Cinema Notebook: Serendipity (2001)

30-06-2011
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Jonathan Tragger (John Cusack) e Sara Thomas (Kate Beckinsale) conhecem-se, por mero caso, na véspera de Natal, quando ambos procuram comprar o último par de luvas disponível numa loja. A empatia entre ambos é instantânea e a curiosa conjuntura leva a que Jonathan queira encontrar-se de novo com Sara. Comprometida – apesar de encantada com a maneira de ser de Jonathan -, Sara escreve o seu nome e o seu número de telefone num livro, afirmando que o vai colocar à venda numa livraria de Nova Iorque. Se o destino quiser que ambos se unam, tal acontecerá. Da mesma forma, Jonathan faz o mesmo, mas numa nota de cinco dólares. Será que o “once in a lifetime” poderá acontecer mais do que uma vez?Os motivos de interesse que sustentavam a viabilidade económica de “Feliz Acaso” eram vários: um elenco secundário de respeito, a promessa de um romance baseado nos caminhos imprevisíveis do destino e a junção em papéis principais de duas das figuras mais desejadas pelo grande público da indústria comercial cinematográfica norte-americana. E a verdade é que “Serendipity” acabou por funcionar na bilheteira, arrecadando o dobro dos seus custos, mas fracassou em certa medida nas mais variadas esferas de análise. A razão é simples: a narrativa de “Feliz Acaso” é simples, previsível e só pode agradar aos que conseguirem sobrepor a história de amor, pateta tal como o sentimento, sobre a lógica da razão.O significado do título original deixa adivinhar isso mesmo: uma aptidão aparente para descobertas fortuitas e acidentais. E ao aplicar tal fado ao guião, o realizador Peter Chelsom – o mesmo de “The Mighty” ou “Shall We Dance”, de resto num registo em que se sente confortável – fica à mercê da boa vontade da audiência em acreditar em tão indecifráveis coincidências. Quem o fez, como eu, provavelmente ficou arrebatado com uma das mais simpáticas e ternurentas histórias de amor transpostas para o cinema nesta década. Quem não o fez, sempre pôde aproveitar o exímio rol de interpretações, com especial destaque para os secundários Jeremy Piven e Eugene Levy, este último num desempenho brilhante, distante da personagem bacoca da saga “American Pie”. Se juntarmos à fórmula uma banda sonora agradável, estamos perante um daqueles filmes perfeitos para assistir com a alma gémea. Porque é sobre isso mesmo que “Feliz Acaso” trata.


Jonathan Tragger (John Cusack) e Sara Thomas (Kate Beckinsale) conhecem-se, por mero caso, na véspera de Natal, quando ambos procuram comprar o último par de luvas disponível numa loja. A empatia entre ambos é instantânea e a curiosa conjuntura leva a que Jonathan queira encontrar-se de novo com Sara. Comprometida – apesar de encantada com a maneira de ser de Jonathan -, Sara escreve o seu nome e o seu número de telefone num livro, afirmando que o vai colocar à venda numa livraria de Nova Iorque. Se o destino quiser que ambos se unam, tal acontecerá. Da mesma forma, Jonathan faz o mesmo, mas numa nota de cinco dólares. Será que o “once in a lifetime” poderá acontecer mais do que uma vez?Os motivos de interesse que sustentavam a viabilidade económica de “Feliz Acaso” eram vários: um elenco secundário de respeito, a promessa de um romance baseado nos caminhos imprevisíveis do destino e a junção em papéis principais de duas das figuras mais desejadas pelo grande público da indústria comercial cinematográfica norte-americana. E a verdade é que “Serendipity” acabou por funcionar na bilheteira, arrecadando o dobro dos seus custos, mas fracassou em certa medida nas mais variadas esferas de análise. A razão é simples: a narrativa de “Feliz Acaso” é simples, previsível e só pode agradar aos que conseguirem sobrepor a história de amor, pateta tal como o sentimento, sobre a lógica da razão.O significado do título original deixa adivinhar isso mesmo: uma aptidão aparente para descobertas fortuitas e acidentais. E ao aplicar tal fado ao guião, o realizador Peter Chelsom – o mesmo de “The Mighty” ou “Shall We Dance”, de resto num registo em que se sente confortável – fica à mercê da boa vontade da audiência em acreditar em tão indecifráveis coincidências. Quem o fez, como eu, provavelmente ficou arrebatado com uma das mais simpáticas e ternurentas histórias de amor transpostas para o cinema nesta década. Quem não o fez, sempre pôde aproveitar o exímio rol de interpretações, com especial destaque para os secundários Jeremy Piven e Eugene Levy, este último num desempenho brilhante, distante da personagem bacoca da saga “American Pie”. Se juntarmos à fórmula uma banda sonora agradável, estamos perante um daqueles filmes perfeitos para assistir com a alma gémea. Porque é sobre isso mesmo que “Feliz Acaso” trata.

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