Cinema Notebook: Snakes on a Plane (2006)

27-01-2012
marcar artigo


Certos filmes contêm no seu título toda uma sinopse. Outros conseguem, ainda, descrever todas as suas ambições com uma simples frase. “Snakes on a Plane” é o exemplo perfeito. Ao aceitar sugestões de planeamento, argumento e construção de diálogo de cibernautas de todo o mundo, “SoaP” revolucionou o cinema e originou um verdadeiro fenómeno de culto e divulgação por todo o planeta. Não, não é exagero. Para terem noção, no Google nenhum filme origina tantos resultados como “SoaP”.Para analisar “Serpentes a Bordo”, temos que ter uma noção básica de que o filme pretende ser uma obra de dedicação ao denominado “mau cinema” de série B, e que, as suas pretensões nunca foram sérias. É puro divertimento sadomasoquista, a cem à hora e com meia dúzia de momentos de culto imediato. Para muita pena minha, a crítica especializada nacional não percebeu isso e começou a distribuir “notas zero” a torto e a direito. Paciência. Felizmente ainda existe muita gente que aprecia cinema de segunda categoria. A prova disso é a elevadíssima nota que “SoaP” consegue em sites de votação pública, como por exemplo, o IMDb.com.Recheado de clichés, momentos cómico-trágicos notáveis e diálogos à “bad-ass nigga motherfucker”, “SoaP” é tão despreocupado e hormonal que acaba por ser relaxante e não, como seria de esperar ao juntar duas das mais temidas fobias humanas, sufocante. Sim, também é verdade que “Serpentes a Bordo” sobreviveu e cresceu devido a todo o “hype” que originou. Mas, para ser honesto, de todos os filmes desenrolados em aviões nos últimos anos (“Flightplan”, “Red Eye”, “Flight 93” e “United 93”), nenhum superou e agradou tanto as minhas expectativas como este “SoaP”. Porque o “mau” cinema consegue, muitas vezes, ser igual ou melhor do que o “bom” cinema.Como já li na Internet, “Snakes on a Plane” pretende ser o melhor “pior filme de sempre”. Provavelmente não o conseguiu (ainda me falta ver muito “mau” cinema), mas resultou em pleno a ideia. Ao contrário de tantos outros que pretendem ser bons mas acabam por ser patéticos, “SoaP” é, propositadamente, descabido de realidade e descomunalmente bem disposto de uma ponta à outra. Nunca pretende enganar o espectador e acaba por ser eficaz. Provavelmente serei o primeiro em terras lusas a “oferecer-lhe” um rótulo escrito de quatro estrelas. Eu sei que devia ter vergonha e manter a já pouca pseudo-intelectualidade que alguns ainda julgam na minha pessoa, mas não consigo resistir. Serei “cool”? Não, sou apenas banal! “Shame on me… shame on me!”


Certos filmes contêm no seu título toda uma sinopse. Outros conseguem, ainda, descrever todas as suas ambições com uma simples frase. “Snakes on a Plane” é o exemplo perfeito. Ao aceitar sugestões de planeamento, argumento e construção de diálogo de cibernautas de todo o mundo, “SoaP” revolucionou o cinema e originou um verdadeiro fenómeno de culto e divulgação por todo o planeta. Não, não é exagero. Para terem noção, no Google nenhum filme origina tantos resultados como “SoaP”.Para analisar “Serpentes a Bordo”, temos que ter uma noção básica de que o filme pretende ser uma obra de dedicação ao denominado “mau cinema” de série B, e que, as suas pretensões nunca foram sérias. É puro divertimento sadomasoquista, a cem à hora e com meia dúzia de momentos de culto imediato. Para muita pena minha, a crítica especializada nacional não percebeu isso e começou a distribuir “notas zero” a torto e a direito. Paciência. Felizmente ainda existe muita gente que aprecia cinema de segunda categoria. A prova disso é a elevadíssima nota que “SoaP” consegue em sites de votação pública, como por exemplo, o IMDb.com.Recheado de clichés, momentos cómico-trágicos notáveis e diálogos à “bad-ass nigga motherfucker”, “SoaP” é tão despreocupado e hormonal que acaba por ser relaxante e não, como seria de esperar ao juntar duas das mais temidas fobias humanas, sufocante. Sim, também é verdade que “Serpentes a Bordo” sobreviveu e cresceu devido a todo o “hype” que originou. Mas, para ser honesto, de todos os filmes desenrolados em aviões nos últimos anos (“Flightplan”, “Red Eye”, “Flight 93” e “United 93”), nenhum superou e agradou tanto as minhas expectativas como este “SoaP”. Porque o “mau” cinema consegue, muitas vezes, ser igual ou melhor do que o “bom” cinema.Como já li na Internet, “Snakes on a Plane” pretende ser o melhor “pior filme de sempre”. Provavelmente não o conseguiu (ainda me falta ver muito “mau” cinema), mas resultou em pleno a ideia. Ao contrário de tantos outros que pretendem ser bons mas acabam por ser patéticos, “SoaP” é, propositadamente, descabido de realidade e descomunalmente bem disposto de uma ponta à outra. Nunca pretende enganar o espectador e acaba por ser eficaz. Provavelmente serei o primeiro em terras lusas a “oferecer-lhe” um rótulo escrito de quatro estrelas. Eu sei que devia ter vergonha e manter a já pouca pseudo-intelectualidade que alguns ainda julgam na minha pessoa, mas não consigo resistir. Serei “cool”? Não, sou apenas banal! “Shame on me… shame on me!”

marcar artigo