Jerónimo abre a Festa ao ataque: “Querem-nos quietos, confinados, calados”

30-09-2020
marcar artigo

A imagem ficará para sempre marcada na história da Festa do “Avante!”. Nos corredores que rodeiam o Palco 25 de abril circula-se com facilidade porque estão muito longe de estar cheios; nas cadeiras sentam-se poucas dezenas de pessoas viradas para um palco em que, pela primeira vez, não está ninguém. De repente, a voz de Jerónimo de Sousa, pelas colunas. A declaração de abertura da Festa chega cheia de avisos. O clima é de guerra.

E Jerónimo fala precisamente contra o “autêntico arsenal mediático” que, na sua perspetiva, está a ser usado contra o PCP e a sua tradicional rentrée. Os onze minutos de intervenção são dedicados a isso mesmo: um cerrar de fileiras contra os inimigos externos. “Sim, querem-nos quietos, confinados, calados e com temor, porque sabem o que aí vem”, sentencia.

O que é que aí vem? Uma crise, a retirada de mais direitos aos trabalhadores, consequências económicas sem precedentes. “Não querem que haja Festa como não queriam as celebrações do 25 de Abril, nem a jornada de luta do 1.º de Maio. Não queriam, nem querem a Festa porque estão conscientes do agravamento da situação económica e social em que sectores do capital se vão aproveitar para despedir, cortar salários e direitos, aumentar as injustiças e desigualdades”. Um ataque ao PCP, mais do que à existência da Festa em si, acreditam os comunistas.

ana baiao

Daí os ataques a “figuras destacadas da direita” que vieram “invocar hipocritamente razões sanitárias”, mas também à comunicação social, que Jerónimo diz ter durante décadas “escondido” e “censurado” as imagens dos comícios para “concluírem que a coisa estava fraca”. “Agora, supreendentemente, muitas das peças que nunca viram a luz do dia, passam e repassam, para concluir que «vai haver gente a mais»!”, critica o secretário-geral comunista.

De novo, a garantia de que o PCP não foi privilegiado por realizar a Festa, mas antes prejudicado - Jerónimo recorda as normas que “vão para além das normas exigidas em qualquer espaço comercial, qualquer praia, actividade religiosa ou de rua”. E a garantia de que o PCP não se deixará intimidar: em época de negociações orçamentais - adiadas pelo partido até depois da Festa do “Avante!” -, os exemplos dados passaram pela valorização dos salários e o aumento do salário mínimo, o combate à precariedade, a valorização de reformas, o reforço de serviços públicos ou a produção nacional.

Um último apelo: “Respeitemos e cumpramos todas as medidas de protecção sanitária”. Os comunistas não querem dar argumentos aos críticos da festa e essa preocupação está bem presente neste dia inaugural. “Mas não deixemos que nos tapem os olhos em relação à necessidade de continuar a estar e a lutar onde sempre estivemos – com os trabalhadores, com o povo português, sejam quais forem as circunstâncias”. A luta continua, agora num Avante muito mais vazio e com a voz de Jerónimo a ecoar recinto fora.

A imagem ficará para sempre marcada na história da Festa do “Avante!”. Nos corredores que rodeiam o Palco 25 de abril circula-se com facilidade porque estão muito longe de estar cheios; nas cadeiras sentam-se poucas dezenas de pessoas viradas para um palco em que, pela primeira vez, não está ninguém. De repente, a voz de Jerónimo de Sousa, pelas colunas. A declaração de abertura da Festa chega cheia de avisos. O clima é de guerra.

E Jerónimo fala precisamente contra o “autêntico arsenal mediático” que, na sua perspetiva, está a ser usado contra o PCP e a sua tradicional rentrée. Os onze minutos de intervenção são dedicados a isso mesmo: um cerrar de fileiras contra os inimigos externos. “Sim, querem-nos quietos, confinados, calados e com temor, porque sabem o que aí vem”, sentencia.

O que é que aí vem? Uma crise, a retirada de mais direitos aos trabalhadores, consequências económicas sem precedentes. “Não querem que haja Festa como não queriam as celebrações do 25 de Abril, nem a jornada de luta do 1.º de Maio. Não queriam, nem querem a Festa porque estão conscientes do agravamento da situação económica e social em que sectores do capital se vão aproveitar para despedir, cortar salários e direitos, aumentar as injustiças e desigualdades”. Um ataque ao PCP, mais do que à existência da Festa em si, acreditam os comunistas.

ana baiao

Daí os ataques a “figuras destacadas da direita” que vieram “invocar hipocritamente razões sanitárias”, mas também à comunicação social, que Jerónimo diz ter durante décadas “escondido” e “censurado” as imagens dos comícios para “concluírem que a coisa estava fraca”. “Agora, supreendentemente, muitas das peças que nunca viram a luz do dia, passam e repassam, para concluir que «vai haver gente a mais»!”, critica o secretário-geral comunista.

De novo, a garantia de que o PCP não foi privilegiado por realizar a Festa, mas antes prejudicado - Jerónimo recorda as normas que “vão para além das normas exigidas em qualquer espaço comercial, qualquer praia, actividade religiosa ou de rua”. E a garantia de que o PCP não se deixará intimidar: em época de negociações orçamentais - adiadas pelo partido até depois da Festa do “Avante!” -, os exemplos dados passaram pela valorização dos salários e o aumento do salário mínimo, o combate à precariedade, a valorização de reformas, o reforço de serviços públicos ou a produção nacional.

Um último apelo: “Respeitemos e cumpramos todas as medidas de protecção sanitária”. Os comunistas não querem dar argumentos aos críticos da festa e essa preocupação está bem presente neste dia inaugural. “Mas não deixemos que nos tapem os olhos em relação à necessidade de continuar a estar e a lutar onde sempre estivemos – com os trabalhadores, com o povo português, sejam quais forem as circunstâncias”. A luta continua, agora num Avante muito mais vazio e com a voz de Jerónimo a ecoar recinto fora.

marcar artigo