra um roteiro para viajar entre o «imaginável e o inimaginável».
Sem resposta fica o que me parece o mais premente ponto do Nuno: a urgência de evitar uma catástrofe ambiental que, aparentemente, não vai esperar pelos resultados de tantos esforços e arranjos. Infelizmente, também não se vislumbra gérmen capaz de originar a salvífica revolução que vai redimir a vida e poupar o mundo.
Mas talvez seja apenas depois desse cataclismo que poderemos por fim ver o que está para lá do horizonte de acontecimentos que agora nos cerceia a imaginação.

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