Lacão terá sugerido demissão de Zorrinho

10-10-2014
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Lacão terá sugerido demissão de Zorrinho

Económico com Lusa

29 Mar 2012

Disciplina de voto na revisão das leis laborais revoltou alguns deputados socialistas.

O ex-ministro dos Assuntos Parlamentares Jorge Lacão criticou hoje a proposta do Secretariado Nacional do PS de revisão dos estatutos, dizendo que, a ser aprovada tal como está, colocará em causa a autonomia dos deputados.

Segundo fonte socialista, na reunião da bancada do PS, Jorge Lacão terá também sugerido ao líder parlamentar, Carlos Zorrinho, para que se demita do seu lugar, mas, em declarações aos jornalistas, Lacão negou ter pedido a saída de Zorrinho.

"Confirmo que fiz uma intervenção sobre a proposta de revisão dos estatutos do PS na parte que diz respeito ao processo de designação dos titulares de cargos políticos e ao modo de relacionamento dos titulares de cargos políticos e do próprio partido", declarou.

Vários deputados socialistas referiram à agência Lusa que Jorge Lacão, durante a sua intervenção, invocou o período de turbulência interna quando assumiu as funções de presidente do Grupo Parlamentar do PS, entre 1995 e 1997 - no primeiro executivo liderado por António Guterres -, dizendo que nessa altura soube tirar as devidas ilações ao apresentar a demissão.

Os mesmos deputados acrescentam que Jorge Lacão defendeu depois que é esse tipo de atitudes (a demissão) que faz a grandeza da política.

Na reunião da bancada do PS, deputados da corrente minoritária protestaram contra o teor de um dos artigos da proposta de revisão dos estatutos apresentada pelo Secretariado Nacional, que, segundo eles, pretende vincular expressamente os deputados do partido às orientações tomadas em Comissão Política.

Estes deputados críticos consideraram mesmo que esse artigo da proposta de revisão dos estatutos apresentada pela direcção do PS colide com a actual lei dos partidos.

Contra as alterações estatutárias e contra a existência de disciplina de voto perante a proposta do Governo de revisão das leis laborais falaram os deputados Helena André, Pedro Silva Pereira, Fernando Serrasqueiro, João Galamba, André Figueiredo, Basílio Horta, Ana Catarina Mendes, entre outros.

Pedro Silva Pereira, ex-ministro da Presidência, contestou que a disciplina de voto prevista no regulamento interno se possa aplicar à proposta do Governo de revisão do Código de Trabalho, que, na sua perspectiva, vai para além do memorando da ´troika'.

André Figueiredo, de acordo com fontes socialistas, disse que as declarações que Carlos Zorrinho fizera aos jornalistas sobre o que se passaram na reunião da bancada não correspondiam à verdade e deixou um aviso: "A unidade e a união conquistam-se, não se decretam".

André Figueiredo referiu depois que, se o PSD pensa votar a favor da proposta do Governo de revisão do Código de Trabalho, "fica sem face, limpa a sua História e coloca em causa a sua matriz ideológica".

Zorrinho recusa demitir-se

O líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, recusou hoje em absoluto colocar o cenário da sua demissão.

"Perguntem ao doutor Jorge Lacão, mas se foi uma sugestão não estou nada tentado, absolutamente nada tentado, a aceitá-la", disse Carlos Zorrinho.

"A discussão dos estatutos será feita na sede própria, que é a Comissão Nacional do Partido Socialista", afirmou Zorrinho.

O líder da bancada do PS argumentou também que "não se pode analisar os estatutos fora do seu contexto". "Ou seja, havendo neste momento liberdade de voto, sendo essa liberdade de voto definida estatutariamente, também é normal que as sanções para quem não cumpra disciplina de voto sejam também definidas estatutariamente", acrescentou.

Lacão terá sugerido demissão de Zorrinho

Económico com Lusa

29 Mar 2012

Disciplina de voto na revisão das leis laborais revoltou alguns deputados socialistas.

O ex-ministro dos Assuntos Parlamentares Jorge Lacão criticou hoje a proposta do Secretariado Nacional do PS de revisão dos estatutos, dizendo que, a ser aprovada tal como está, colocará em causa a autonomia dos deputados.

Segundo fonte socialista, na reunião da bancada do PS, Jorge Lacão terá também sugerido ao líder parlamentar, Carlos Zorrinho, para que se demita do seu lugar, mas, em declarações aos jornalistas, Lacão negou ter pedido a saída de Zorrinho.

"Confirmo que fiz uma intervenção sobre a proposta de revisão dos estatutos do PS na parte que diz respeito ao processo de designação dos titulares de cargos políticos e ao modo de relacionamento dos titulares de cargos políticos e do próprio partido", declarou.

Vários deputados socialistas referiram à agência Lusa que Jorge Lacão, durante a sua intervenção, invocou o período de turbulência interna quando assumiu as funções de presidente do Grupo Parlamentar do PS, entre 1995 e 1997 - no primeiro executivo liderado por António Guterres -, dizendo que nessa altura soube tirar as devidas ilações ao apresentar a demissão.

Os mesmos deputados acrescentam que Jorge Lacão defendeu depois que é esse tipo de atitudes (a demissão) que faz a grandeza da política.

Na reunião da bancada do PS, deputados da corrente minoritária protestaram contra o teor de um dos artigos da proposta de revisão dos estatutos apresentada pelo Secretariado Nacional, que, segundo eles, pretende vincular expressamente os deputados do partido às orientações tomadas em Comissão Política.

Estes deputados críticos consideraram mesmo que esse artigo da proposta de revisão dos estatutos apresentada pela direcção do PS colide com a actual lei dos partidos.

Contra as alterações estatutárias e contra a existência de disciplina de voto perante a proposta do Governo de revisão das leis laborais falaram os deputados Helena André, Pedro Silva Pereira, Fernando Serrasqueiro, João Galamba, André Figueiredo, Basílio Horta, Ana Catarina Mendes, entre outros.

Pedro Silva Pereira, ex-ministro da Presidência, contestou que a disciplina de voto prevista no regulamento interno se possa aplicar à proposta do Governo de revisão do Código de Trabalho, que, na sua perspectiva, vai para além do memorando da ´troika'.

André Figueiredo, de acordo com fontes socialistas, disse que as declarações que Carlos Zorrinho fizera aos jornalistas sobre o que se passaram na reunião da bancada não correspondiam à verdade e deixou um aviso: "A unidade e a união conquistam-se, não se decretam".

André Figueiredo referiu depois que, se o PSD pensa votar a favor da proposta do Governo de revisão do Código de Trabalho, "fica sem face, limpa a sua História e coloca em causa a sua matriz ideológica".

Zorrinho recusa demitir-se

O líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, recusou hoje em absoluto colocar o cenário da sua demissão.

"Perguntem ao doutor Jorge Lacão, mas se foi uma sugestão não estou nada tentado, absolutamente nada tentado, a aceitá-la", disse Carlos Zorrinho.

"A discussão dos estatutos será feita na sede própria, que é a Comissão Nacional do Partido Socialista", afirmou Zorrinho.

O líder da bancada do PS argumentou também que "não se pode analisar os estatutos fora do seu contexto". "Ou seja, havendo neste momento liberdade de voto, sendo essa liberdade de voto definida estatutariamente, também é normal que as sanções para quem não cumpra disciplina de voto sejam também definidas estatutariamente", acrescentou.

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