“Nunca ninguém ficará infeliz com umas Josefinas!”

28-09-2015
marcar artigo

Já se sabe que a indústria de calçado português está em alta. Produzimos valor - somos o segundo país com o preço de calçado mais caro - e produzimos quantidade: quase dois mil milhões de euros, sendo que 98% desse valor é exportação. No meio desta vaga governa-se uma pequena embarcação, recém-lançada ao mar, mas que já conseguiu atrair o olhar dos radares mais influentes neste mundo. Teve baptismo em 2013, mas apareceu já em revistas internacionais de moda como a "Vogue", a "W" ou a "InStyle". E em ‘blogs' com milhões de seguidoras como o "The Blonde Salad", o "Man Repeller" ou o "Kayture".

Falamos, claro, das Josefinas. Marca de sabrinas nascida na cabeça da tal jovem de cinco anos de idade que ia todos os dias ao Ginasiano, a escola de dança em Vila Nova de Gaia. Guiada pela mão da avó materna, a avó Josefina. A homenagem "fazia todo o sentido" até porque, acrescenta, "Josefina é um nome forte, intemporal e isso é muito importante para os valores da marca." Há mais genética ainda nesta história de sucesso: o avô paterno "foi sapateiro artesanal toda a vida" e o pai "sonha com sapatos." Por causa deles, Filipa Guedes tem "uma paixão enorme por sapatos elegantes e bem-feitos" desde que se conhece. Parece óbvio, agora, que apesar do curso de arquitectura, o calçado viria sempre a ter um papel fundamental nesta vida. "As Josefinas vão buscar todas estas memórias de infância e transformam-nas num projecto que pretendemos que seja coerente e durável."

O que há de português na inspiração destas sabrinas?

Tudo! As mulheres portuguesas inspiram-nos diariamente. Só o facto de sermos maioritariamente uma equipa de mulheres portuguesas com estilos distintos terá com certeza muita influência. Para além disso, todos os nossos amigos e pessoas que nos rodeiam e criticam construtivamente são uma peça essencial neste ‘puzzle' criativo.

Da ideia à fundação do negócio quanto tempo decorreu?

Demorou um ano e três meses desde a verbalização da ideia até começarmos as vendas no ‘website', que coincidiram com a primeira venda directa no Coolares Market, apenas possível com o apoio da ‘blogger' Maria Guedes, a quem ainda hoje somos muito gratas! Esta participação foi única, mas permitiu-nos um contacto directo com as primeiras clientes que se revelou muito importante.

Necessitou de apoio?

Com certeza! O apoio de todas as pessoas com quem partilhei a ideia e me motivaram e questionaram, criticaram e incentivaram foi e é essencial até hoje. Neste grupo incluo amigos e família. Depois conheci a Maria Cunha - sócia no projecto das Josefinas - que se apaixonou pela ideia e tornou este sonho possível. O Sr. Jorge, mestre sapateiro que trabalhou comigo desde o início foi um apoio muito importante. Com ele continuamos a sonhar com novos modelos, formas, materiais. Em resumo: precisei e preciso de muito apoio, sempre.

São João da Madeira é o nosso ‘cluster' de sapatos mais luxuoso?

É o ‘cluster' que eu conheço melhor. Não sei se é o mais luxuoso mas sei que São João da Madeira é constituído por um conjunto de pessoas que nos permitem ter um projecto como as Josefinas, que envolvem muitas áreas diferentes de produção e empresas especializadas. Esta proximidade que temos com a produção é um factor essencial para testar novas ideias e maneiras de fazer. Todas estas características, num local tão próximo de nós, são um luxo.

Por falar em luxo, qual a ideia por trás do modelo "Sal Azul Persa", que custa uns impressionantes 3369 euros?

É a materialização do nosso manifesto à valorização do saber-fazer. Queríamos criar umas Josefinas que simbolizassem o saber-fazer dos sapateiros que trabalham connosco. Unindo a joalharia e as Josefinas surgiu este modelo simples e clássico, em veludo azul-marinho com uma jóia em ouro e topázios azuis. Este manifesto surge como resposta a uma época em que o que apenas parece contar é o preço, fechando-se os olhos à origem de um produto e ao seu processo de criação.

Quer ser o Louboutin das sabrinas?

Se isso significa produzir com qualidade e ter o respeito de quem trabalha nesta área e de quem adora sapatos, esse será o objectivo.

O céu é o limite, nesta matéria?

Há uma enormidade de projectos e áreas que queremos abraçar e com quem queremos trabalhar e desenvolver novas parcerias. Com imaginação e vontade nem o céu representa um limite.

Para já, Filipa Guedes apenas promete novidades para breve, sem nunca as detalhar "Até porque estão apenas em fase de estudo e podem ainda levar muitas alterações. Não seria correcto revelar algo que pode não acontecer". Sempre conseguimos saber que os projectos não passam por calçado de homem "Embora os pedidos sejam muitos, as Josefinas são e continuarão a ser uma marca feita por mulheres e para mulheres" mas podem chegar já este inverno e passam por algum tipo de sapato diferente das sabrinas: "Estamos a pensar em modelos diferentes e a preparar algumas surpresas para este Inverno". E mais não revela sobre o assunto.

Parece óbvio que a qualidade é fundamental e as sabrinas têm-na como, no geral, têm todas as boas marcas de calçado nacionais. Onde as Sabrinas se distinguem é na preocupação com a imagem, com a apresentação do seu produto. No segmento do luxo, a imagem e o ‘storytelling' são tudo e nessa estratégia as Sabrinas estão seriamente a marcar pontos. "O ‘storytelling' é sempre baseado nos valores da marca, é genuíno e verdadeiro".

Mas como é que, de repente, as Josefinas aparecem recomendadas por algumas das ‘bloggers' mais influentes do mundo?

Nada acontece de repente, por muito que assim pareça. A resposta honesta a esta questão é: com muito trabalho. Quando lhes enviamos umas Josefinas procuramos acima de tudo ter o ‘feedback' dessas mulheres influentes, para podermos evoluir. Pelo que percebemos, é sobretudo a genuinidade da marca que faz com que se identifiquem com os seus valores e as queiram usar e divulgar. É para nós um enorme orgulho que mulheres de referência se juntem ao nosso projecto.

Como surgiu a ideia de usar a mítica capa dos Beatles para a campanha do modelo "Pop Square"?

Na realidade surgiu numa conversa que se estava a ter sobre os anos 60 e sobre os grandes ícones da época e demos por nós, mulheres que trabalham nas Josefinas, a constatar que sabíamos os nomes dos 4 Beatles mas não o nome de algumas grandes mulheres que os acompanharam. Assim nasceram as Josefinas Yoko, Mo, Pattie e Linda, na passagem de peões mais famosa do mundo.

"As Josefinas são uma marca internacional, afinal vendemos e estamos presentes em todos os continentes. Mais internacionalização do que esta é impossível" Ainda assim, quem quiser comprar umas "Pop Square" (ou qualquer outro modelo das Josefinas) terá sempre de ir ao ‘site', já que as Josefinas não têm presença em lojas físicas. Uma opção fruto de uma nova realidade de consumo ou uma impossibilidade? "Hoje em dia ninguém compra puramente ‘online' ou exclusivamente ‘offline'. Tendo como base esta realidade, e sabendo que a nossa marca é baseada numa experiência que pretendemos tornar cada vez mais única, sim, pretendemos ter loja. Mas não será uma loja comum, será uma loja que complemente esta nova realidade de compra, e que una o universo ‘online' e ‘offline'." A opção por lojas multimarca está posta de parte por não permitir esse "contacto directo com o cliente final".

Filipa Guedes está perfeitamente consciente de que o ‘online' tem alguns problemas que lhe são inerentes, como a impossibilidade de experimentar as sabrinas, tocar-lhes, ver como ficam, mas diz que a marca procura colmatar essas deficiências com os meios disponíveis como, por exemplo, não cobrar as devoluções. "As clientes podem comprar um par de Josefinas e se não gostarem ou se não for o tamanho certo podem devolver sem qualquer custo associado, nem qualquer entrave. Têm essa garantia da nossa parte. Para nós, as clientes são pessoas fantásticas que merecem um serviço de sonho e pelas quais fazemos tudo o que estiver ao nosso alcance para que fiquem felizes."

Já se sabe que a indústria de calçado português está em alta. Produzimos valor - somos o segundo país com o preço de calçado mais caro - e produzimos quantidade: quase dois mil milhões de euros, sendo que 98% desse valor é exportação. No meio desta vaga governa-se uma pequena embarcação, recém-lançada ao mar, mas que já conseguiu atrair o olhar dos radares mais influentes neste mundo. Teve baptismo em 2013, mas apareceu já em revistas internacionais de moda como a "Vogue", a "W" ou a "InStyle". E em ‘blogs' com milhões de seguidoras como o "The Blonde Salad", o "Man Repeller" ou o "Kayture".

Falamos, claro, das Josefinas. Marca de sabrinas nascida na cabeça da tal jovem de cinco anos de idade que ia todos os dias ao Ginasiano, a escola de dança em Vila Nova de Gaia. Guiada pela mão da avó materna, a avó Josefina. A homenagem "fazia todo o sentido" até porque, acrescenta, "Josefina é um nome forte, intemporal e isso é muito importante para os valores da marca." Há mais genética ainda nesta história de sucesso: o avô paterno "foi sapateiro artesanal toda a vida" e o pai "sonha com sapatos." Por causa deles, Filipa Guedes tem "uma paixão enorme por sapatos elegantes e bem-feitos" desde que se conhece. Parece óbvio, agora, que apesar do curso de arquitectura, o calçado viria sempre a ter um papel fundamental nesta vida. "As Josefinas vão buscar todas estas memórias de infância e transformam-nas num projecto que pretendemos que seja coerente e durável."

O que há de português na inspiração destas sabrinas?

Tudo! As mulheres portuguesas inspiram-nos diariamente. Só o facto de sermos maioritariamente uma equipa de mulheres portuguesas com estilos distintos terá com certeza muita influência. Para além disso, todos os nossos amigos e pessoas que nos rodeiam e criticam construtivamente são uma peça essencial neste ‘puzzle' criativo.

Da ideia à fundação do negócio quanto tempo decorreu?

Demorou um ano e três meses desde a verbalização da ideia até começarmos as vendas no ‘website', que coincidiram com a primeira venda directa no Coolares Market, apenas possível com o apoio da ‘blogger' Maria Guedes, a quem ainda hoje somos muito gratas! Esta participação foi única, mas permitiu-nos um contacto directo com as primeiras clientes que se revelou muito importante.

Necessitou de apoio?

Com certeza! O apoio de todas as pessoas com quem partilhei a ideia e me motivaram e questionaram, criticaram e incentivaram foi e é essencial até hoje. Neste grupo incluo amigos e família. Depois conheci a Maria Cunha - sócia no projecto das Josefinas - que se apaixonou pela ideia e tornou este sonho possível. O Sr. Jorge, mestre sapateiro que trabalhou comigo desde o início foi um apoio muito importante. Com ele continuamos a sonhar com novos modelos, formas, materiais. Em resumo: precisei e preciso de muito apoio, sempre.

São João da Madeira é o nosso ‘cluster' de sapatos mais luxuoso?

É o ‘cluster' que eu conheço melhor. Não sei se é o mais luxuoso mas sei que São João da Madeira é constituído por um conjunto de pessoas que nos permitem ter um projecto como as Josefinas, que envolvem muitas áreas diferentes de produção e empresas especializadas. Esta proximidade que temos com a produção é um factor essencial para testar novas ideias e maneiras de fazer. Todas estas características, num local tão próximo de nós, são um luxo.

Por falar em luxo, qual a ideia por trás do modelo "Sal Azul Persa", que custa uns impressionantes 3369 euros?

É a materialização do nosso manifesto à valorização do saber-fazer. Queríamos criar umas Josefinas que simbolizassem o saber-fazer dos sapateiros que trabalham connosco. Unindo a joalharia e as Josefinas surgiu este modelo simples e clássico, em veludo azul-marinho com uma jóia em ouro e topázios azuis. Este manifesto surge como resposta a uma época em que o que apenas parece contar é o preço, fechando-se os olhos à origem de um produto e ao seu processo de criação.

Quer ser o Louboutin das sabrinas?

Se isso significa produzir com qualidade e ter o respeito de quem trabalha nesta área e de quem adora sapatos, esse será o objectivo.

O céu é o limite, nesta matéria?

Há uma enormidade de projectos e áreas que queremos abraçar e com quem queremos trabalhar e desenvolver novas parcerias. Com imaginação e vontade nem o céu representa um limite.

Para já, Filipa Guedes apenas promete novidades para breve, sem nunca as detalhar "Até porque estão apenas em fase de estudo e podem ainda levar muitas alterações. Não seria correcto revelar algo que pode não acontecer". Sempre conseguimos saber que os projectos não passam por calçado de homem "Embora os pedidos sejam muitos, as Josefinas são e continuarão a ser uma marca feita por mulheres e para mulheres" mas podem chegar já este inverno e passam por algum tipo de sapato diferente das sabrinas: "Estamos a pensar em modelos diferentes e a preparar algumas surpresas para este Inverno". E mais não revela sobre o assunto.

Parece óbvio que a qualidade é fundamental e as sabrinas têm-na como, no geral, têm todas as boas marcas de calçado nacionais. Onde as Sabrinas se distinguem é na preocupação com a imagem, com a apresentação do seu produto. No segmento do luxo, a imagem e o ‘storytelling' são tudo e nessa estratégia as Sabrinas estão seriamente a marcar pontos. "O ‘storytelling' é sempre baseado nos valores da marca, é genuíno e verdadeiro".

Mas como é que, de repente, as Josefinas aparecem recomendadas por algumas das ‘bloggers' mais influentes do mundo?

Nada acontece de repente, por muito que assim pareça. A resposta honesta a esta questão é: com muito trabalho. Quando lhes enviamos umas Josefinas procuramos acima de tudo ter o ‘feedback' dessas mulheres influentes, para podermos evoluir. Pelo que percebemos, é sobretudo a genuinidade da marca que faz com que se identifiquem com os seus valores e as queiram usar e divulgar. É para nós um enorme orgulho que mulheres de referência se juntem ao nosso projecto.

Como surgiu a ideia de usar a mítica capa dos Beatles para a campanha do modelo "Pop Square"?

Na realidade surgiu numa conversa que se estava a ter sobre os anos 60 e sobre os grandes ícones da época e demos por nós, mulheres que trabalham nas Josefinas, a constatar que sabíamos os nomes dos 4 Beatles mas não o nome de algumas grandes mulheres que os acompanharam. Assim nasceram as Josefinas Yoko, Mo, Pattie e Linda, na passagem de peões mais famosa do mundo.

"As Josefinas são uma marca internacional, afinal vendemos e estamos presentes em todos os continentes. Mais internacionalização do que esta é impossível" Ainda assim, quem quiser comprar umas "Pop Square" (ou qualquer outro modelo das Josefinas) terá sempre de ir ao ‘site', já que as Josefinas não têm presença em lojas físicas. Uma opção fruto de uma nova realidade de consumo ou uma impossibilidade? "Hoje em dia ninguém compra puramente ‘online' ou exclusivamente ‘offline'. Tendo como base esta realidade, e sabendo que a nossa marca é baseada numa experiência que pretendemos tornar cada vez mais única, sim, pretendemos ter loja. Mas não será uma loja comum, será uma loja que complemente esta nova realidade de compra, e que una o universo ‘online' e ‘offline'." A opção por lojas multimarca está posta de parte por não permitir esse "contacto directo com o cliente final".

Filipa Guedes está perfeitamente consciente de que o ‘online' tem alguns problemas que lhe são inerentes, como a impossibilidade de experimentar as sabrinas, tocar-lhes, ver como ficam, mas diz que a marca procura colmatar essas deficiências com os meios disponíveis como, por exemplo, não cobrar as devoluções. "As clientes podem comprar um par de Josefinas e se não gostarem ou se não for o tamanho certo podem devolver sem qualquer custo associado, nem qualquer entrave. Têm essa garantia da nossa parte. Para nós, as clientes são pessoas fantásticas que merecem um serviço de sonho e pelas quais fazemos tudo o que estiver ao nosso alcance para que fiquem felizes."

marcar artigo