Semanário O Diabo: Fogo Amigo: A elite da era do vazio

18-07-2011
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Eles sabem que mentem num limiar perigoso: o da bancarrota
Ninguém, sinceramente, em Portugal, fica indignado para os criticar, lhes enfiar um pé no rabo, arranjar uma forma para se livrar deles
Há povos que são capazes de corrigir a história que lhes bate à porta. Na realidade, são povos que entendem que podem e devem determinar eles próprios a sua vida. Quando a situação se torna insuportável, revoltam-se, despedem os políticos e escolhem direcções úteis que são capazes de sanar os problemas sentidos. 
Todavia, existem outros que se vergam continuamente a sacrifícios insondáveis. Submetem-se sem perguntar a quem, obedecem sem inquirir que manda, tornam-se moldáveis. Os portugueses na Reconquista, com os seus chefes, mataram muita gente; quando quiseram ser chefiados pelo Mestra de Avis enfrentaram, de armas nas mãos, exércitos superiores e chegaram a bom êxito; quando foram convencidos que um liberalismo impossível era um remédio para o atraso, promoveram chacinas e travaram atalhas sangrentas; e os portugueses quando a República se perfilou como outra solução milagrosa lá se alçaram em armas e foram para o campo de combate. Na realidade, não estamos longe de um tempo que tão estruturalmente ameace os portugueses da forma antiga. Devemos o que não podemos pagar, pedimos o que não devíamos ter pedido, gastámos em importações aquilo que era proibitivo e por isso o país torna-se inviável.
Não é que algum exército venha por aí fora: hoje, os países morrem nas secretárias dos eurocratas, perante o alarido da classe política local.
Antigamente o faro do povo não deixava passar os traidores, os vendilhões, os promotores de banha da cobra, os vendidos a interesses estrangeiros. Foi tempo que passou. De há muito para cá, as classes políticas foram tornando-se tão hábeis que lhes podem vender tudo. Foram tornando-se lentamente um povo emudecido, estonteado, com os líderes altamente especializados na alienação. Parece que leram as cartilhas de Sigmund Freud e do jovem Karl, sem que na sua juventude os dedos tenham pegado em Wilhelm Reich (Escuta Zé Ninguém). Não faz parte da sua biblioteca mental, Guerra Junqueiro, Oliveira Martins, mas antes serão certezas tudo o que disse Adam Smith, Stuart Mill.
Os últimos manuais de Marketing Político rolam na suas mãos e escorrem-lhe da boca.
Texto completo na edição de 3 de Maio de 2011

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Eles sabem que mentem num limiar perigoso: o da bancarrota
Ninguém, sinceramente, em Portugal, fica indignado para os criticar, lhes enfiar um pé no rabo, arranjar uma forma para se livrar deles
Há povos que são capazes de corrigir a história que lhes bate à porta. Na realidade, são povos que entendem que podem e devem determinar eles próprios a sua vida. Quando a situação se torna insuportável, revoltam-se, despedem os políticos e escolhem direcções úteis que são capazes de sanar os problemas sentidos. 
Todavia, existem outros que se vergam continuamente a sacrifícios insondáveis. Submetem-se sem perguntar a quem, obedecem sem inquirir que manda, tornam-se moldáveis. Os portugueses na Reconquista, com os seus chefes, mataram muita gente; quando quiseram ser chefiados pelo Mestra de Avis enfrentaram, de armas nas mãos, exércitos superiores e chegaram a bom êxito; quando foram convencidos que um liberalismo impossível era um remédio para o atraso, promoveram chacinas e travaram atalhas sangrentas; e os portugueses quando a República se perfilou como outra solução milagrosa lá se alçaram em armas e foram para o campo de combate. Na realidade, não estamos longe de um tempo que tão estruturalmente ameace os portugueses da forma antiga. Devemos o que não podemos pagar, pedimos o que não devíamos ter pedido, gastámos em importações aquilo que era proibitivo e por isso o país torna-se inviável.
Não é que algum exército venha por aí fora: hoje, os países morrem nas secretárias dos eurocratas, perante o alarido da classe política local.
Antigamente o faro do povo não deixava passar os traidores, os vendilhões, os promotores de banha da cobra, os vendidos a interesses estrangeiros. Foi tempo que passou. De há muito para cá, as classes políticas foram tornando-se tão hábeis que lhes podem vender tudo. Foram tornando-se lentamente um povo emudecido, estonteado, com os líderes altamente especializados na alienação. Parece que leram as cartilhas de Sigmund Freud e do jovem Karl, sem que na sua juventude os dedos tenham pegado em Wilhelm Reich (Escuta Zé Ninguém). Não faz parte da sua biblioteca mental, Guerra Junqueiro, Oliveira Martins, mas antes serão certezas tudo o que disse Adam Smith, Stuart Mill.
Os últimos manuais de Marketing Político rolam na suas mãos e escorrem-lhe da boca.
Texto completo na edição de 3 de Maio de 2011

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