Passos promete governar em tempos difíceis sem usar desculpa da herança do PS

20-06-2011
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Pedro Passos Coelho e Paulo Portas apareceram sorridentes numa sala apinhada de jornalistas, em directo para as televisões, apesar de o primeiro-ministro indigitado ter repetido que os próximos tempos vão ser difíceis. "Sabemos que temos uma grande responsabilidade em cima dos ombros", disse Passos, minutos depois de ter rubricado com Portas o acordo político Maioria para a Mudança e das bases programáticas, que servirão para o programa do Governo. "Forte" e para quatro anos - foi essa a garantia dada tanto por Portas como por Passos.

A horas de anunciar o elenco do XIX Governo Constitucional, o que pode acontecer já hoje ou amanhã, o primeiro-ministro indigitado deixou uma promessa: que não vai usar como "desculpas" a "herança" deixada pelo Governo de José Sócrates.

"Não usaremos nunca a situação que herdámos como uma desculpa para aquilo que tivermos de fazer." Afinal, os portugueses conhecem essa herança e por isso não tiveram "nenhuma dúvida quanto à necessidade de mudar [de Governo]".

Pedro e Paulo assumiram as diferenças entre os dois partidos, mas também reconheceram os pontos de convergência e o esforço de aproximação dos programas. A ponto de o presidente do PSD ter confessado que esse trabalho é "um belíssimo bom augúrio" para o trabalho do futuro Governo.

As negociações demoraram oito dias a serem concluídas e ainda ontem de manhã as duas delegações reuniram-se à hora prevista para a assinatura, num hotel de Lisboa. Uma demora de quase uma hora que não foi explicada aos jornalistas.

"Coragem e moderação"

Paulo Portas impôs mesmo uma meta para os próximos quatro anos, lembrando que, tal como Passos Coelho, é de uma geração que já viu o país pedir ajuda financeira por três vezes. "Se governarmos para as próximas gerações e não para as próximas eleições, se conseguirmos que esta seja a última vez que Portugal peça ajuda externa, cumprimos o nosso dever."

O líder do CDS-PP resumiu em três palavras o acordo político e programático que tinha assinado minutos antes com o presidente do PSD: "Coragem, mudança e moderação".

"Coragem" por causa dos "tempos" difíceis para governar; "mudança" para encarar a economia como um problema central; e "moderação" na atitude: Portugal "precisa de um Governo forte", mas também que tenha "abertura e tolerância" para os que não concordam, depois de anos de "muita arrogância". Ficava a indirecta para José Sócrates, primeiro-ministro cessante.

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Pedro Passos Coelho falou depois e para garantir um Governo "estável" e para os próximos quatro anos, o tempo da legislatura. É um "ciclo novo" para Portugal. "Esta é uma maioria para a mudança do país e tem todas as condições políticas para dar certo", afirmou.

Num discurso muito virado para o exterior, Passos Coelho acentuou a ideia de que é necessário recuperar a confiança e credibilidade, interna e externa. "O PSD e o CDS concordaram em constituir um futuro Governo que dê exemplo ao país do retorno da confiança dos portugueses e dos mercados em Portugal", afirmou, lembrando que tudo fará para que o país regresse ao mercado, da dívida externa, mais rapidamente do que os dois anos previstos no acordo com a troika da União Europeia, FMI e Banco Central Europeu.

Se os dois parceiros de coligação divulgaram o acordo político, o mesmo não aconteceu com as mais de 140 páginas do acordo programático. Passos Coelho explicou que isso só acontecerá quando o Governo estiver constituído e "validar" o programa de Governo. O primeiro-ministro indigitado sublinhou que os dois partidos se empenharam na aproximação de posições, abrindo o programa do PSD - "o mais sufragado" - às propostas do CDS-PP de Portas. S.R. e N.S.

Pedro Passos Coelho e Paulo Portas apareceram sorridentes numa sala apinhada de jornalistas, em directo para as televisões, apesar de o primeiro-ministro indigitado ter repetido que os próximos tempos vão ser difíceis. "Sabemos que temos uma grande responsabilidade em cima dos ombros", disse Passos, minutos depois de ter rubricado com Portas o acordo político Maioria para a Mudança e das bases programáticas, que servirão para o programa do Governo. "Forte" e para quatro anos - foi essa a garantia dada tanto por Portas como por Passos.

A horas de anunciar o elenco do XIX Governo Constitucional, o que pode acontecer já hoje ou amanhã, o primeiro-ministro indigitado deixou uma promessa: que não vai usar como "desculpas" a "herança" deixada pelo Governo de José Sócrates.

"Não usaremos nunca a situação que herdámos como uma desculpa para aquilo que tivermos de fazer." Afinal, os portugueses conhecem essa herança e por isso não tiveram "nenhuma dúvida quanto à necessidade de mudar [de Governo]".

Pedro e Paulo assumiram as diferenças entre os dois partidos, mas também reconheceram os pontos de convergência e o esforço de aproximação dos programas. A ponto de o presidente do PSD ter confessado que esse trabalho é "um belíssimo bom augúrio" para o trabalho do futuro Governo.

As negociações demoraram oito dias a serem concluídas e ainda ontem de manhã as duas delegações reuniram-se à hora prevista para a assinatura, num hotel de Lisboa. Uma demora de quase uma hora que não foi explicada aos jornalistas.

"Coragem e moderação"

Paulo Portas impôs mesmo uma meta para os próximos quatro anos, lembrando que, tal como Passos Coelho, é de uma geração que já viu o país pedir ajuda financeira por três vezes. "Se governarmos para as próximas gerações e não para as próximas eleições, se conseguirmos que esta seja a última vez que Portugal peça ajuda externa, cumprimos o nosso dever."

O líder do CDS-PP resumiu em três palavras o acordo político e programático que tinha assinado minutos antes com o presidente do PSD: "Coragem, mudança e moderação".

"Coragem" por causa dos "tempos" difíceis para governar; "mudança" para encarar a economia como um problema central; e "moderação" na atitude: Portugal "precisa de um Governo forte", mas também que tenha "abertura e tolerância" para os que não concordam, depois de anos de "muita arrogância". Ficava a indirecta para José Sócrates, primeiro-ministro cessante.

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Pedro Passos Coelho falou depois e para garantir um Governo "estável" e para os próximos quatro anos, o tempo da legislatura. É um "ciclo novo" para Portugal. "Esta é uma maioria para a mudança do país e tem todas as condições políticas para dar certo", afirmou.

Num discurso muito virado para o exterior, Passos Coelho acentuou a ideia de que é necessário recuperar a confiança e credibilidade, interna e externa. "O PSD e o CDS concordaram em constituir um futuro Governo que dê exemplo ao país do retorno da confiança dos portugueses e dos mercados em Portugal", afirmou, lembrando que tudo fará para que o país regresse ao mercado, da dívida externa, mais rapidamente do que os dois anos previstos no acordo com a troika da União Europeia, FMI e Banco Central Europeu.

Se os dois parceiros de coligação divulgaram o acordo político, o mesmo não aconteceu com as mais de 140 páginas do acordo programático. Passos Coelho explicou que isso só acontecerá quando o Governo estiver constituído e "validar" o programa de Governo. O primeiro-ministro indigitado sublinhou que os dois partidos se empenharam na aproximação de posições, abrindo o programa do PSD - "o mais sufragado" - às propostas do CDS-PP de Portas. S.R. e N.S.

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