O secretário-geral da UGT, João Proença, negou que o aumento da 'meia hora' no horário de trabalho diário não fosse do interesse do patronato.
"É totalmente falso que os patrões não valorizassem a meia hora", afirmou João Proença num tom irado, depois das intervenções dos deputados Miguel Tiago, do PCP, e João Semedo, do Bloco de Esquerda, na comissão eventual de acompanhamento das medidas resultantes do acordo com a 'troika', a decorrer no Parlamento.
Ambos citaram uma entrevista do presidente da CIP, António Saraiva, que, no passado fim-de-semana repetiu que a 'meia hora' nunca foi do interesse dos patrões, o que João Proença repudiou: "Um dia quando eu poder divulgar documentos da CIP e da CCP vou provar que isso não é verdade".
E reiterou: "A meia hora caiu, em primeiro lugar, porque a UGT disse: 'ou a meia hora cai, ou não há acordo nenhum'".Em resposta a Miguel Tiago, que disse não entender como é que a UGT assinou um acordo que promove a "desregulação laboral", João Proença elevou o tom e falou de "ignorância" e aconselhou o deputado do PCP a "ir ler o Código do Trabalho".
João Proença repetiu o que tem vindo a sustentar nas últimas semanas, desde que assinou o acordo tripartido com o Governo e o patronato, argumentando que "os riscos para os trabalhadores seriam maiores, porque Portugal iria cair numa situação semelhante à da Grécia, onde não há diálogo social".
Perante a indignação dos deputados da ala esquerda, João Proença insistiu, desta vez dirigindo-se ao BE: "Senhor deputado João Semedo, os patrões queriam muito a meia hora e até sei de duas empresas, a Portucel e a Renova".
A medida, disse, evitou não os despedimentos, mas sim as não renovações de contratos, que podiam ter chegado aos cinco mil, disse o responsável sindical.
O aumento de 'meia hora' no horário de trabalho diário foi proposto pelo Governo aos sindicatos e patrões em detrimento da aplicação da redução da Taxa Social Única (TSU), conforme pretende a 'troika'.
Entretanto, a UGT disse ao Governo que apenas negociava em sede de concertação social se a medida caísse, e o Executivo assim fez, apesar de esta [medida] ter sido aprovada pelo Governo em Conselho de Ministros durante as negociações em sede de concertação social.
Ainda assim, e apesar desta proposta ter dado entrada na Assembleia da República e de estar em discussão pública, o Governo recuou e conseguiu um acordo tripartido, mas que deixou de fora a CGTP.
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O secretário-geral da UGT, João Proença, negou que o aumento da 'meia hora' no horário de trabalho diário não fosse do interesse do patronato.
"É totalmente falso que os patrões não valorizassem a meia hora", afirmou João Proença num tom irado, depois das intervenções dos deputados Miguel Tiago, do PCP, e João Semedo, do Bloco de Esquerda, na comissão eventual de acompanhamento das medidas resultantes do acordo com a 'troika', a decorrer no Parlamento.
Ambos citaram uma entrevista do presidente da CIP, António Saraiva, que, no passado fim-de-semana repetiu que a 'meia hora' nunca foi do interesse dos patrões, o que João Proença repudiou: "Um dia quando eu poder divulgar documentos da CIP e da CCP vou provar que isso não é verdade".
E reiterou: "A meia hora caiu, em primeiro lugar, porque a UGT disse: 'ou a meia hora cai, ou não há acordo nenhum'".Em resposta a Miguel Tiago, que disse não entender como é que a UGT assinou um acordo que promove a "desregulação laboral", João Proença elevou o tom e falou de "ignorância" e aconselhou o deputado do PCP a "ir ler o Código do Trabalho".
João Proença repetiu o que tem vindo a sustentar nas últimas semanas, desde que assinou o acordo tripartido com o Governo e o patronato, argumentando que "os riscos para os trabalhadores seriam maiores, porque Portugal iria cair numa situação semelhante à da Grécia, onde não há diálogo social".
Perante a indignação dos deputados da ala esquerda, João Proença insistiu, desta vez dirigindo-se ao BE: "Senhor deputado João Semedo, os patrões queriam muito a meia hora e até sei de duas empresas, a Portucel e a Renova".
A medida, disse, evitou não os despedimentos, mas sim as não renovações de contratos, que podiam ter chegado aos cinco mil, disse o responsável sindical.
O aumento de 'meia hora' no horário de trabalho diário foi proposto pelo Governo aos sindicatos e patrões em detrimento da aplicação da redução da Taxa Social Única (TSU), conforme pretende a 'troika'.
Entretanto, a UGT disse ao Governo que apenas negociava em sede de concertação social se a medida caísse, e o Executivo assim fez, apesar de esta [medida] ter sido aprovada pelo Governo em Conselho de Ministros durante as negociações em sede de concertação social.
Ainda assim, e apesar desta proposta ter dado entrada na Assembleia da República e de estar em discussão pública, o Governo recuou e conseguiu um acordo tripartido, mas que deixou de fora a CGTP.