A fantasia socialista

08-06-2015
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A fantasia socialista

05 Jun 2015 André Abrantes Amaral

A história que o PS nos vai contar até à eleições é a seguinte: nos países, como os EUA, em que o governo federal tem estimulado a procura, a crise passou e a economia está em recuperação.

Já na Europa onde, sob as rédeas da Alemanha, se tentam refrear os gastos públicos, sofre-se com os efeitos que se conhecem. O objectivo é criar a ideia de que é a teimosia ideológica de alguns governos que prolonga a crise e que esta se resolve com compromisso político. Ora, a história cai bem no ouvido, mas é falsa.

Tomemos como exemplos o caso da Segurança Social e as dificuldades da TAP. Ambos, de acordo com o PS, se ultrapassam bastando para tal um compromisso político nesse sentido. À pergunta de onde vem o dinheiro, a resposta é evasiva: diz-se que este existe, que está é nas mãos erradas, o que se resolve com diálogo e decisão política.

Acrescenta-se ainda, e de forma a dar força ao argumento, que os salários pagos pela TAP, tal como o pagamento integral das pensões, produzirão mais procura, logo mais emprego, crescimento económico e, fechando o círculo, mais dinheiro para pagar salários e pensões. Uma vez mais: bonito, mas falso.

Qualquer crédito dado a uma empresa equivale a dívida. É dinheiro que alguém vai querer de volta. A não ser que o PS tencione fazer transferências a fundo perdido. Só que se o fizer será à custa dos contribuintes; ou seja, transferindo a dívida dessas instituições e empresas para os cidadãos que pagam impostos; para a classe média que qualquer socialista que se preze dirá ser a base de uma economia saudável.

A falsidade do argumento torna-se mais grave quando se sabe que a economia dos EUA está à beira da recessão, ao contrário do que acontece com países sujeitos às políticas de austeridade, como Portugal, onde a economia cresce acima da média da zona euro. Outro aviso chega-nos da China que muitos julgam ser o novo paraíso liberal. Pequim está a braços com uma dívida colossal que só não rebenta e destrói o sistema bancário porque o poder central, que num regime liberal teria pouco poder, não deixa.

É transferindo dinheiro para os maiores bancos nacionais, continuando a encher a bolha que deturpa o mercado e que quando rebentar não deixará pedra sobre pedra, que Pequim impede que estes colapsem. No fundo, com um compromisso político semelhante ao que o PS parece propor para Portugal. Uma coisa é certa: qualquer governo, politicamente comprometido em fazê-lo, pode manter as empresas que quiser. Por alguma razão, nos países onde tal se faz os cidadãos são mais pobres. O discurso socialista tem tantos buracos que, se não tivermos cuidado, afundará o país com ele.

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A fantasia socialista

05 Jun 2015 André Abrantes Amaral

A história que o PS nos vai contar até à eleições é a seguinte: nos países, como os EUA, em que o governo federal tem estimulado a procura, a crise passou e a economia está em recuperação.

Já na Europa onde, sob as rédeas da Alemanha, se tentam refrear os gastos públicos, sofre-se com os efeitos que se conhecem. O objectivo é criar a ideia de que é a teimosia ideológica de alguns governos que prolonga a crise e que esta se resolve com compromisso político. Ora, a história cai bem no ouvido, mas é falsa.

Tomemos como exemplos o caso da Segurança Social e as dificuldades da TAP. Ambos, de acordo com o PS, se ultrapassam bastando para tal um compromisso político nesse sentido. À pergunta de onde vem o dinheiro, a resposta é evasiva: diz-se que este existe, que está é nas mãos erradas, o que se resolve com diálogo e decisão política.

Acrescenta-se ainda, e de forma a dar força ao argumento, que os salários pagos pela TAP, tal como o pagamento integral das pensões, produzirão mais procura, logo mais emprego, crescimento económico e, fechando o círculo, mais dinheiro para pagar salários e pensões. Uma vez mais: bonito, mas falso.

Qualquer crédito dado a uma empresa equivale a dívida. É dinheiro que alguém vai querer de volta. A não ser que o PS tencione fazer transferências a fundo perdido. Só que se o fizer será à custa dos contribuintes; ou seja, transferindo a dívida dessas instituições e empresas para os cidadãos que pagam impostos; para a classe média que qualquer socialista que se preze dirá ser a base de uma economia saudável.

A falsidade do argumento torna-se mais grave quando se sabe que a economia dos EUA está à beira da recessão, ao contrário do que acontece com países sujeitos às políticas de austeridade, como Portugal, onde a economia cresce acima da média da zona euro. Outro aviso chega-nos da China que muitos julgam ser o novo paraíso liberal. Pequim está a braços com uma dívida colossal que só não rebenta e destrói o sistema bancário porque o poder central, que num regime liberal teria pouco poder, não deixa.

É transferindo dinheiro para os maiores bancos nacionais, continuando a encher a bolha que deturpa o mercado e que quando rebentar não deixará pedra sobre pedra, que Pequim impede que estes colapsem. No fundo, com um compromisso político semelhante ao que o PS parece propor para Portugal. Uma coisa é certa: qualquer governo, politicamente comprometido em fazê-lo, pode manter as empresas que quiser. Por alguma razão, nos países onde tal se faz os cidadãos são mais pobres. O discurso socialista tem tantos buracos que, se não tivermos cuidado, afundará o país com ele.

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