O Presidente sozinho que dividiu o Portugal inteiro

12-01-2013
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Na hora da vitória, não foi capaz de esquecer os ataques de que foi alvo. Lembraria aqui que ele abordou o debate televisivo com Manuel Alegre, em Dezembro, por um ataque pessoal, sugerindo que o seu adversário era mentiroso. Mas sobretudo que, no momento em que ganha, espera-se de um Presidente que una e esqueça os agravos da luta política, por muito duros que esses possam ter sido. Cavaco personalizou a sua reeleição e, com isso, dividiu.

O seu discurso foi também o de um homem só. Que se definiu como sendo do povo mas que disse que usará a força que vai buscar ao povo. Um aviso sério. O qual já não se destinava aos seus adversários de campanha, mas sim aos interlocutores do costume, José Sócrates e Pedro Passos Coelho. Que na noite presidencial assinaram discursos breves, mas que foram os mais interessantes. Sócrates interpretando a vitória de Cavaco sob o chapéu-de-chuva da estabilidade - onde o governo também cabe. E assumindo a derrota de Alegre como se se tratasse de um jogo de berlindes. Passos deixou claro que Cavaco não tem partido quando disse que essa história de um Governo, uma maioria, um Presidente já não é actual.

Os outros discursos? Alegre saiu pedindo desculpas, reflectindo um momento que parecia sobretudo o da despedida de uma geração. Nobre celebrou uma votação surpreendente, com sabor a vitória. Mas a festa parecia mais a de um grupo de auto-ajuda do que outra coisa.

A campanha chegou ao fim sem segunda volta e estamos de regresso as voltas do costume: um Presidente sozinho enfrenta dois líderes que não se entendem. Acabou o intervalo.

Na hora da vitória, não foi capaz de esquecer os ataques de que foi alvo. Lembraria aqui que ele abordou o debate televisivo com Manuel Alegre, em Dezembro, por um ataque pessoal, sugerindo que o seu adversário era mentiroso. Mas sobretudo que, no momento em que ganha, espera-se de um Presidente que una e esqueça os agravos da luta política, por muito duros que esses possam ter sido. Cavaco personalizou a sua reeleição e, com isso, dividiu.

O seu discurso foi também o de um homem só. Que se definiu como sendo do povo mas que disse que usará a força que vai buscar ao povo. Um aviso sério. O qual já não se destinava aos seus adversários de campanha, mas sim aos interlocutores do costume, José Sócrates e Pedro Passos Coelho. Que na noite presidencial assinaram discursos breves, mas que foram os mais interessantes. Sócrates interpretando a vitória de Cavaco sob o chapéu-de-chuva da estabilidade - onde o governo também cabe. E assumindo a derrota de Alegre como se se tratasse de um jogo de berlindes. Passos deixou claro que Cavaco não tem partido quando disse que essa história de um Governo, uma maioria, um Presidente já não é actual.

Os outros discursos? Alegre saiu pedindo desculpas, reflectindo um momento que parecia sobretudo o da despedida de uma geração. Nobre celebrou uma votação surpreendente, com sabor a vitória. Mas a festa parecia mais a de um grupo de auto-ajuda do que outra coisa.

A campanha chegou ao fim sem segunda volta e estamos de regresso as voltas do costume: um Presidente sozinho enfrenta dois líderes que não se entendem. Acabou o intervalo.

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