Ministros on the road: “Ainda não vi os lesados do BES”

03-10-2015
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Confirma-se: Maria Luís Albuquerque tem em campanha eleitoral o mesmo ar imperturbável com que durante quatro anos explicou ao país quanto custa deixar “os cofres cheios”. Quinta-feira, entrada do Arsenal do Alfeite. A ministra das Finanças é cabeça de lista por Setúbal e há funcionários com T-shirts a avisar que há capital de queixa no ar. “Devolvam-nos o que nos roubaram”. Maria Luís não treme — “Bom dia, como estão?”. Ela não chega a fazer como Passos Coelho, que quando se juntou à visita foi direto ao assunto: “Queria cumprimentá-los e dizer-lhes que nos últimos anos o Alfeite perdeu capacidade e houve desvio de investimento para Viana do Castelo. Não foi decisão nossa e já retomámos três milhões. Isso vai trazer negócio. E é um bom sinal”. A ministra não chega a tanto. Mas também não foi preciso.

Discreta, visitou as instalações, ouviu a administração do Alfeite (agora S.A.) explicar a recuperação em curso, e esperou na fila para almoçar na cantina com os trabalhadores (vários com T-shirts “antirroubo”). Nenhum ousou abordá-la. Depois de verem 600 colegas sair para a mobilidade e na expectativa de melhores dias (“não sou aumentado há 10 anos, mas trabalho agora não falta”), não há comissão de trabalhadores e o protesto é mudo.

Na rua, Maria Luís diz que não sente “agressividade nem azedume”. A reação é “genericamente simpática. Os comerciantes estão a melhorar. Há turistas por todo o lado”. E lesados do BES? Nem um. “Talvez por eu não andar com televisões”, comenta. A malícia ajuda e ser mulher nem se fala. “Ela tem uma aceitação enorme no eleitorado feminino, acham-na uma mulher de armas”, diz Nuno Magalhães, do CDS. Bruno Vitorino, presidente do PSD/Setúbal, confirma: ela “passa bem”. Setúbal não é terreno de vitória. Mas poder ter a ministra das Finanças do resgate como cabeça de cartaz já tem que se lhe diga.

Confirma-se: Maria Luís Albuquerque tem em campanha eleitoral o mesmo ar imperturbável com que durante quatro anos explicou ao país quanto custa deixar “os cofres cheios”. Quinta-feira, entrada do Arsenal do Alfeite. A ministra das Finanças é cabeça de lista por Setúbal e há funcionários com T-shirts a avisar que há capital de queixa no ar. “Devolvam-nos o que nos roubaram”. Maria Luís não treme — “Bom dia, como estão?”. Ela não chega a fazer como Passos Coelho, que quando se juntou à visita foi direto ao assunto: “Queria cumprimentá-los e dizer-lhes que nos últimos anos o Alfeite perdeu capacidade e houve desvio de investimento para Viana do Castelo. Não foi decisão nossa e já retomámos três milhões. Isso vai trazer negócio. E é um bom sinal”. A ministra não chega a tanto. Mas também não foi preciso.

Discreta, visitou as instalações, ouviu a administração do Alfeite (agora S.A.) explicar a recuperação em curso, e esperou na fila para almoçar na cantina com os trabalhadores (vários com T-shirts “antirroubo”). Nenhum ousou abordá-la. Depois de verem 600 colegas sair para a mobilidade e na expectativa de melhores dias (“não sou aumentado há 10 anos, mas trabalho agora não falta”), não há comissão de trabalhadores e o protesto é mudo.

Na rua, Maria Luís diz que não sente “agressividade nem azedume”. A reação é “genericamente simpática. Os comerciantes estão a melhorar. Há turistas por todo o lado”. E lesados do BES? Nem um. “Talvez por eu não andar com televisões”, comenta. A malícia ajuda e ser mulher nem se fala. “Ela tem uma aceitação enorme no eleitorado feminino, acham-na uma mulher de armas”, diz Nuno Magalhães, do CDS. Bruno Vitorino, presidente do PSD/Setúbal, confirma: ela “passa bem”. Setúbal não é terreno de vitória. Mas poder ter a ministra das Finanças do resgate como cabeça de cartaz já tem que se lhe diga.

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