De Rerum Natura: Europa condena ensino do criacionismo

01-07-2011
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Uma semana após o governo de Gordon Brown ter reconhecido que os curricula britânicos não devem incluir o que é apenas uma «crença criacionista» sem qualquer base científica, o Conselho da Europa aprovou o projecto de resolução que rejeita, em termos muito fortes, a possibilidade do criacionismo em qualquer das suas vertentes ser ensinado nas aulas de ciência.Embora em 25 de Junho os parlamentares tenham rejeitado discutir o documento, instados pelo presidente dos conservadores europeus, Luc van den Brande, que insistiu que o documento era irreflectido, a resolução aprovada na sexta-feira sofreu apenas alterações de pormenor em relação ao documento original - como passar evolução por selecção natural para evolução. Nomeadamente, mantém que os ataques à evolução, assentes «em formas de extremismo religioso», são um assalto perigoso aos direitos humanos, à ciência em geral e à medicina em particular.A resolução, aprovada com 48 votos a favor, 25 contra e três abstenções, ataca os advogados do criacionismo, associados a partidos políticos de extrema-direita na Europa Oriental, que os parlamentares consideram estar a impor «dogmas religiosos» e a promover «uma regressão radical ao passado» à custa da educação das crianças europeias.A deputada do Luxemburgo, Anne Brasseur, refere que «há criacionistas que querem fazer passar a sua crença por uma disciplina científica e instituir o ensino da sua crença nas aulas de biologia. É neste ponto que reside o perigo».O tijolo criacionista, que mencionámos por diversas vezes no De Rerum Natura e as pretensões dos que defendem a substituição da democracia por uma teocracia não foram esquecidos. A deputada referiu ainda que quando se lê «alguns livros onde é dito que Darwin está na origem do terrorismo é preciso colocar-se muitas questões sobre os autores».No memorando adicionado à resolução, Brasseur escreveu: «O objectivo deste relatório não é questionar ou combater uma crença. Não é uma questão de opôr fé e ciência, mas é necessário prevenir que a fé se oponha à ciência».A resolução agora aprovada - pelo orgão que aplica as decisões do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos - não vincula os 47 estados membros mas significa que a assembleia pedirá aos seus membros para a considerar. Não poderia concordar mais com uma decisão de Estrasburgo!Adenda: Os resultados da votação, na qual participaram três representantes portugueses, podem ser encontrados na página respectiva do Conselho da Europa. Maria Manuela Melo e Ana Catarina Mendonça votaram a favor da resolução; João Bosco Mota Amaral votou contra.


Uma semana após o governo de Gordon Brown ter reconhecido que os curricula britânicos não devem incluir o que é apenas uma «crença criacionista» sem qualquer base científica, o Conselho da Europa aprovou o projecto de resolução que rejeita, em termos muito fortes, a possibilidade do criacionismo em qualquer das suas vertentes ser ensinado nas aulas de ciência.Embora em 25 de Junho os parlamentares tenham rejeitado discutir o documento, instados pelo presidente dos conservadores europeus, Luc van den Brande, que insistiu que o documento era irreflectido, a resolução aprovada na sexta-feira sofreu apenas alterações de pormenor em relação ao documento original - como passar evolução por selecção natural para evolução. Nomeadamente, mantém que os ataques à evolução, assentes «em formas de extremismo religioso», são um assalto perigoso aos direitos humanos, à ciência em geral e à medicina em particular.A resolução, aprovada com 48 votos a favor, 25 contra e três abstenções, ataca os advogados do criacionismo, associados a partidos políticos de extrema-direita na Europa Oriental, que os parlamentares consideram estar a impor «dogmas religiosos» e a promover «uma regressão radical ao passado» à custa da educação das crianças europeias.A deputada do Luxemburgo, Anne Brasseur, refere que «há criacionistas que querem fazer passar a sua crença por uma disciplina científica e instituir o ensino da sua crença nas aulas de biologia. É neste ponto que reside o perigo».O tijolo criacionista, que mencionámos por diversas vezes no De Rerum Natura e as pretensões dos que defendem a substituição da democracia por uma teocracia não foram esquecidos. A deputada referiu ainda que quando se lê «alguns livros onde é dito que Darwin está na origem do terrorismo é preciso colocar-se muitas questões sobre os autores».No memorando adicionado à resolução, Brasseur escreveu: «O objectivo deste relatório não é questionar ou combater uma crença. Não é uma questão de opôr fé e ciência, mas é necessário prevenir que a fé se oponha à ciência».A resolução agora aprovada - pelo orgão que aplica as decisões do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos - não vincula os 47 estados membros mas significa que a assembleia pedirá aos seus membros para a considerar. Não poderia concordar mais com uma decisão de Estrasburgo!Adenda: Os resultados da votação, na qual participaram três representantes portugueses, podem ser encontrados na página respectiva do Conselho da Europa. Maria Manuela Melo e Ana Catarina Mendonça votaram a favor da resolução; João Bosco Mota Amaral votou contra.

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