CGTP trouxe "70 mil" à rua e tem greve geral "em cima da mesa"

01-07-2011
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Pelas suas contas, 70 mil manifestantes (50 mil em Lisboa, 20 mil no Porto) compareceram à chamada da Intersindical. Número que anunciou quando subiu ao carro de som, em São Bento, depois de feito o percurso desde o Marquês de Pombal.

Esta participação, para o líder sindical, indica a disponibilidade dos trabalhadores em "continuar e aumentar a luta". Estavam preparados, portanto, para "elevar o patamar". Patamar esse que pode chegar à greve geral nos próximas horas, quando a CGTP reunir os seus órgãos dirigentes no rescaldo das manifestações e das medidas governamentais de austeridade.

Foi o próprio Carvalho da Silva quem remeteu para essas "reuniões", quando questionado sobre o próximo passo da organização. Explicou que a comissão executiva se reuniria ontem à noite, tendo como pano de fundo as medidas extraordinárias decididas pelo Governo. Seguir-se-ia hoje o conselho nacional para decidir que outras formas de luta a Intersindical levará a cabo nos próximos meses. Seriam aprovadas em plenário de sindicatos, a realizar amanhã na Aula Magna, em Lisboa.

Sobre a hipótese de convocação de uma greve geral o secretário-geral da CGTP pouco adiantou. "A CGTP nunca faz ameaças", afirmou antes de lembrar as "reuniões" previstas para os próximos dias.

Ainda assim, no seu discurso o secretário-geral prometeu, à frente da Assembleia da República, a intensificação e a ampliação da luta dos trabalhadores. "Uma extraordinária manifestação, mas foi apenas o ponto de partida para outras lutas", resumiu. "Não tenho dúvidas de que vamos passar por protestos de carácter mais geral e de grande envolvimento dos portugueses", disse Carvalho da Silva, escusando-se, no entanto, a falar em greve geral.

Mas outros dirigentes não se mostraram tão cautelosos. "Se, porventura, o Governo hoje anunciar novas medidas contra os trabalhadores e o povo português, não deixará de ter a resposta adequada, quer da CGTP, quer dos trabalhadores, dos desempregados, dos jovens e dos pensionistas", assegurou à Lusa Arménio Carlos, membro da comissão executiva da CGTP.

Mário Nogueira, da Fenprof, admitiu a greve geral como "uma das acções que tem de estar em cima da mesa". Referindo-se à adesão às manifestações, concluiu que "todos os trabalhadores já perceberam que a luta tem de ser geral". E, questionado sobre se as recentes medidas decididas pelo Governo colocavam o país mais perto de uma greve geral do que há uns meses, disparou: "Se calhar estamos mais próximos disso, sim. E se calhar quando ficarmos a conhecer o Orçamento do Estado mais razões, porventura, haverá."

Nas discussões dentro da estrutura sindical já antes se discutia essa opção. Segundo o Jornal de Negócios, "as intervenções a favor e contra a convocação de uma greve geral subiram de tom na passada na segunda-feira, na última reunião da comissão executiva da Intersindical".

Pela amostra perceptível entre os manifestantes de ontem, parece garantido o endurecimento da luta contra o Governo e patronato. Jorge Costa, trabalhador da administração local que veio de Sintra para o protesto, assinava por baixo uma greve geral. "O Governo está-se marimbar para nós. Tem que se fazer pressão." Mais à frente, Guilherme Silva garantiu que apoiaria uma paralisação de todos os trabalhadores devido ao "clima de miséria que se instalou em Portugal". Mas desde logo expressou as suas dúvidas sobre o impacto de uma medida dessas: "Este Governo não tem medo de nada. Isto já não vai lá com greves. Só com outro 25 de Abril."

Entre os dirigentes partidários que marcaram presença na manifestação, Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, disse: "É com a luta de massas e dos trabalhadores que se pode travar a iniciativa do Governo."

Embora não fosse essa a intenção confessada da CGTP, o país sentiu nas ruas a jornada de luta sindical. Chegaram relatos de escolas encerradas por todo o país, assim como de alguns serviços hospitalares.

Pelas suas contas, 70 mil manifestantes (50 mil em Lisboa, 20 mil no Porto) compareceram à chamada da Intersindical. Número que anunciou quando subiu ao carro de som, em São Bento, depois de feito o percurso desde o Marquês de Pombal.

Esta participação, para o líder sindical, indica a disponibilidade dos trabalhadores em "continuar e aumentar a luta". Estavam preparados, portanto, para "elevar o patamar". Patamar esse que pode chegar à greve geral nos próximas horas, quando a CGTP reunir os seus órgãos dirigentes no rescaldo das manifestações e das medidas governamentais de austeridade.

Foi o próprio Carvalho da Silva quem remeteu para essas "reuniões", quando questionado sobre o próximo passo da organização. Explicou que a comissão executiva se reuniria ontem à noite, tendo como pano de fundo as medidas extraordinárias decididas pelo Governo. Seguir-se-ia hoje o conselho nacional para decidir que outras formas de luta a Intersindical levará a cabo nos próximos meses. Seriam aprovadas em plenário de sindicatos, a realizar amanhã na Aula Magna, em Lisboa.

Sobre a hipótese de convocação de uma greve geral o secretário-geral da CGTP pouco adiantou. "A CGTP nunca faz ameaças", afirmou antes de lembrar as "reuniões" previstas para os próximos dias.

Ainda assim, no seu discurso o secretário-geral prometeu, à frente da Assembleia da República, a intensificação e a ampliação da luta dos trabalhadores. "Uma extraordinária manifestação, mas foi apenas o ponto de partida para outras lutas", resumiu. "Não tenho dúvidas de que vamos passar por protestos de carácter mais geral e de grande envolvimento dos portugueses", disse Carvalho da Silva, escusando-se, no entanto, a falar em greve geral.

Mas outros dirigentes não se mostraram tão cautelosos. "Se, porventura, o Governo hoje anunciar novas medidas contra os trabalhadores e o povo português, não deixará de ter a resposta adequada, quer da CGTP, quer dos trabalhadores, dos desempregados, dos jovens e dos pensionistas", assegurou à Lusa Arménio Carlos, membro da comissão executiva da CGTP.

Mário Nogueira, da Fenprof, admitiu a greve geral como "uma das acções que tem de estar em cima da mesa". Referindo-se à adesão às manifestações, concluiu que "todos os trabalhadores já perceberam que a luta tem de ser geral". E, questionado sobre se as recentes medidas decididas pelo Governo colocavam o país mais perto de uma greve geral do que há uns meses, disparou: "Se calhar estamos mais próximos disso, sim. E se calhar quando ficarmos a conhecer o Orçamento do Estado mais razões, porventura, haverá."

Nas discussões dentro da estrutura sindical já antes se discutia essa opção. Segundo o Jornal de Negócios, "as intervenções a favor e contra a convocação de uma greve geral subiram de tom na passada na segunda-feira, na última reunião da comissão executiva da Intersindical".

Pela amostra perceptível entre os manifestantes de ontem, parece garantido o endurecimento da luta contra o Governo e patronato. Jorge Costa, trabalhador da administração local que veio de Sintra para o protesto, assinava por baixo uma greve geral. "O Governo está-se marimbar para nós. Tem que se fazer pressão." Mais à frente, Guilherme Silva garantiu que apoiaria uma paralisação de todos os trabalhadores devido ao "clima de miséria que se instalou em Portugal". Mas desde logo expressou as suas dúvidas sobre o impacto de uma medida dessas: "Este Governo não tem medo de nada. Isto já não vai lá com greves. Só com outro 25 de Abril."

Entre os dirigentes partidários que marcaram presença na manifestação, Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, disse: "É com a luta de massas e dos trabalhadores que se pode travar a iniciativa do Governo."

Embora não fosse essa a intenção confessada da CGTP, o país sentiu nas ruas a jornada de luta sindical. Chegaram relatos de escolas encerradas por todo o país, assim como de alguns serviços hospitalares.

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