Cinema Notebook: Max Payne (2008)

30-06-2011
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Desilusão. Palavra que define na perfeição aquela que tinha tudo para ter sido a melhor adaptação cinematográfica da história dos videojogos, mas que acabou por se tornar num produto altamente previsível, onde tudo é o que parece, golpeando de forma crua as mais inocentes expectativas cinéfilas. Com um argumento risível, apoiado em diálogos fúteis e frívolos, “Max Payne”, o filme, não faz jus ao jogo complexo e surpreendente que rapidamente conquistou adeptos nos quatro cantos do mundo em 2001, ano do seu lançamento. Desenvolvido sobre o pretexto de vingança de um polícia cuja mulher e filho são brutalmente assassinados, John Moore – o mesmo realizador de “Behind Enemy Lines” ou “Flight of the Phoenix” – não consegue orquestrar nada mais do que um produto semi-noir, sem qualquer respeito ao potencial de culto de uma história que merecia ter ido parar à secretária de Quentin Tarantino ou John Woo.Com um elenco trivial, onde Mark Wahlberg volta a patentear a sua inexpressividade representativa, o vulgar Chris Ludacris não passa de um boneco desarticulado sem objectivos práticos no desenrolar da narrativa e a promissora Mila Kunis apenas serve para maravilhar os olhos dos cinéfilos menos exigentes, “Max Payne” é um thriller de acção que não é thriller por um único segundo. A redundância explica a falta de intriga, num enredo onde todos os vilões actuam em modo “amador”, sendo oferecidos ao espectador nos primeiros minutos da fita. Não há elementos de surpresa – desrespeitando o jogo de computador – e, apesar da cinematografia cuidada e interessante, até o proclamado efeito “câmara-lenta” parece ter sido mal aproveitado. Com um argumento pobre e um elenco desadequado, não estranha que a reacção mais comum à saída da sala de cinema tenha sido a de expectativa sobre a presença de Olga Kurylenko em “Quantum of Solace”, o próximo capítulo da saga 007. É que, sobre trajes curtos e fogosos, a actriz ucraniana deu indicações que pode muito bem ser uma das mais escaldantes “Bond Girls” dos últimos tempos.O que fica então de “Max Payne”, além da oportunidade perdida de (re)lançar o género para um patamar de reverência? Algumas cenas de acção bem filmadas, uma fotografia apropriada ao ambiente escuro e sombrio do jogo de computador e um Beau Bridges competente q.b. Pouco, muito pouco para quem anunciou, como John Moore o fez, que este Max Payne iria colocar a um canto Batman e Joker. Nem em sonhos.


Desilusão. Palavra que define na perfeição aquela que tinha tudo para ter sido a melhor adaptação cinematográfica da história dos videojogos, mas que acabou por se tornar num produto altamente previsível, onde tudo é o que parece, golpeando de forma crua as mais inocentes expectativas cinéfilas. Com um argumento risível, apoiado em diálogos fúteis e frívolos, “Max Payne”, o filme, não faz jus ao jogo complexo e surpreendente que rapidamente conquistou adeptos nos quatro cantos do mundo em 2001, ano do seu lançamento. Desenvolvido sobre o pretexto de vingança de um polícia cuja mulher e filho são brutalmente assassinados, John Moore – o mesmo realizador de “Behind Enemy Lines” ou “Flight of the Phoenix” – não consegue orquestrar nada mais do que um produto semi-noir, sem qualquer respeito ao potencial de culto de uma história que merecia ter ido parar à secretária de Quentin Tarantino ou John Woo.Com um elenco trivial, onde Mark Wahlberg volta a patentear a sua inexpressividade representativa, o vulgar Chris Ludacris não passa de um boneco desarticulado sem objectivos práticos no desenrolar da narrativa e a promissora Mila Kunis apenas serve para maravilhar os olhos dos cinéfilos menos exigentes, “Max Payne” é um thriller de acção que não é thriller por um único segundo. A redundância explica a falta de intriga, num enredo onde todos os vilões actuam em modo “amador”, sendo oferecidos ao espectador nos primeiros minutos da fita. Não há elementos de surpresa – desrespeitando o jogo de computador – e, apesar da cinematografia cuidada e interessante, até o proclamado efeito “câmara-lenta” parece ter sido mal aproveitado. Com um argumento pobre e um elenco desadequado, não estranha que a reacção mais comum à saída da sala de cinema tenha sido a de expectativa sobre a presença de Olga Kurylenko em “Quantum of Solace”, o próximo capítulo da saga 007. É que, sobre trajes curtos e fogosos, a actriz ucraniana deu indicações que pode muito bem ser uma das mais escaldantes “Bond Girls” dos últimos tempos.O que fica então de “Max Payne”, além da oportunidade perdida de (re)lançar o género para um patamar de reverência? Algumas cenas de acção bem filmadas, uma fotografia apropriada ao ambiente escuro e sombrio do jogo de computador e um Beau Bridges competente q.b. Pouco, muito pouco para quem anunciou, como John Moore o fez, que este Max Payne iria colocar a um canto Batman e Joker. Nem em sonhos.

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