Socialistas preocupados com candidatura de Henrique Neto

24-03-2015
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Apanhados de surpresa pela candidatura de Henrique Neto, os socialistas reagem com preocupação à possível proliferação de candidatos presidenciais à esquerda, enquanto o candidato mais esperado, António Guterres, não se decide e deixa em suspenso o PS. O secretário-geral António Costa não sabia de nada, também foi apanhado de surpresa, sabe o Observador. Na quarta-feira, dia em que Henrique Neto apresenta a candidatura no Padrão dos Descobrimentos, Costa está no Vaticano, onde vai ser recebido pelo Papa.

Augusto Santos Silva reagiu de uma forma muito crítica. Pondo a candidatura presidencial de Henrique Neto e a candidatura às legislativas de Joana Amaral Dias no mesmo saco, classificou-os de “bobos” e de apenas quererem “15 minutinhos de fama”, alertando para “a enorme dispersão de votos à esquerda”.

“Tenho muito que trabalhar hoje, escusava o destino de me lembrar que continuo sem candidato presidencial, que corro o risco de brindar a direita com uma enorme dispersão de votos à esquerda e que, sempre que os responsáveis se resguardam, os bobos ocupam a cena”, escreveu.

Segundo este ex-ministro de Sócrates, há “dois problemas bicudos pela frente: falta ao centro-esquerda um candidato presidencial forte e mobilizador de toda a sua base eleitoral, e não apenas de uma sua franja, por mais vocal que ela seja; e a restante esquerda embarcou numa alegre grupuscularização sem fim à vista”.

“É isto que sucede quando as pessoas capazes se fecham em copas e os eleitores dão sinais de imoderação: surgem logo todos quantos aproveitam qualquer oportunidade para quinze minutinhos de fama”, acrescentou.

Esta análise mereceu o apoio de vários socialistas no Facebook, um deles é a ex-secretária de Estado da Modernização Administrativa de Sócrates, Maria Manuel Leitão Marques. Contactada pelo Observador, a socialista disse concordar com as palavras de Santos Silva, mas não quis acrescentar mais nenhum comentário. Um outro ex-governante de Sócrates questiona em declarações ao Observador a “credibilidade” de Henrique Neto. “Desconfio logo dessas pessoas que dizem que vêm dos bons costumes”, afirmou.

O socrático José Lello também reagiu com veemência no Facebook: “Henrique Neto candidato à Presidência? O Beppe Grillo português! Como se vota contra, afirmativamente?…”

“É uma candidatura manifestamente extemporânea. Não me parece que tenha hipóteses de discutir as presidenciais nem vai colher o apoio do partido. O próprio fez questão de avançar sem procurar consultar o PS”, sublinha o deputado Filipe Neto Brandão. Sérgio Sousa Pinto, próximo de António Costa, fugiu ao assunto. “Não falo sobre isso”, limitou-se a responder ao Observador.

O ex-secretário de Estado do Comércio de Sócrates, Fernando Serrasqueiro, por seu lado, não acredita na concretização desta candidatura. “Acho que isto é uma manifestação de interesse para abrir espaço noticioso, um espaço onde ele gosta de se movimentar”, afirmou ao Observador, acrescentando ter dúvidas que a candidatura avance e consiga reunir assinaturas. De qualquer modo: “Nele não votarei independentemente de que sejam os outros candidatos. Não tem condições para ser um candidato para servir Portugal”.

Francisco Seixas da Costa, ex-secretário de Estado dos Assuntos Europeus num Governo, gostou do avanço de Henrique Neto, por considerar ter tido uma atitude “corajosa e nobre” e deseja-lhe “um valente combate”, embora deixe claro que não será apoiante desta candidatura.

“Com 78 anos, um passado digno de anti-fascista, “self-made man”, industrial, homem de palavra frontal, Henrique Neto não é um homem “fácil”. Tem ideias próprias, diz sempre o que pensa e di-lo com palavras fortes, às vezes ácidas. No seio do Partido Socialista, ao olhar para as últimas décadas, verifica-se que quase sempre foi uma figura incómoda, incontrolável, crítica”, escreveu no Facebook. “Deixo daqui um sincero abraço de simpatia pessoal a Henrique Neto, pessoa que me merece respeito, com quem tenho trocado impressões esparsas e francas, ao longo destes anos. Um respeito que é agora reforçado pela coragem que teve para entrar nesta aventura, a qual nem por ser impossível deixa de ser nobre. Estarei algures, mas só lhe posso desejar um valente combate”, acrescenta.

Apanhados de surpresa pela candidatura de Henrique Neto, os socialistas reagem com preocupação à possível proliferação de candidatos presidenciais à esquerda, enquanto o candidato mais esperado, António Guterres, não se decide e deixa em suspenso o PS. O secretário-geral António Costa não sabia de nada, também foi apanhado de surpresa, sabe o Observador. Na quarta-feira, dia em que Henrique Neto apresenta a candidatura no Padrão dos Descobrimentos, Costa está no Vaticano, onde vai ser recebido pelo Papa.

Augusto Santos Silva reagiu de uma forma muito crítica. Pondo a candidatura presidencial de Henrique Neto e a candidatura às legislativas de Joana Amaral Dias no mesmo saco, classificou-os de “bobos” e de apenas quererem “15 minutinhos de fama”, alertando para “a enorme dispersão de votos à esquerda”.

“Tenho muito que trabalhar hoje, escusava o destino de me lembrar que continuo sem candidato presidencial, que corro o risco de brindar a direita com uma enorme dispersão de votos à esquerda e que, sempre que os responsáveis se resguardam, os bobos ocupam a cena”, escreveu.

Segundo este ex-ministro de Sócrates, há “dois problemas bicudos pela frente: falta ao centro-esquerda um candidato presidencial forte e mobilizador de toda a sua base eleitoral, e não apenas de uma sua franja, por mais vocal que ela seja; e a restante esquerda embarcou numa alegre grupuscularização sem fim à vista”.

“É isto que sucede quando as pessoas capazes se fecham em copas e os eleitores dão sinais de imoderação: surgem logo todos quantos aproveitam qualquer oportunidade para quinze minutinhos de fama”, acrescentou.

Esta análise mereceu o apoio de vários socialistas no Facebook, um deles é a ex-secretária de Estado da Modernização Administrativa de Sócrates, Maria Manuel Leitão Marques. Contactada pelo Observador, a socialista disse concordar com as palavras de Santos Silva, mas não quis acrescentar mais nenhum comentário. Um outro ex-governante de Sócrates questiona em declarações ao Observador a “credibilidade” de Henrique Neto. “Desconfio logo dessas pessoas que dizem que vêm dos bons costumes”, afirmou.

O socrático José Lello também reagiu com veemência no Facebook: “Henrique Neto candidato à Presidência? O Beppe Grillo português! Como se vota contra, afirmativamente?…”

“É uma candidatura manifestamente extemporânea. Não me parece que tenha hipóteses de discutir as presidenciais nem vai colher o apoio do partido. O próprio fez questão de avançar sem procurar consultar o PS”, sublinha o deputado Filipe Neto Brandão. Sérgio Sousa Pinto, próximo de António Costa, fugiu ao assunto. “Não falo sobre isso”, limitou-se a responder ao Observador.

O ex-secretário de Estado do Comércio de Sócrates, Fernando Serrasqueiro, por seu lado, não acredita na concretização desta candidatura. “Acho que isto é uma manifestação de interesse para abrir espaço noticioso, um espaço onde ele gosta de se movimentar”, afirmou ao Observador, acrescentando ter dúvidas que a candidatura avance e consiga reunir assinaturas. De qualquer modo: “Nele não votarei independentemente de que sejam os outros candidatos. Não tem condições para ser um candidato para servir Portugal”.

Francisco Seixas da Costa, ex-secretário de Estado dos Assuntos Europeus num Governo, gostou do avanço de Henrique Neto, por considerar ter tido uma atitude “corajosa e nobre” e deseja-lhe “um valente combate”, embora deixe claro que não será apoiante desta candidatura.

“Com 78 anos, um passado digno de anti-fascista, “self-made man”, industrial, homem de palavra frontal, Henrique Neto não é um homem “fácil”. Tem ideias próprias, diz sempre o que pensa e di-lo com palavras fortes, às vezes ácidas. No seio do Partido Socialista, ao olhar para as últimas décadas, verifica-se que quase sempre foi uma figura incómoda, incontrolável, crítica”, escreveu no Facebook. “Deixo daqui um sincero abraço de simpatia pessoal a Henrique Neto, pessoa que me merece respeito, com quem tenho trocado impressões esparsas e francas, ao longo destes anos. Um respeito que é agora reforçado pela coragem que teve para entrar nesta aventura, a qual nem por ser impossível deixa de ser nobre. Estarei algures, mas só lhe posso desejar um valente combate”, acrescenta.

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