PCP. O que fazer com esta derrota? O comité central dirá

29-03-2020
marcar artigo

Primeiro, foram as autárquicas, com dez câmaras perdidas diretamente para as mãos do PS. Agora, um resultado "particularmente negativo" tirou ao PCP um lugar de eurodeputado em Bruxelas e mais de 188 mil votos. As campainhas de alerta já soaram na Soeiro Pereira Gomes. Já na terça-feira o comité central vai reunir para uma "avaliação concreta" de como se chegou a este ponto.

"Podem ficar descansados, não há razão para nenhuma ansiedade", disse João Ferreira. Faltavam cinco minutos para as nove da noite quando o cabeça de lista da CDU - e eurodeputado duas vezes eleito - veio falar aos jornalistas. O ambiente no Hotel Vitória era tenso e anormalmente silencioso. Na verdade, ainda nem sequer estava confirmada a eleição de João Ferreira e, pior, já era mais que certa a quebra eleitoral e a baixa na bancada europeia da CDU. Altura para apelar à calma e garantir que seria feita "uma avaliação mais concreta" dos resultados. O encontro tem dia e hora marcados: o comité central foi convocado já para a próxima terça feira e o 'coletivo' terá a palavra decisiva sobre o que fazer com este resultado. Como trabalho de casa, a direção comunista leva as duas quebras do PCP nas duas últimas eleições e a correspondente subida dos seus parceiros de coligação. A geringonça está, por isso, em cima da mesa.

Ana Baião

Os 'ses' de Jerónimo Mais de duas horas depois da intervenção de João Ferreira, o cenário não tinha mudado. Reinava a mesma indefinição sobre se a CDU tinha conseguido garantir um segundo eurodeputado (na verdade, só se respirou de alívio já passava da uma da manhã), quando Jerónimo de Sousa entrou na sala de imprensa. O líder abriu direto ao assunto. Desta vez não houve "grande resultado" ou menção a uma "grande vitória". Foi mesmo "negativo" o score obtido e Jerónimo não tentou sequer dar a volta ao texto. Apesar de falar na diferença de contexto político entre as duas últimas eleições europeias e de lamentar a "constante desvalorização do trabalho e da intervenção da CDU" nos media, ou a "campanha de calúnias e difamação" de que o seu partido foi alvo, o líder não fugiu ao assunto. "Pode ter acontecido que, na nova fase da vida política nacional, o PS tenha capitalizado alguma coisa", disse Jerónimo de Sousa. A geringonça tornou-se um elefante na sala principal do Hotel Vitória. A "capitalização" socialista é feita, em grande parte, à custa do eleitorado comunista e isso "precisa de avaliação e de análise mais longa", diz Jerónimo.

Ana Baião

Primeiro, foram as autárquicas, com dez câmaras perdidas diretamente para as mãos do PS. Agora, um resultado "particularmente negativo" tirou ao PCP um lugar de eurodeputado em Bruxelas e mais de 188 mil votos. As campainhas de alerta já soaram na Soeiro Pereira Gomes. Já na terça-feira o comité central vai reunir para uma "avaliação concreta" de como se chegou a este ponto.

"Podem ficar descansados, não há razão para nenhuma ansiedade", disse João Ferreira. Faltavam cinco minutos para as nove da noite quando o cabeça de lista da CDU - e eurodeputado duas vezes eleito - veio falar aos jornalistas. O ambiente no Hotel Vitória era tenso e anormalmente silencioso. Na verdade, ainda nem sequer estava confirmada a eleição de João Ferreira e, pior, já era mais que certa a quebra eleitoral e a baixa na bancada europeia da CDU. Altura para apelar à calma e garantir que seria feita "uma avaliação mais concreta" dos resultados. O encontro tem dia e hora marcados: o comité central foi convocado já para a próxima terça feira e o 'coletivo' terá a palavra decisiva sobre o que fazer com este resultado. Como trabalho de casa, a direção comunista leva as duas quebras do PCP nas duas últimas eleições e a correspondente subida dos seus parceiros de coligação. A geringonça está, por isso, em cima da mesa.

Ana Baião

Os 'ses' de Jerónimo Mais de duas horas depois da intervenção de João Ferreira, o cenário não tinha mudado. Reinava a mesma indefinição sobre se a CDU tinha conseguido garantir um segundo eurodeputado (na verdade, só se respirou de alívio já passava da uma da manhã), quando Jerónimo de Sousa entrou na sala de imprensa. O líder abriu direto ao assunto. Desta vez não houve "grande resultado" ou menção a uma "grande vitória". Foi mesmo "negativo" o score obtido e Jerónimo não tentou sequer dar a volta ao texto. Apesar de falar na diferença de contexto político entre as duas últimas eleições europeias e de lamentar a "constante desvalorização do trabalho e da intervenção da CDU" nos media, ou a "campanha de calúnias e difamação" de que o seu partido foi alvo, o líder não fugiu ao assunto. "Pode ter acontecido que, na nova fase da vida política nacional, o PS tenha capitalizado alguma coisa", disse Jerónimo de Sousa. A geringonça tornou-se um elefante na sala principal do Hotel Vitória. A "capitalização" socialista é feita, em grande parte, à custa do eleitorado comunista e isso "precisa de avaliação e de análise mais longa", diz Jerónimo.

Ana Baião

marcar artigo