Antestreia: "Bright Star" por Nuno Reis

20-01-2012
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Toots: My sister has met the author and she wants to read it for herself to see if he's an idiot or not.Jane Campion conseguiu afirmar-se no cinema há mais de 15 anos com um surpreendente "The Piano". Desde então tem estado quase parada, com apenas três longas-metragens e, integrada em projectos conjuntos de grandes realizadores, duas curtas. Em 2009 voltou, e directamente para Cannes, com "Bright Star", o histórico romance do poeta John Keats com Fanny Brawne.Fanny é uma jovem opinativa ao estilo das personagens de Jane Austen. O seu mais recente hobby é criticar Charles Armitrage Brown, um poeta outrora rico que criticou o seu trabalho como estilista. Nas relações mais próximas de Brown está o jovem poeta John Keats, a braços com um irmão às portas da morte, uma crise financeira, e o desdém da crítica. Ao longo do filme vamos assistindo ao desenvolver da relação entre os dois jovens. Ela começa a ler a poesia dele. Começa a querer saber mais sobre poesia e como a ler e para isso tem aulas com Keats... Vão chegar ao ponto em que não conseguem estar afastados, e apenas a terrível dificuldade dele em ganhar dinheiro fazendo o que gosta os impede de casar naquele momento.É incrível o poder da poesia sobre as pessoas. Os históricos versos de Keats inspirados pela décima musa (é o Amor, para quem não viu o filme) são lidos por dois magníficos actores que conseguem dar vida a uma narrativa muito estática. Em "Bright Star" não se passa nada, é um filme incrivelmente parado onde tudo é desinteressante e previsível. É por isso um filme honesto ao que pretende retratar: a recatada vida de um poema sem vintém, o seu desgosto amoroso, a razão que ele tinha para viver. Não através da sua vida como seria de esperar, mas da mulher que o acompanhou.Ben Whishaw é uma das promessas do cinema inglês e o papel conseguido prova isso. Representar um eterno apaixonado, um poeta atormentado pelo desgosto, enfraquecido pela doença e alimentado pelo Amor, obriga a um grande esforço. Mas enquanto nele alguns detalhes encantam, Abbie Cornish deslumbra. A actriz tem uma interpretação deliciosa e consegue animar um filme que é deprimente de tão realista. A cena final é arrebatadora e faz esquecer que o filme tem mais alguém. O que seria do poeta sem esta musa? Sendo parecida com a versão cinematográfica percebe-se a fonte da inspiração."Bright Star" é um recital de poesia. Quem teve aulas de literatura inglesa seguramente aprendeu muitos daqueles poemas e alguns até os saberão recitar. Aqui é-nos dado o cenário onde foram supostamente escritos, onde a sua leitura faz sentido. É o filme certo para casais apaixonados, para ingleses, para amantes da poesia. Para os demais será uma tortura.Título Original: "Bright Star" (Austrália, França, Reino Unido, 2009)Realização: Jane CampionArgumento: Jane CampionIntérpretes: Abbie Cornish, Ben Whishaw, Paul SchneiderFotografia: Greig FraserMúsica: Mark BradshawGénero: Drama, RomanceDuração: 119 min.Sítio Oficial: http://www.brightstar-movie.com/


Toots: My sister has met the author and she wants to read it for herself to see if he's an idiot or not.Jane Campion conseguiu afirmar-se no cinema há mais de 15 anos com um surpreendente "The Piano". Desde então tem estado quase parada, com apenas três longas-metragens e, integrada em projectos conjuntos de grandes realizadores, duas curtas. Em 2009 voltou, e directamente para Cannes, com "Bright Star", o histórico romance do poeta John Keats com Fanny Brawne.Fanny é uma jovem opinativa ao estilo das personagens de Jane Austen. O seu mais recente hobby é criticar Charles Armitrage Brown, um poeta outrora rico que criticou o seu trabalho como estilista. Nas relações mais próximas de Brown está o jovem poeta John Keats, a braços com um irmão às portas da morte, uma crise financeira, e o desdém da crítica. Ao longo do filme vamos assistindo ao desenvolver da relação entre os dois jovens. Ela começa a ler a poesia dele. Começa a querer saber mais sobre poesia e como a ler e para isso tem aulas com Keats... Vão chegar ao ponto em que não conseguem estar afastados, e apenas a terrível dificuldade dele em ganhar dinheiro fazendo o que gosta os impede de casar naquele momento.É incrível o poder da poesia sobre as pessoas. Os históricos versos de Keats inspirados pela décima musa (é o Amor, para quem não viu o filme) são lidos por dois magníficos actores que conseguem dar vida a uma narrativa muito estática. Em "Bright Star" não se passa nada, é um filme incrivelmente parado onde tudo é desinteressante e previsível. É por isso um filme honesto ao que pretende retratar: a recatada vida de um poema sem vintém, o seu desgosto amoroso, a razão que ele tinha para viver. Não através da sua vida como seria de esperar, mas da mulher que o acompanhou.Ben Whishaw é uma das promessas do cinema inglês e o papel conseguido prova isso. Representar um eterno apaixonado, um poeta atormentado pelo desgosto, enfraquecido pela doença e alimentado pelo Amor, obriga a um grande esforço. Mas enquanto nele alguns detalhes encantam, Abbie Cornish deslumbra. A actriz tem uma interpretação deliciosa e consegue animar um filme que é deprimente de tão realista. A cena final é arrebatadora e faz esquecer que o filme tem mais alguém. O que seria do poeta sem esta musa? Sendo parecida com a versão cinematográfica percebe-se a fonte da inspiração."Bright Star" é um recital de poesia. Quem teve aulas de literatura inglesa seguramente aprendeu muitos daqueles poemas e alguns até os saberão recitar. Aqui é-nos dado o cenário onde foram supostamente escritos, onde a sua leitura faz sentido. É o filme certo para casais apaixonados, para ingleses, para amantes da poesia. Para os demais será uma tortura.Título Original: "Bright Star" (Austrália, França, Reino Unido, 2009)Realização: Jane CampionArgumento: Jane CampionIntérpretes: Abbie Cornish, Ben Whishaw, Paul SchneiderFotografia: Greig FraserMúsica: Mark BradshawGénero: Drama, RomanceDuração: 119 min.Sítio Oficial: http://www.brightstar-movie.com/

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