Antestreia: "Transformers: Revenge of the Fallen" por Nuno Reis

26-01-2012
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Este filme tinha tudo para ser um estrondo. Os lucros do primeiro eram um argumento inquestionável para total liberdade orçamental. Os actores a repetir personagens não se podiam queixar de falta de tempo para se prepararem, assim como quase toda a equipa. Todo o mundo aguardava esta sequela e o lançamento no jubileu da série apelava à nostalgia. Há dois anos foi-nos prometido um espectáculo sem paralelo, um combate épico com muito sangue, suor e óleo. As versões em digital, 3D ou IMAX duvido, mas podem ter ficado muito bem. Não sei nem quero saber, vi em cinema tradicional e poderá bem ser o maior barrete que me enfiaram.Desta vez a história começa muitos milénios no passado. Uns homens primitivos deparam-se com uns invasores mecânicos e a aniquilação é inevitável. Depois estamos de volta ao mundo moderno onde a equipa especial NEST combate os Megatrons em todo o globo com a ajuda dos Autobots. Este duelo pelo que nos é dito já tomou lugar em todos os continentes, mas desta vez atinge proporções que o tiram do secretismo. Os Autobots correm o risco de serem dispensados e expulsos do planeta, Sam e Mikaela separam-se geograficamente para ele estudar numa faculdade e o mundo enfrenta a destruição às mãos do Vencido. É difícil controlar o riso ao pensar que algo chamado vencido possa trazer o fim do mundo, e o nome assusta tanto como o robot em si. A partir daqui é uma corrida de vários grupos em busca de algo que ninguém sabe o que é, onde está ou o que faz. Há combates urbanos, florestais, debaixo de água e no deserto, espionagem no espaço e ataques náuticos estilo Pearl Harbor. Há robots grandes, pequenos, bons, maus, mudos, faladores, machos, fêmeas, em forma de máquina, animal e humano. Ao contrário do primeiro filme são demasiados, são anónimos (poucos são apresentados) e enjoam.As falhas de continuidade dentro do filme e entre filmes deixo para outros, irei apenas indicar falhas inadmissíveis aquando da pesquisa. Tal como em Armageddon o dia e a noite são simultâneos em todo o globo. Um ex-militar supostamente inteligente escala ao topo da pirâmide enquanto ela é desmontada para indicar as coordenadas, como se isso não fosse visto pelos satélites que tinham sido apontados para lá. E as coordenadas que ele indicou... referiam-se a uma área de 3 quilómetros quadrados. Para isso era escusado subir. Mas três quilómetros não são nada, já que consideraram Petra, Aqaba e Gizé como locais vizinhos. Por falar nisso, já me acostumei a que destruam a torre Eiffel - como no trailer "G.I. Joe" que deu antes do filme - e não me incomoda que destruam Xangai ou uma qualquer universidade americana, mas era escusado irem à região do mundo com mais monumentos históricos e vandalizarem tudo o que se lembraram. Por momentos achei que ainda passassem no Vale dos Reis, mas a cultura não deve ter chegado para tanto.Não há história, nem eu pedia muito nesta área. Mas era exigido entretenimento. Num filme que depende dos efeitos especiais para prender o espectador espera-se no mínimo que os saibam usar. Os robots gigantes apareciam cortados no ecrã, uma pessoa a correr sozinha tinha direito a slow motion e os dois indistinguíveis monstros de metal agarrados não. Se 3D e IMAX não ajudarem a perceber isto então a asneira ainda é maior do que imaginava.A estrela que leva é por me ter apresentado uma muito interessante Isabel Lucas e porque a uma hora do fim - quando achei que já não suportava mais atentados à minha inteligência e capacidade de apreciação artística - tinha uma piada que me fez rir. Antes de o filme acabar já tinha esquecido a segunda, a primeira ainda não.Título Original: "Transformers: Revenge of the Fallen" (EUA, 2009)Realização: Michael BayArgumento: Ehren Kruger, Roberto Orci, Alex KurtzmanIntérpretes: Shia LaBeouf, Megan Fox, Josh Duhamel, John Turturro, Isabel LucasFotografia: Ben SeresinMúsica: Steve JablonskyGénero: Acção, Aventura, Ficção-CientíficaDuração: 150 min.Sítio Oficial: http://www.transformersmovie.com/


Este filme tinha tudo para ser um estrondo. Os lucros do primeiro eram um argumento inquestionável para total liberdade orçamental. Os actores a repetir personagens não se podiam queixar de falta de tempo para se prepararem, assim como quase toda a equipa. Todo o mundo aguardava esta sequela e o lançamento no jubileu da série apelava à nostalgia. Há dois anos foi-nos prometido um espectáculo sem paralelo, um combate épico com muito sangue, suor e óleo. As versões em digital, 3D ou IMAX duvido, mas podem ter ficado muito bem. Não sei nem quero saber, vi em cinema tradicional e poderá bem ser o maior barrete que me enfiaram.Desta vez a história começa muitos milénios no passado. Uns homens primitivos deparam-se com uns invasores mecânicos e a aniquilação é inevitável. Depois estamos de volta ao mundo moderno onde a equipa especial NEST combate os Megatrons em todo o globo com a ajuda dos Autobots. Este duelo pelo que nos é dito já tomou lugar em todos os continentes, mas desta vez atinge proporções que o tiram do secretismo. Os Autobots correm o risco de serem dispensados e expulsos do planeta, Sam e Mikaela separam-se geograficamente para ele estudar numa faculdade e o mundo enfrenta a destruição às mãos do Vencido. É difícil controlar o riso ao pensar que algo chamado vencido possa trazer o fim do mundo, e o nome assusta tanto como o robot em si. A partir daqui é uma corrida de vários grupos em busca de algo que ninguém sabe o que é, onde está ou o que faz. Há combates urbanos, florestais, debaixo de água e no deserto, espionagem no espaço e ataques náuticos estilo Pearl Harbor. Há robots grandes, pequenos, bons, maus, mudos, faladores, machos, fêmeas, em forma de máquina, animal e humano. Ao contrário do primeiro filme são demasiados, são anónimos (poucos são apresentados) e enjoam.As falhas de continuidade dentro do filme e entre filmes deixo para outros, irei apenas indicar falhas inadmissíveis aquando da pesquisa. Tal como em Armageddon o dia e a noite são simultâneos em todo o globo. Um ex-militar supostamente inteligente escala ao topo da pirâmide enquanto ela é desmontada para indicar as coordenadas, como se isso não fosse visto pelos satélites que tinham sido apontados para lá. E as coordenadas que ele indicou... referiam-se a uma área de 3 quilómetros quadrados. Para isso era escusado subir. Mas três quilómetros não são nada, já que consideraram Petra, Aqaba e Gizé como locais vizinhos. Por falar nisso, já me acostumei a que destruam a torre Eiffel - como no trailer "G.I. Joe" que deu antes do filme - e não me incomoda que destruam Xangai ou uma qualquer universidade americana, mas era escusado irem à região do mundo com mais monumentos históricos e vandalizarem tudo o que se lembraram. Por momentos achei que ainda passassem no Vale dos Reis, mas a cultura não deve ter chegado para tanto.Não há história, nem eu pedia muito nesta área. Mas era exigido entretenimento. Num filme que depende dos efeitos especiais para prender o espectador espera-se no mínimo que os saibam usar. Os robots gigantes apareciam cortados no ecrã, uma pessoa a correr sozinha tinha direito a slow motion e os dois indistinguíveis monstros de metal agarrados não. Se 3D e IMAX não ajudarem a perceber isto então a asneira ainda é maior do que imaginava.A estrela que leva é por me ter apresentado uma muito interessante Isabel Lucas e porque a uma hora do fim - quando achei que já não suportava mais atentados à minha inteligência e capacidade de apreciação artística - tinha uma piada que me fez rir. Antes de o filme acabar já tinha esquecido a segunda, a primeira ainda não.Título Original: "Transformers: Revenge of the Fallen" (EUA, 2009)Realização: Michael BayArgumento: Ehren Kruger, Roberto Orci, Alex KurtzmanIntérpretes: Shia LaBeouf, Megan Fox, Josh Duhamel, John Turturro, Isabel LucasFotografia: Ben SeresinMúsica: Steve JablonskyGénero: Acção, Aventura, Ficção-CientíficaDuração: 150 min.Sítio Oficial: http://www.transformersmovie.com/

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