Livro explica os grandes erros do programa da 'troika'

10-10-2014
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Livro explica os grandes erros do programa da 'troika'

Luís Reis Pires

19 Jun 2014

Uma equipa mal preparada, com pouco conhecimento da economia portuguesa e que subestimou os efeitos da austeridade, é parte da justificação encontrada por Rui Peres Jorge, jornalista do Jornal de Negócios, para justificar as dificuldades do programa.

O livro "Os 10 erros da troika", da autoria de Rui Peres Jorge, parte da premissa de que o programa de ajustamento falhou praticamente todas as metas a que se propôs, explicando o falhanço através de dez erros que o autor considera cruciais.

São vários os pontos identificados, desde a guerra ao Constitucional ao desequilíbrio Norte/Sul na Europa, passando pelo fraco conhecimento do mercado de trabalho português.

Estava a 'troika' mal preparada para o que vinha encontrar em Portugal? "Creio que sim", afirma Rui Peres Jorge, em conversa com o Diário Económico, explicando que, do lado da Comissão Europeia e do BCE, "não havia experiência no desenho de programas de ajustamento". Já no caso do FMI, onde essa experiência se encontrava, as equipas de Washington "estavam pior preparadas quanto aos detalhes do funcionamento da economia nacional".

Lembrando a recessão acumulada nos últimos três anos, que atirou a economia para níveis de 2003, o autor, que seguiu de perto o programa enquanto jornalista do Jornal de Negócios, garante que "a austeridade foi exagerada em Portugal, em parte porque se desvalorizou o efeito de colocar toda a economia, empresas, famílias e Estado, a ajustar ao mesmo tempo".

A conclusão a que o livro chega acaba por ser a de que "era possível ter feito um melhor programa à cabeça", quer a nível macroeconómico e de contas públicas, quer na parte das reformas estruturais. Peres Jorge lembra que, mesmo em termos de consolidação, muitos economistas defenderam logo à partida uma abordagem "mais equilibrada".

E garante que "políticas mais céleres de reestruturação de dívida pública e privada", de que a troika fala agora em relação às empresas públicas, "teriam sido desejáveis" logo ao início.

"Os 10 erros da troika", editado pela Esfera dos Livros, é apresentado esta tarde, às 18h30, na Fnac do Chiado.

Livro explica os grandes erros do programa da 'troika'

Luís Reis Pires

19 Jun 2014

Uma equipa mal preparada, com pouco conhecimento da economia portuguesa e que subestimou os efeitos da austeridade, é parte da justificação encontrada por Rui Peres Jorge, jornalista do Jornal de Negócios, para justificar as dificuldades do programa.

O livro "Os 10 erros da troika", da autoria de Rui Peres Jorge, parte da premissa de que o programa de ajustamento falhou praticamente todas as metas a que se propôs, explicando o falhanço através de dez erros que o autor considera cruciais.

São vários os pontos identificados, desde a guerra ao Constitucional ao desequilíbrio Norte/Sul na Europa, passando pelo fraco conhecimento do mercado de trabalho português.

Estava a 'troika' mal preparada para o que vinha encontrar em Portugal? "Creio que sim", afirma Rui Peres Jorge, em conversa com o Diário Económico, explicando que, do lado da Comissão Europeia e do BCE, "não havia experiência no desenho de programas de ajustamento". Já no caso do FMI, onde essa experiência se encontrava, as equipas de Washington "estavam pior preparadas quanto aos detalhes do funcionamento da economia nacional".

Lembrando a recessão acumulada nos últimos três anos, que atirou a economia para níveis de 2003, o autor, que seguiu de perto o programa enquanto jornalista do Jornal de Negócios, garante que "a austeridade foi exagerada em Portugal, em parte porque se desvalorizou o efeito de colocar toda a economia, empresas, famílias e Estado, a ajustar ao mesmo tempo".

A conclusão a que o livro chega acaba por ser a de que "era possível ter feito um melhor programa à cabeça", quer a nível macroeconómico e de contas públicas, quer na parte das reformas estruturais. Peres Jorge lembra que, mesmo em termos de consolidação, muitos economistas defenderam logo à partida uma abordagem "mais equilibrada".

E garante que "políticas mais céleres de reestruturação de dívida pública e privada", de que a troika fala agora em relação às empresas públicas, "teriam sido desejáveis" logo ao início.

"Os 10 erros da troika", editado pela Esfera dos Livros, é apresentado esta tarde, às 18h30, na Fnac do Chiado.

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