Cinema Notebook: The Tailor of Panama (2001)

24-01-2012
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Baseado num dos romances de espionagem mais conhecidos de John Le Carré – autor, entre outros, de “O Fiel Jardineiro” -, temos Geoffrey Rush como Harry Pendel, um ex-condenado transformado em alfaiate dos ricos e corruptos, e casado com a inteligente e sensual Louisa (Jamie Lee Curtis). Realizado por John Boorman e tendo como pano de fundo o enigmático Canal do Panamá, onde nada é o que parece, contamos ainda com Andrew Osnard (Pierce Brosnan), um elegante e impiedoso sedutor espião britânico, que obriga Harry a transmitir-lhe o que dizem os poderosos políticos que veste. O talento de Harry para contar histórias leva-o a tecer uma elaborada intriga que não só é levada a sério, como origina uma cadeia de acontecimentos que ameaça destruir tudo aquilo a que ele dá mais valor na vida.“O Alfaiate do Panamá” é um filme esquivo, mas digno de interesse, que mistura, de forma muito pouco ortodoxa, uma certa trafulhice visual com um sentimento de absurdo cómico. O seu estilo alterna em vários momentos da obra entre o thriller de espionagem e a sátira politíca, como bem demonstram as personagens bipolares de Brosnan e Rush. Felizmente, e ao contrário do que foi “vendido” - e ainda hoje o é, com a capa do DVD a dar especial proeminência ao ex-Bond – a película é muito mais de Geoffrey do que de Pierce. E tal como Rush, o filme é ele próprio estranho.O argumento foge ao usual, com uma polissemia que transforma várias ocasiões em ensejos de vários significados. Com uma faceta complicada, expressiva e veloz, “The Tailor of Panama” é dono de uma versatilidade que o prejudica. Isto porque, ao contrário do que foi feito na adaptação da outra obra de Le Carré previamente citada, a história em si parece perder influência e autoridade para os devaneios de realização de Boorman. Por outras palavras, o mistério literário perde a sua alma para a Sétima Arte e as suas manhas habituais. Um filme que satisfaz mas não ilude.


Baseado num dos romances de espionagem mais conhecidos de John Le Carré – autor, entre outros, de “O Fiel Jardineiro” -, temos Geoffrey Rush como Harry Pendel, um ex-condenado transformado em alfaiate dos ricos e corruptos, e casado com a inteligente e sensual Louisa (Jamie Lee Curtis). Realizado por John Boorman e tendo como pano de fundo o enigmático Canal do Panamá, onde nada é o que parece, contamos ainda com Andrew Osnard (Pierce Brosnan), um elegante e impiedoso sedutor espião britânico, que obriga Harry a transmitir-lhe o que dizem os poderosos políticos que veste. O talento de Harry para contar histórias leva-o a tecer uma elaborada intriga que não só é levada a sério, como origina uma cadeia de acontecimentos que ameaça destruir tudo aquilo a que ele dá mais valor na vida.“O Alfaiate do Panamá” é um filme esquivo, mas digno de interesse, que mistura, de forma muito pouco ortodoxa, uma certa trafulhice visual com um sentimento de absurdo cómico. O seu estilo alterna em vários momentos da obra entre o thriller de espionagem e a sátira politíca, como bem demonstram as personagens bipolares de Brosnan e Rush. Felizmente, e ao contrário do que foi “vendido” - e ainda hoje o é, com a capa do DVD a dar especial proeminência ao ex-Bond – a película é muito mais de Geoffrey do que de Pierce. E tal como Rush, o filme é ele próprio estranho.O argumento foge ao usual, com uma polissemia que transforma várias ocasiões em ensejos de vários significados. Com uma faceta complicada, expressiva e veloz, “The Tailor of Panama” é dono de uma versatilidade que o prejudica. Isto porque, ao contrário do que foi feito na adaptação da outra obra de Le Carré previamente citada, a história em si parece perder influência e autoridade para os devaneios de realização de Boorman. Por outras palavras, o mistério literário perde a sua alma para a Sétima Arte e as suas manhas habituais. Um filme que satisfaz mas não ilude.

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