Ter Voz

23-01-2012
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Um Projecto a dois anos para o

PS Benfica e São Domingos de Benfica - Lisboa

Quarta-feira, Junho 04, 2003

O ALERTA de que o processo da Casa Pia poderia estar inquinado por contra-informações, visando dirigentes socialistas, foi dado numa recente reunião do Secretariado Nacional do PS. Ferro Rodrigues, ou alguém muito próximo do líder, terá dito que «se julga haver uma estrutura, a funcionar na órbita do secretário de Estado da Administração Interna, que articula ex-agentes da Polícia Judiciária e antigos elementos dos serviços secretos militares com um elemento do gabinete de Paulo Portas».

Segundo contou ao EXPRESSO um responsável socialista, na referida intervenção foi salientado que o grupo, alegadamente na dependência da Secretaria de Estado da Administração Interna, tutelada por Nuno Magalhães (do CDS), tem elementos com «estreitas ligações a um jornalista».

Na edição de quarta-feira, o jornal «Público» dava conta de que Paulo Pedroso, durante a inquirição de que foi alvo por parte do juiz Rui Teixeira antes de ter ficado detido, referiu que «um antigo jornalista e actual assessor do ministro da Defesa» disse «não gostar de si, nemdo líder do PS».

Governo não acredita

De resto, o depoimento de Paulo Pedroso assentou essencialmente em dois pontos: a refutação das acusações dos abusos sexuais referidos nos testemunhos de dois jovens e a possibilidade de haver alguém que, de forma organizada e com um objectivo determinado, estará por trás do surgimento desses depoimentos.

Já na passada edição do EXPRESSO se dava conta de que o PS podia invocar uma testemunha para provar que havia alguém apostado em destruir Ferro Rodrigues e Paulo Pedroso.

Na esfera do MAI, é publicamente conhecido que têm trabalhado três pessoas com ligações antigas à PJ e aos serviços de informações: Serradas Duarte, actual assessor de Nuno Magalhães e ex-dirigente da secreta militar (o SIEDM, tendo surgido no caso dos GAL, em que estiveram em causa suspeitas de envolvimento do serviço neste grupo terrorista de combate à ETA), Marques Vidal, ex-director da PJ, e Francisco Moita Flores, também oriundo desta polícia.

O secretário de Estado Nuno Magalhães (que tem a tutela do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, da Segurança Rodoviária e do Euro-2004) afirmou ao EXPRESSO não «acreditar que um partido estruturante da democracia e o seu secretário-geral tenham proferido tais afirmações - as quais, além de totalmente falsas, seriam descabidas e delirantes».

O ministro da Administração Interna, Figueiredo Lopes, refuta igualmente a referida tese. E esclarece que «a única função do comandante Serradas Duarte é assessorar o secretário de Estado na preparação da segurança para o Euro-2004». Quanto «ao juiz-conselheiro Marques Vidal, colaborou na elaboração do Relatório de Segurança Interna de 2002, tarefa que foi concluída no dia 31 de Março último», e Moita Flores foi por ele «abordado recentemente para, no âmbito dos conhecimentos adquiridos na sua actividade académica, trocar impressões sobre a evolução do fenómeno da criminalidade em Portugal, com base nos dados estatísticos que constam do Relatório de Segurança Interna, já entregue na Assembleia da República».

Moita Flores tem também outra «ligação», ainda que indirecta, ao MAI: o seu Núcleo de Estudos Forenses, do Instituto de Ciências da Saúde de Almada, é uma das duas instituições homologadas pelo ministério para fazer a formação dos formadores dos «stewards» (auxiliares de segurança) para o campeonato europeu de futebol de 2004.

O ex-jornalista referido só poderá ser Pedro Guerra, antigo repórter de «O Independente», especializado em questões de Justiça e actual assessor político de Paulo Portas. Contactado pelo EXPRESSO, o assessor do ministro da Defesa respondeu em tom idêntico ao de Nuno Magalhães: «É tão inqualificável que me recuso a aceitar que alguém responsável possa pensá-lo, quanto mais dizê-lo. É completamente falso».

AC 6/04/2003 10:59:00 PM . - . Página inicial . - . Comentários (0)

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PS Benfica e São Domingos de Benfica - Lisboa

Quarta-feira, Junho 04, 2003

O ALERTA de que o processo da Casa Pia poderia estar inquinado por contra-informações, visando dirigentes socialistas, foi dado numa recente reunião do Secretariado Nacional do PS. Ferro Rodrigues, ou alguém muito próximo do líder, terá dito que «se julga haver uma estrutura, a funcionar na órbita do secretário de Estado da Administração Interna, que articula ex-agentes da Polícia Judiciária e antigos elementos dos serviços secretos militares com um elemento do gabinete de Paulo Portas».

Segundo contou ao EXPRESSO um responsável socialista, na referida intervenção foi salientado que o grupo, alegadamente na dependência da Secretaria de Estado da Administração Interna, tutelada por Nuno Magalhães (do CDS), tem elementos com «estreitas ligações a um jornalista».

Na edição de quarta-feira, o jornal «Público» dava conta de que Paulo Pedroso, durante a inquirição de que foi alvo por parte do juiz Rui Teixeira antes de ter ficado detido, referiu que «um antigo jornalista e actual assessor do ministro da Defesa» disse «não gostar de si, nemdo líder do PS».

Governo não acredita

De resto, o depoimento de Paulo Pedroso assentou essencialmente em dois pontos: a refutação das acusações dos abusos sexuais referidos nos testemunhos de dois jovens e a possibilidade de haver alguém que, de forma organizada e com um objectivo determinado, estará por trás do surgimento desses depoimentos.

Já na passada edição do EXPRESSO se dava conta de que o PS podia invocar uma testemunha para provar que havia alguém apostado em destruir Ferro Rodrigues e Paulo Pedroso.

Na esfera do MAI, é publicamente conhecido que têm trabalhado três pessoas com ligações antigas à PJ e aos serviços de informações: Serradas Duarte, actual assessor de Nuno Magalhães e ex-dirigente da secreta militar (o SIEDM, tendo surgido no caso dos GAL, em que estiveram em causa suspeitas de envolvimento do serviço neste grupo terrorista de combate à ETA), Marques Vidal, ex-director da PJ, e Francisco Moita Flores, também oriundo desta polícia.

O secretário de Estado Nuno Magalhães (que tem a tutela do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, da Segurança Rodoviária e do Euro-2004) afirmou ao EXPRESSO não «acreditar que um partido estruturante da democracia e o seu secretário-geral tenham proferido tais afirmações - as quais, além de totalmente falsas, seriam descabidas e delirantes».

O ministro da Administração Interna, Figueiredo Lopes, refuta igualmente a referida tese. E esclarece que «a única função do comandante Serradas Duarte é assessorar o secretário de Estado na preparação da segurança para o Euro-2004». Quanto «ao juiz-conselheiro Marques Vidal, colaborou na elaboração do Relatório de Segurança Interna de 2002, tarefa que foi concluída no dia 31 de Março último», e Moita Flores foi por ele «abordado recentemente para, no âmbito dos conhecimentos adquiridos na sua actividade académica, trocar impressões sobre a evolução do fenómeno da criminalidade em Portugal, com base nos dados estatísticos que constam do Relatório de Segurança Interna, já entregue na Assembleia da República».

Moita Flores tem também outra «ligação», ainda que indirecta, ao MAI: o seu Núcleo de Estudos Forenses, do Instituto de Ciências da Saúde de Almada, é uma das duas instituições homologadas pelo ministério para fazer a formação dos formadores dos «stewards» (auxiliares de segurança) para o campeonato europeu de futebol de 2004.

O ex-jornalista referido só poderá ser Pedro Guerra, antigo repórter de «O Independente», especializado em questões de Justiça e actual assessor político de Paulo Portas. Contactado pelo EXPRESSO, o assessor do ministro da Defesa respondeu em tom idêntico ao de Nuno Magalhães: «É tão inqualificável que me recuso a aceitar que alguém responsável possa pensá-lo, quanto mais dizê-lo. É completamente falso».

AC 6/04/2003 10:59:00 PM . - . Página inicial . - . Comentários (0)

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