Guitarra de Coimbra (Parte I)

01-07-2011
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História da Queima das Fitas(Diário de Coimbra)A queima das Fitas tem as suas origens na década de 50 do século XIX, podendo já encontrar-se nas celebrações estudantis da época muito do que hoje temos por instituído: estudantes quartanistas, um cortejo da Porta Férrea ao Largo da Feira, e a queima simbólica das fitas “numa pequena cova no chão onde ardia um pequeno fogo”, segundo Eduardo Proença-Mamede.Entre 1880 e 1898 celebraram-se os Centenários, marcados pela realização de um cortejo, de um sarau e de touradas, bem como pelo fogo de artifício. Mas foi em 1899 que as comemorações adquiriram o seu lado de crítica social e cultural: o Centenário da Sebenta (assim chamado por ter por base as Sebentas dos professores), que procurava ridicularizar os Centenários anteriores, surgiu nesse ano, através de cortejos alegóricos e de um sarau.Já no novo século, estruturam-se os primeiros programas de festas ligadas à Queima das Fitas: em 1901, “os estudantes do IV ano jurídico organizaram um cortejo com cerca de 20 carros motorizados e a cavalo, enfeitados com flores e festões de murta”; em 1903, realizaram-se duas queimas das fitas (quartanistas de direito e de medicina); em 1905 decorrem as comemorações do “Enterro do Grau”, em que, pela primeira vez, as celebrações da Queima aparecem ligadas à comunidade coimbrã.A 27 de Maio de 1913, a polícia decide controlar a latada; desse ano salienta-se o episódio do boné, roubado por um estudante a um tenente da guarda; o espírito da Academia encarregou-se do resto, e o “olha o boné!” tornou-se mote.A conjuntura política e social não passava ao lado da Queima das Fitas, tendo motivado alguns interregnos até 1919. Foi exactamente neste ano que a estrutura das celebrações se aproximou em definitivo da actual: todas as faculdades participam no Cortejo dos quartanistas; o dia passa a ser feriado académico, não havendo praxe; a Queima torna-se o momento da “subida de grau” na hierarquia praxística.A partir dessa data, foram sendo adicionados os outros eventos que hoje conhecemos: a Garraiada (1929/1930); a Venda da Pasta (1932); o Baile de Gala das Faculdades (1933).Mais uma vez, a situação política, desta feita nacional, repercutiu-se na Queima das Fitas: a 22 de Abril de 1969 é decretado o luto académico, tendo-se este período caracterizado pela greve às aulas e pelo debate exaustivo dos problemas das faculdades e da Universidade; o descontentamento reflecte-se no cancelamento das festividades: “O Conselho de Veteranos decretou o luto, com capa e batina fechada e proibição do uso de insígnias, e a Reunião Geral de Grelados deliberou o cancelamento da Queima das Fitas”.Em 1972 alguns estudantes tentam realizar festejos comemorativos – houve selo e cartaz, mas não cortejo.A Queima só regressaria em 1980, motivada pela significativa adesão que a “Semana Académica” do ano anterior tinha tido. A organização passava então “por uma comissão central constituída por um comissário de cada faculdade que superintendiam e coordenavam todo o trabalho de organização da Queima das Fitas”.

História da Queima das Fitas(Diário de Coimbra)A queima das Fitas tem as suas origens na década de 50 do século XIX, podendo já encontrar-se nas celebrações estudantis da época muito do que hoje temos por instituído: estudantes quartanistas, um cortejo da Porta Férrea ao Largo da Feira, e a queima simbólica das fitas “numa pequena cova no chão onde ardia um pequeno fogo”, segundo Eduardo Proença-Mamede.Entre 1880 e 1898 celebraram-se os Centenários, marcados pela realização de um cortejo, de um sarau e de touradas, bem como pelo fogo de artifício. Mas foi em 1899 que as comemorações adquiriram o seu lado de crítica social e cultural: o Centenário da Sebenta (assim chamado por ter por base as Sebentas dos professores), que procurava ridicularizar os Centenários anteriores, surgiu nesse ano, através de cortejos alegóricos e de um sarau.Já no novo século, estruturam-se os primeiros programas de festas ligadas à Queima das Fitas: em 1901, “os estudantes do IV ano jurídico organizaram um cortejo com cerca de 20 carros motorizados e a cavalo, enfeitados com flores e festões de murta”; em 1903, realizaram-se duas queimas das fitas (quartanistas de direito e de medicina); em 1905 decorrem as comemorações do “Enterro do Grau”, em que, pela primeira vez, as celebrações da Queima aparecem ligadas à comunidade coimbrã.A 27 de Maio de 1913, a polícia decide controlar a latada; desse ano salienta-se o episódio do boné, roubado por um estudante a um tenente da guarda; o espírito da Academia encarregou-se do resto, e o “olha o boné!” tornou-se mote.A conjuntura política e social não passava ao lado da Queima das Fitas, tendo motivado alguns interregnos até 1919. Foi exactamente neste ano que a estrutura das celebrações se aproximou em definitivo da actual: todas as faculdades participam no Cortejo dos quartanistas; o dia passa a ser feriado académico, não havendo praxe; a Queima torna-se o momento da “subida de grau” na hierarquia praxística.A partir dessa data, foram sendo adicionados os outros eventos que hoje conhecemos: a Garraiada (1929/1930); a Venda da Pasta (1932); o Baile de Gala das Faculdades (1933).Mais uma vez, a situação política, desta feita nacional, repercutiu-se na Queima das Fitas: a 22 de Abril de 1969 é decretado o luto académico, tendo-se este período caracterizado pela greve às aulas e pelo debate exaustivo dos problemas das faculdades e da Universidade; o descontentamento reflecte-se no cancelamento das festividades: “O Conselho de Veteranos decretou o luto, com capa e batina fechada e proibição do uso de insígnias, e a Reunião Geral de Grelados deliberou o cancelamento da Queima das Fitas”.Em 1972 alguns estudantes tentam realizar festejos comemorativos – houve selo e cartaz, mas não cortejo.A Queima só regressaria em 1980, motivada pela significativa adesão que a “Semana Académica” do ano anterior tinha tido. A organização passava então “por uma comissão central constituída por um comissário de cada faculdade que superintendiam e coordenavam todo o trabalho de organização da Queima das Fitas”.

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