Bolsa cai 9% e sofre pior mês desde falência da Lehman

10-10-2014
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Bolsa cai 9% e sofre pior mês desde falência da Lehman

Margarida Vaqueiro Lopes

30 Nov 2010

O PSI 20 caiu hoje 1,25%, acumulando um tombo de mais de 9% no mês que agora termina. Só a Jerónimo Martins fecha Novembro em alta.

O principal índice português, o PSI 20, cedeu hoje 1,25% para 7.322,89 pontos, mínimos de três meses, e em linha com as principais praças da Europa.

A ensombrar a negociação continuaram os receios em torno da crise de dívida na Europa, com os investidores a temer que o resgate da Irlanda - aprovado no passado domingo - não seja suficiente para travar o contágio a economias como Portugal e Espanha. Prova do crescente receio dos investidores em relação aos países ibéricos é a evolução dos indicadores de risco da dívida pública, que renovaram hoje máximos.

BES volta a negociar em mínimos de 20 meses

Em Lisboa, o BES foi dos títulos que mais castigou o PSI 20, ao escorregar 2,82% para 2,79 euros, mínimos de 20 meses. É a quarta sessão consecutiva de perdas para a instituição liderada por Ricardo Salgado, que é também o banco nacional com maior exposição a Espanha. No acumulado do mês, o BES regista perdas de 21,8%, enquanto o principal índice espanhol, o IBEX 35 de Madrid, tombou 14,2% em Novembro.

No mesmo sector, BCP e BPI acompanharam a tendência e perderam 1,51% e 0,86%, respectivamente, no dia em que o Banco de Portugal sublinhou que as dificuldades da banca portuguesa no acesso ao financiamento, a perspectiva de agravamento da situação económica nacional e a pressão sobre a rentabilidade deverão levar os bancos a ter necessidade de reforçar o seu capital.

"O BES está em linha com os pares europeus. A haver uma surpresa é uma surpresa pela positiva pelo facto de o BCP e o BPI não estarem a cair tanto", comentou Francisco Goarmon, 'trader' da Probolsa, à Reuters, ainda durante a negociação. A banca europeia sofreu hoje perdas em redor de 1%.

A penalizar o índice nacional, e a protagonizar o pior desempenho do PSI 20, esteve a Jerónimo Martins, que resvalou 4,72%, a corrigir dos máximos das últimas sessões, no dia em que a empresa paga um dividendo de 0,042 euros por acção.

Com uma descida mais ligeira, a Semapa cedeu 1,75%, mesmo depois de ontem ter anunciado que vai pagar o dividendo de 25,5 cêntimos, referente ao exercício de 2010, já em Dezembro, uma medida que beneficia os accionistas, já que escapam ao agravamento dos impostos sobre a distribuição de lucros, previsto no Orçamento do Estado para o próximo ano.

Títulos da energia escapam às perdas no PSI 20

A destacar-se, pela positiva, na sessão de hoje esteve a EDP, que valorizou 1,48% para 2,64 euros, no dia que o CEO da empresa, António Mexia, garantiu que a eléctrica mantém a capacidade de financiamento nos mercados, apesar da pressão sobre a dívida portuguesa.

O HSBC reviu ontem em alta o seu preço-alvo para os títulos da EDP, de 3 euros para 3,2 euros. A recomendação para as acções da eléctrica nacional ficou inalterada em ‘overweight'. A revisão surge na sequência de uma "actualização" do banco britânico após o anúncio dos resultados dos primeiros nove meses deste ano alcançados pela EDP.

A energia foi mesmo o único sector que escapou à maré vermelha que hoje inundou a bolsa lisboeta, com a Galp a ganhar 0,16% para 12,90, e a REN a valorizar 0,41% para 2,47 euros.

PSI 20 vive o pior mês em mais de dois anos

Feitas as contas, o PSI 20 fecha o mês de Novembro com um tombo de 9,4%, o pior mês para a praça lisboeta desde Outubro de 2008, quando resvalou 20,82%, no rescaldo da falência do Lehman Brothers.

A Jerónimo Martins foi mesmo a única cotada a garantir uma valorização nos últimos 30 dias, ao subir 1,11%. Sonae, Zon, BES e Mota-Engil protagonizaram alguns dos piores desempenhos do mês de Novembro.

Bolsa cai 9% e sofre pior mês desde falência da Lehman

Margarida Vaqueiro Lopes

30 Nov 2010

O PSI 20 caiu hoje 1,25%, acumulando um tombo de mais de 9% no mês que agora termina. Só a Jerónimo Martins fecha Novembro em alta.

O principal índice português, o PSI 20, cedeu hoje 1,25% para 7.322,89 pontos, mínimos de três meses, e em linha com as principais praças da Europa.

A ensombrar a negociação continuaram os receios em torno da crise de dívida na Europa, com os investidores a temer que o resgate da Irlanda - aprovado no passado domingo - não seja suficiente para travar o contágio a economias como Portugal e Espanha. Prova do crescente receio dos investidores em relação aos países ibéricos é a evolução dos indicadores de risco da dívida pública, que renovaram hoje máximos.

BES volta a negociar em mínimos de 20 meses

Em Lisboa, o BES foi dos títulos que mais castigou o PSI 20, ao escorregar 2,82% para 2,79 euros, mínimos de 20 meses. É a quarta sessão consecutiva de perdas para a instituição liderada por Ricardo Salgado, que é também o banco nacional com maior exposição a Espanha. No acumulado do mês, o BES regista perdas de 21,8%, enquanto o principal índice espanhol, o IBEX 35 de Madrid, tombou 14,2% em Novembro.

No mesmo sector, BCP e BPI acompanharam a tendência e perderam 1,51% e 0,86%, respectivamente, no dia em que o Banco de Portugal sublinhou que as dificuldades da banca portuguesa no acesso ao financiamento, a perspectiva de agravamento da situação económica nacional e a pressão sobre a rentabilidade deverão levar os bancos a ter necessidade de reforçar o seu capital.

"O BES está em linha com os pares europeus. A haver uma surpresa é uma surpresa pela positiva pelo facto de o BCP e o BPI não estarem a cair tanto", comentou Francisco Goarmon, 'trader' da Probolsa, à Reuters, ainda durante a negociação. A banca europeia sofreu hoje perdas em redor de 1%.

A penalizar o índice nacional, e a protagonizar o pior desempenho do PSI 20, esteve a Jerónimo Martins, que resvalou 4,72%, a corrigir dos máximos das últimas sessões, no dia em que a empresa paga um dividendo de 0,042 euros por acção.

Com uma descida mais ligeira, a Semapa cedeu 1,75%, mesmo depois de ontem ter anunciado que vai pagar o dividendo de 25,5 cêntimos, referente ao exercício de 2010, já em Dezembro, uma medida que beneficia os accionistas, já que escapam ao agravamento dos impostos sobre a distribuição de lucros, previsto no Orçamento do Estado para o próximo ano.

Títulos da energia escapam às perdas no PSI 20

A destacar-se, pela positiva, na sessão de hoje esteve a EDP, que valorizou 1,48% para 2,64 euros, no dia que o CEO da empresa, António Mexia, garantiu que a eléctrica mantém a capacidade de financiamento nos mercados, apesar da pressão sobre a dívida portuguesa.

O HSBC reviu ontem em alta o seu preço-alvo para os títulos da EDP, de 3 euros para 3,2 euros. A recomendação para as acções da eléctrica nacional ficou inalterada em ‘overweight'. A revisão surge na sequência de uma "actualização" do banco britânico após o anúncio dos resultados dos primeiros nove meses deste ano alcançados pela EDP.

A energia foi mesmo o único sector que escapou à maré vermelha que hoje inundou a bolsa lisboeta, com a Galp a ganhar 0,16% para 12,90, e a REN a valorizar 0,41% para 2,47 euros.

PSI 20 vive o pior mês em mais de dois anos

Feitas as contas, o PSI 20 fecha o mês de Novembro com um tombo de 9,4%, o pior mês para a praça lisboeta desde Outubro de 2008, quando resvalou 20,82%, no rescaldo da falência do Lehman Brothers.

A Jerónimo Martins foi mesmo a única cotada a garantir uma valorização nos últimos 30 dias, ao subir 1,11%. Sonae, Zon, BES e Mota-Engil protagonizaram alguns dos piores desempenhos do mês de Novembro.

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