Um problema chamado RAP na Festa onde não se viu ninguém a controlar entradas

12-09-2020
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Em nenhuma das duas portas — há uma terceira para serviços — existem torniquetes ou qualquer contador de entradas que são apenas validadas através do tal furador. O PCP explicou esta semana ao jornal Público que a “Entrada Permanente [EP]– título de solidariedade está à venda e disponível para aquisição nas organizações” e que a “sua compra prossegue, num quadro em que uma parte não correspondendo a deslocações à Festa, mas sim a gestos de apoio, possibilita que sejam ainda alguns milhares as entradas que podem ser adquiridas, atendível a capacidade fixada”. Ou seja, estavam a ser vendidas EP acima do número limite, a título de apoio ao partido, que não corresponderiam a entradas reais. De qualquer forma, o PCP não diz nunca quantas entradas reais vendeu.

Na segunda porta chegou a ser explicado ao Observador, no bengaleiro, que a DGS teria estado na Festa na sexta-feira, a fiscalizar o cumprimento das diretivas sanitárias. Contactada pelo Observador, a DGS disse que a função de fiscalizar não cabe a esta autoridade que depende do Ministério da Saúde. “Não esteve ninguém da DGS na Festa do Avante, nem irá”, disse fonte oficial em resposta ao Observador, acrescentando que não é um “organismo fiscalizador, não tem capacidade nem competências para fiscalizar as pessoas que entram ou vão entrar no recinto”. Também é garantido que “o PCP se comprometeu escrupulosamente a cumprir todas as regras e, por isso, a DGS acredita que estejam a controlar de alguma forma a entrada das pessoas”.

Estavam membros da Proteção Civil dentro do recinto do Avante, a tal Quinta no Seixal que Ricardo Araújo Pereira compara a “30 campos de futebol”. São, de facto, 30 hectares de espaço para um número limite de pessoas em simultâneo que primeiro foi reduzido para 33 mil pessoas e depois, pela DGS, para pouco mais de 16 mil. O humorista voltou à Festa 20 anos depois da última em que tinha 26 anos (idade em que se desvinculou do partido, de que se tornou militante aos 24), para um debate que excedeu expectativas e também as regras sanitárias.

Ouça aqui os 5 momentos mais marcantes de Ricardo Araújo Pereira na Festa do Avante:

“Olha aí, camarada! Isso é o que os jornalistas querem ouvir”. A enchente RAP

Pelas 18h30, no palco junto à Feira do Livro da Festa do Avante, já pouco espaço livre (seguro) havia para ouvir o convidado especial da tarde, o ex-militante comunista Ricardo Araújo Pereira. O debate sobre “A política e o humor” demorou a arrancar, aliás teve mesmo um duplo arranque já que o moderador, Pedro Tadeu, teve de repetir a sua entrada depois de a organização ter pedido um tempo para tratar do som no fundo do espaço. Estavam mais de 300 pessoas espalhadas pelo espaço ao ar livre (durante o evento chegaram a ser perto de 500), mas bem mais juntas do que mandam as regras da DGS, e a densidade não melhorou mesmo depois desse pedido de tempo extra.

A notícia correu depressa e, no final do debate, Ricardo Araújo Pereira comentava no Observador que já alguns amigos lhe tinham enviado a notícia a dar conta do que tinha estado ali à sua volta. Mas também disse que do que lhe “foi dado ver, as regras estavam ser cumpridas“.

A organização demonstrava algum nervosismo com a afluência a um dos momentos de debate naturalmente mais aguardado deste sábado. Pediam mais som para as colunas lá atrás e também que as pessoas se distribuíssem melhor pelo espaço. Não surtiu grande efeito. Lá atrás um dos espetadores protestava com a organização que “no autocarro da Carris é aos 500!”. E logo era travado por outro ao seu lado: “Olha aí, camarada! Isso é o que os jornalistas querem ouvir” — uma referência comum nesta Festa.

Em nenhuma das duas portas — há uma terceira para serviços — existem torniquetes ou qualquer contador de entradas que são apenas validadas através do tal furador. O PCP explicou esta semana ao jornal Público que a “Entrada Permanente [EP]– título de solidariedade está à venda e disponível para aquisição nas organizações” e que a “sua compra prossegue, num quadro em que uma parte não correspondendo a deslocações à Festa, mas sim a gestos de apoio, possibilita que sejam ainda alguns milhares as entradas que podem ser adquiridas, atendível a capacidade fixada”. Ou seja, estavam a ser vendidas EP acima do número limite, a título de apoio ao partido, que não corresponderiam a entradas reais. De qualquer forma, o PCP não diz nunca quantas entradas reais vendeu.

Na segunda porta chegou a ser explicado ao Observador, no bengaleiro, que a DGS teria estado na Festa na sexta-feira, a fiscalizar o cumprimento das diretivas sanitárias. Contactada pelo Observador, a DGS disse que a função de fiscalizar não cabe a esta autoridade que depende do Ministério da Saúde. “Não esteve ninguém da DGS na Festa do Avante, nem irá”, disse fonte oficial em resposta ao Observador, acrescentando que não é um “organismo fiscalizador, não tem capacidade nem competências para fiscalizar as pessoas que entram ou vão entrar no recinto”. Também é garantido que “o PCP se comprometeu escrupulosamente a cumprir todas as regras e, por isso, a DGS acredita que estejam a controlar de alguma forma a entrada das pessoas”.

Estavam membros da Proteção Civil dentro do recinto do Avante, a tal Quinta no Seixal que Ricardo Araújo Pereira compara a “30 campos de futebol”. São, de facto, 30 hectares de espaço para um número limite de pessoas em simultâneo que primeiro foi reduzido para 33 mil pessoas e depois, pela DGS, para pouco mais de 16 mil. O humorista voltou à Festa 20 anos depois da última em que tinha 26 anos (idade em que se desvinculou do partido, de que se tornou militante aos 24), para um debate que excedeu expectativas e também as regras sanitárias.

Ouça aqui os 5 momentos mais marcantes de Ricardo Araújo Pereira na Festa do Avante:

“Olha aí, camarada! Isso é o que os jornalistas querem ouvir”. A enchente RAP

Pelas 18h30, no palco junto à Feira do Livro da Festa do Avante, já pouco espaço livre (seguro) havia para ouvir o convidado especial da tarde, o ex-militante comunista Ricardo Araújo Pereira. O debate sobre “A política e o humor” demorou a arrancar, aliás teve mesmo um duplo arranque já que o moderador, Pedro Tadeu, teve de repetir a sua entrada depois de a organização ter pedido um tempo para tratar do som no fundo do espaço. Estavam mais de 300 pessoas espalhadas pelo espaço ao ar livre (durante o evento chegaram a ser perto de 500), mas bem mais juntas do que mandam as regras da DGS, e a densidade não melhorou mesmo depois desse pedido de tempo extra.

A notícia correu depressa e, no final do debate, Ricardo Araújo Pereira comentava no Observador que já alguns amigos lhe tinham enviado a notícia a dar conta do que tinha estado ali à sua volta. Mas também disse que do que lhe “foi dado ver, as regras estavam ser cumpridas“.

A organização demonstrava algum nervosismo com a afluência a um dos momentos de debate naturalmente mais aguardado deste sábado. Pediam mais som para as colunas lá atrás e também que as pessoas se distribuíssem melhor pelo espaço. Não surtiu grande efeito. Lá atrás um dos espetadores protestava com a organização que “no autocarro da Carris é aos 500!”. E logo era travado por outro ao seu lado: “Olha aí, camarada! Isso é o que os jornalistas querem ouvir” — uma referência comum nesta Festa.

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