PCP aberto a integrar Governo com outros "sectores políticos"

25-11-2012
marcar artigo

Jerónimo de Sousa apresentou compromisso eleitoral onde se encontram diferenças, ainda que subtis, em relação ao programa anunciado há dois anos

O PCP apresentou ontem, na Casa do Alentejo, o seu programa eleitoral para 5 de Junho, tornando-se o primeiro dos partidos com assento parlamentar a avançar com o seu compromisso. Os comunistas estão disponíveis para governar com outros partidos e independentes. Entre as diferenças que surgem no novo programa eleitoral do PCP está a mudança subtil para uma maior abertura. Diferenças que se revelam nas violentas críticas ao "vale-tudo na vida política" e na acusação de "ingerências no poder judicial".

O programa apresentado é bem menos extenso do que o de 2009. Até porque os comunistas afirmaram que muito do que defendiam em 2009 se aplicava agora. Mas há diferenças, ainda que subtis, entre os dois textos. Uma delas é a forma como o PCP se refere ao Governo capaz de concretizar a "política necessária à resolução dos problemas do país". No Compromisso de 2011, o PCP defende um Governo "constituído com base nas forças e sectores políticos, democratas e personalidades independentes, que se identificam com a política patriótica e de esquerda".

A diferença para o programa de há dois anos está na referência a "sectores políticos" e a "personalidades independentes". Em 2009, o programa citava a resolução do XVIII Congresso onde se admitia o empenho no diálogo e cooperação com "forças, sectores e personalidades democráticas".

É de notar que há duas semanas uma delegação de dirigentes comunistas se reuniu com dirigentes do Bloco de Esquerda, a pedido deste último partido, reconhecendo a sintonia na defesa de um conjunto de políticas. Em cima da mesa estava a coordenação do trabalho parlamentar após as eleições.

O melhor do Público no email Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Subscrever ×

Outra das diferenças está na assertividade com que se caracteriza a "degradação da democracia política" e das "ingerências no poder judicial".

O programa denuncia o "alastramento da corrupção e do tráfico de influências, as promessas incumpridas, a falta de transparência, a chantagem, a mentira e o vale-tudo na vida política, atingindo níveis nunca vistos, inaceitáveis e incompatíveis com o regime democrático". Ao nível da Justiça, o PCP sublinhou as "continuadas pressões e ingerências no poder judicial" que "comprometiam a realização da justiça, sobretudo nos casos da criminalidade mais grave".

Na apresentação, Jerónimo de Sousa marcou a diferença entre o PCP e os partidos que governam o país há 35 anos. PS, PSD e CDS "são a troika da submissão à troika da ingerência e da dominação", e incapazes de apresentar propostas para responder aos problemas do país. "Troika de partidos que tudo fazem para iludir as causas da crise e as suas responsabilidades, para persistirem nas mesmas políticas de destruição dos sectores produtivos e da produção nacional, de privatizações, de endividamento e especulação financeira", acusou.

Jerónimo de Sousa apresentou compromisso eleitoral onde se encontram diferenças, ainda que subtis, em relação ao programa anunciado há dois anos

O PCP apresentou ontem, na Casa do Alentejo, o seu programa eleitoral para 5 de Junho, tornando-se o primeiro dos partidos com assento parlamentar a avançar com o seu compromisso. Os comunistas estão disponíveis para governar com outros partidos e independentes. Entre as diferenças que surgem no novo programa eleitoral do PCP está a mudança subtil para uma maior abertura. Diferenças que se revelam nas violentas críticas ao "vale-tudo na vida política" e na acusação de "ingerências no poder judicial".

O programa apresentado é bem menos extenso do que o de 2009. Até porque os comunistas afirmaram que muito do que defendiam em 2009 se aplicava agora. Mas há diferenças, ainda que subtis, entre os dois textos. Uma delas é a forma como o PCP se refere ao Governo capaz de concretizar a "política necessária à resolução dos problemas do país". No Compromisso de 2011, o PCP defende um Governo "constituído com base nas forças e sectores políticos, democratas e personalidades independentes, que se identificam com a política patriótica e de esquerda".

A diferença para o programa de há dois anos está na referência a "sectores políticos" e a "personalidades independentes". Em 2009, o programa citava a resolução do XVIII Congresso onde se admitia o empenho no diálogo e cooperação com "forças, sectores e personalidades democráticas".

É de notar que há duas semanas uma delegação de dirigentes comunistas se reuniu com dirigentes do Bloco de Esquerda, a pedido deste último partido, reconhecendo a sintonia na defesa de um conjunto de políticas. Em cima da mesa estava a coordenação do trabalho parlamentar após as eleições.

O melhor do Público no email Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos do Público. Subscrever ×

Outra das diferenças está na assertividade com que se caracteriza a "degradação da democracia política" e das "ingerências no poder judicial".

O programa denuncia o "alastramento da corrupção e do tráfico de influências, as promessas incumpridas, a falta de transparência, a chantagem, a mentira e o vale-tudo na vida política, atingindo níveis nunca vistos, inaceitáveis e incompatíveis com o regime democrático". Ao nível da Justiça, o PCP sublinhou as "continuadas pressões e ingerências no poder judicial" que "comprometiam a realização da justiça, sobretudo nos casos da criminalidade mais grave".

Na apresentação, Jerónimo de Sousa marcou a diferença entre o PCP e os partidos que governam o país há 35 anos. PS, PSD e CDS "são a troika da submissão à troika da ingerência e da dominação", e incapazes de apresentar propostas para responder aos problemas do país. "Troika de partidos que tudo fazem para iludir as causas da crise e as suas responsabilidades, para persistirem nas mesmas políticas de destruição dos sectores produtivos e da produção nacional, de privatizações, de endividamento e especulação financeira", acusou.

marcar artigo