Corta-fitas: "Quarta-feira das trevas"

24-01-2012
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"Foi a quarta-feira das trevas". A frase é de Narana Coissoró, sobre as faltas dos deputados nas votações da semana passada. Narana, velha raposa da política, regressou hoje às lides num colóquio do Parlamento sobre "Ética e Política" e garantiu que quando era vice-presidente da Assembleia da República ficou encarregue de analisar as justificações que os deputados davam para faltar às sessões. E pasmava-se.A tarefa desempenhada durante "cinco ou seis anos" consistia na análise do chamado "trabalho político" que era constantemente invocado pelos deputados. "O odioso", como chegou a dizer, acabou por ser um "cavalo de batalha" que não valia a pena pôr em campo. E porquê?Deu como exemplo a final da Taça UEFA, em Sevilha, há três ou quatro anos, quando um grupo de deputados de vários partidos (incluindo o actual primeiro-ministro e o actual líder parlamentar do PS, como fez questão de frisar) invocou o "trabalho político" para ir ver a performance futebolística do FCP na capital da Andaluzia. "Eu vi-os sentados no estádio e depois recebi a justificação de trabalho político"... Mesmo assim, não conseguiu recusar as justificações para as ausências porque, segundo disse, o então presidente da AR (e deixou expresso que falava de Mota Amaral) "não estava interessado" no assunto. Palavras para quê? É o País das trevas, pois então.


"Foi a quarta-feira das trevas". A frase é de Narana Coissoró, sobre as faltas dos deputados nas votações da semana passada. Narana, velha raposa da política, regressou hoje às lides num colóquio do Parlamento sobre "Ética e Política" e garantiu que quando era vice-presidente da Assembleia da República ficou encarregue de analisar as justificações que os deputados davam para faltar às sessões. E pasmava-se.A tarefa desempenhada durante "cinco ou seis anos" consistia na análise do chamado "trabalho político" que era constantemente invocado pelos deputados. "O odioso", como chegou a dizer, acabou por ser um "cavalo de batalha" que não valia a pena pôr em campo. E porquê?Deu como exemplo a final da Taça UEFA, em Sevilha, há três ou quatro anos, quando um grupo de deputados de vários partidos (incluindo o actual primeiro-ministro e o actual líder parlamentar do PS, como fez questão de frisar) invocou o "trabalho político" para ir ver a performance futebolística do FCP na capital da Andaluzia. "Eu vi-os sentados no estádio e depois recebi a justificação de trabalho político"... Mesmo assim, não conseguiu recusar as justificações para as ausências porque, segundo disse, o então presidente da AR (e deixou expresso que falava de Mota Amaral) "não estava interessado" no assunto. Palavras para quê? É o País das trevas, pois então.

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