Carrinha do SIRESP nas traseiras do Parlamento levanta suspeitas

15-11-2013
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Equipamento móvel de telecomunicações instalado há dois dias num estacionamento da AR.

A suspeita instalou-se na Assembleia da República (AR). Os deputados questionam-se entre si e os funcionários comentam, numa altura em que o aparato securitário à volta do edifício se tornou mais visível com a permanência de baias à volta do palácio e mais agentes nas imediações. Há dois dias que uma carrinha equipada com uma enorme antena se encontra estacionada nas traseiras do Parlamento. Foi a sigla colada às laterais do veículo que chamou a atenção. O equipamento pertence ao Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP).

Entre os deputados, não havia quem soubesse da justificação para a instalação daquele equipamento em São Bento. "Pois, não sei, mas gostava de saber", assumia um deputado do PS. Um funcionário do Parlamento reconhecia o "aspecto pidesco" que pairava nas traseiras do antigo convento.

Nos corredores, havia quem tentasse contextualizar o novo aparato de segurança com as manifestações ocorridas e a ocorrer nas imediações do palácio. "Há uma marcada para o próximo dia 31, não é?", lembrou um deputado antes de se questionar se o veículo não teria escondido dentro de si um mecanismo de bloqueio de sinal de redes telefónicas móveis. "As manifestações agora são organizadas por telemóvel e através das redes sociais...", explicava o parlamentar. Outro deputado admitia ainda que a carrinha ali estivesse devido à passagem por ali de Angela Merkel, a 12 de Novembro. E havia quem comentasse ter sentido, nos últimos dias, maiores dificuldades na utilização dos telemóveis.

O responsável pela segurança do Parlamento desmentiu, contudo, que existisse qualquer objectivo mais sinistro para a presença da carrinha. "Esse equipamento foi requisitado para reforço do sinal Tetra [um sistema de telecomunicações digital] na AR. Nós estamos a utilizar os sistema de comunicações do SIRESP e estávamos com dificuldades de sinal, que foi reforçado com um repetidor móvel. É um processo que decorre há seis meses", explica o tenente-coronel António Paixão. Daí que tenha sido colocado no Parlamento um dos dois móveis que o SIRESP tem "para responder a estas situações".

O oficial confirma que o equipamento está "operacional desde ontem [anteontem] ao meio-dia" para responder às dificuldades. Aquele responsável identificou os locais onde o sinal não chegava: "Paredes grossas, a geometria do palácio e os parques de estacionamento subterrâneos." António Paixão adiantou ainda que está a ser feito um estudo para encontrar um local adequado para instalar repetidores de sinal permanentes que substituam a carrinha do SIRESP. Questionado sobre se fora colocado devido às manifestações, Paixão foi peremptório: "Não tem nada a ver com isso."

O site do SIRESP explica para que servem as carrinhas. As "estações móveis" visam "o reforço e expansão da rede em situações de catástrofe ou de acidente de grandes proporções, permitindo um acréscimo da sua capacidade de resposta em acções que envolvam um elevado número de meios operacionais". Também podem "assegurar um serviço temporário de comunicações em zonas de cobertura limitada ou em substituição de uma estação-base inoperacional, um aumento temporário da cobertura interior em edifícios e uma cobertura temporária em túneis".

O SIRESP foi montado para assegurar a satisfação das necessidades de comunicações das forças e serviços de emergência e de segurança, satisfazendo a intercomunicação e a interoperabilidade entre as diversas forças e serviços e, em caso de emergência, permitir a centralização do comando e da coordenação.

A lista dos utilizadores desta rede de comunicações é extensa. Vai desde as corporações de bombeiros e a Cruz Vermelha até às Forças Armadas e todas as forças de segurança (PSP, GNR e PJ). E, como não podia deixar de ser, o SIS - Serviço de Informações de Segurança.

Equipamento móvel de telecomunicações instalado há dois dias num estacionamento da AR.

A suspeita instalou-se na Assembleia da República (AR). Os deputados questionam-se entre si e os funcionários comentam, numa altura em que o aparato securitário à volta do edifício se tornou mais visível com a permanência de baias à volta do palácio e mais agentes nas imediações. Há dois dias que uma carrinha equipada com uma enorme antena se encontra estacionada nas traseiras do Parlamento. Foi a sigla colada às laterais do veículo que chamou a atenção. O equipamento pertence ao Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP).

Entre os deputados, não havia quem soubesse da justificação para a instalação daquele equipamento em São Bento. "Pois, não sei, mas gostava de saber", assumia um deputado do PS. Um funcionário do Parlamento reconhecia o "aspecto pidesco" que pairava nas traseiras do antigo convento.

Nos corredores, havia quem tentasse contextualizar o novo aparato de segurança com as manifestações ocorridas e a ocorrer nas imediações do palácio. "Há uma marcada para o próximo dia 31, não é?", lembrou um deputado antes de se questionar se o veículo não teria escondido dentro de si um mecanismo de bloqueio de sinal de redes telefónicas móveis. "As manifestações agora são organizadas por telemóvel e através das redes sociais...", explicava o parlamentar. Outro deputado admitia ainda que a carrinha ali estivesse devido à passagem por ali de Angela Merkel, a 12 de Novembro. E havia quem comentasse ter sentido, nos últimos dias, maiores dificuldades na utilização dos telemóveis.

O responsável pela segurança do Parlamento desmentiu, contudo, que existisse qualquer objectivo mais sinistro para a presença da carrinha. "Esse equipamento foi requisitado para reforço do sinal Tetra [um sistema de telecomunicações digital] na AR. Nós estamos a utilizar os sistema de comunicações do SIRESP e estávamos com dificuldades de sinal, que foi reforçado com um repetidor móvel. É um processo que decorre há seis meses", explica o tenente-coronel António Paixão. Daí que tenha sido colocado no Parlamento um dos dois móveis que o SIRESP tem "para responder a estas situações".

O oficial confirma que o equipamento está "operacional desde ontem [anteontem] ao meio-dia" para responder às dificuldades. Aquele responsável identificou os locais onde o sinal não chegava: "Paredes grossas, a geometria do palácio e os parques de estacionamento subterrâneos." António Paixão adiantou ainda que está a ser feito um estudo para encontrar um local adequado para instalar repetidores de sinal permanentes que substituam a carrinha do SIRESP. Questionado sobre se fora colocado devido às manifestações, Paixão foi peremptório: "Não tem nada a ver com isso."

O site do SIRESP explica para que servem as carrinhas. As "estações móveis" visam "o reforço e expansão da rede em situações de catástrofe ou de acidente de grandes proporções, permitindo um acréscimo da sua capacidade de resposta em acções que envolvam um elevado número de meios operacionais". Também podem "assegurar um serviço temporário de comunicações em zonas de cobertura limitada ou em substituição de uma estação-base inoperacional, um aumento temporário da cobertura interior em edifícios e uma cobertura temporária em túneis".

O SIRESP foi montado para assegurar a satisfação das necessidades de comunicações das forças e serviços de emergência e de segurança, satisfazendo a intercomunicação e a interoperabilidade entre as diversas forças e serviços e, em caso de emergência, permitir a centralização do comando e da coordenação.

A lista dos utilizadores desta rede de comunicações é extensa. Vai desde as corporações de bombeiros e a Cruz Vermelha até às Forças Armadas e todas as forças de segurança (PSP, GNR e PJ). E, como não podia deixar de ser, o SIS - Serviço de Informações de Segurança.

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