Jerónimo de Sousa: "Está nas mãos do PS impedir que o governo caia"

23-05-2020
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Líder dos comunistas avisa que se "o governo do PS enveredar por essa política de retrocesso, que se manifestou nos PEC e no pacto de agressão", o PCP não lhe dará a mão

O Partido Comunista Português (PCP) votará a favor do orçamento suplementar este ano e do Orçamento do Estado para 2021 se "for bom para o povo". Para o secretário-geral do PCP , "está nas mãos do Partido Socialista impedir que o governo caia".

E entrevista ao Diário de Notícias, Jerónimo de Sousa sublinha que "não há acordo escrito, e o PCP mantém-se nesta posição: no que for bom para o povo, para os trabalhadores, pode o PS estar convicto de que pode contar com o PCP. Naquilo que acharmos que é negativo, seja no plano nacional, seja no plano da UE, nós não acompanharemos".

Os documentos vão começar a ser apreciados em "junho ou julho", avança o líder dos comunistas, e "cada medida concreta, cada opção concreta, determinará a nossa posição de voto independentemente do destino do governo. Consideramos que essa não é a questão agora - a demissão do governo -, mas se o governo do PS enveredar por essa política de retrocesso, que se manifestou nos PEC e no pacto de agressão, nós não acompanharemos o Partido Socialista. Por uma questão de coerência".

Sobre a promessa do primeiro-ministro de que não haverá um regresso à austeridade, Jerónimo de Sousa diz que até agora não viu nenhum sinal de que assim será. "Quando se afirma que não haverá um regresso da austeridade, estamos a falar da valorização dos direitos e dos salários, de medidas de desenvolvimento do nosso aparelho produtivo, da criação de emprego. É esta a perspetiva que temos e que tivemos durante os últimos anos. Agora, resta ver a passagem das palavras aos atos e, por enquanto, não vemos nenhum sinal".

Para o secretário-geral dos PCP, "se há lição desta nova fase da vida política nacional, quando alguns consideravam que era a cortar salários, direitos e rendimentos que a economia se desenvolvia, é que ficou provado que era ao contrário. O que estes quatro anos demonstraram é que quanto mais valorizados forem os trabalhadores, o seu trabalho, os seus direitos, melhor para a nossa economia. A vida provou-o, não sou eu que estou a inventar".

Sobre o prolongamento do lay-off simplificado, medida que o governo criou para acelerar os processos e evitar despedimentos, e que termina em junho, Jerónimo de Sousa considera que "as micro, pequenas e médias empresas usaram, de facto, o lay-off, mas tenho uma grande dificuldade em compreender que cerca de 500 empresas que recorreram ao lay-off tendo tido lucros fabulosos queiram...". Para Jerónimo de Sousa, "não pode ser um processo que continue meses sem fim".

Questionado sobre se considerou as renovações do estado de emergência uma limitação dos direitos, liberdades e garantias dos portugueses, o líder do PCP disse "que houve aproveitamentos por parte de setores do patronato, que tendo em conta esse ambiente fizeram prevalecer a lei do mais forte, atirando trabalhadores para uma situação de dependência tremenda". E por isso o PCP considera "o estado de emergência como um exagero. O estado de emergência serviu, não para salvaguardar a saúde dos portugueses, mas para transformar a dificuldade numa oportunidade para muitos".

Líder dos comunistas avisa que se "o governo do PS enveredar por essa política de retrocesso, que se manifestou nos PEC e no pacto de agressão", o PCP não lhe dará a mão

O Partido Comunista Português (PCP) votará a favor do orçamento suplementar este ano e do Orçamento do Estado para 2021 se "for bom para o povo". Para o secretário-geral do PCP , "está nas mãos do Partido Socialista impedir que o governo caia".

E entrevista ao Diário de Notícias, Jerónimo de Sousa sublinha que "não há acordo escrito, e o PCP mantém-se nesta posição: no que for bom para o povo, para os trabalhadores, pode o PS estar convicto de que pode contar com o PCP. Naquilo que acharmos que é negativo, seja no plano nacional, seja no plano da UE, nós não acompanharemos".

Os documentos vão começar a ser apreciados em "junho ou julho", avança o líder dos comunistas, e "cada medida concreta, cada opção concreta, determinará a nossa posição de voto independentemente do destino do governo. Consideramos que essa não é a questão agora - a demissão do governo -, mas se o governo do PS enveredar por essa política de retrocesso, que se manifestou nos PEC e no pacto de agressão, nós não acompanharemos o Partido Socialista. Por uma questão de coerência".

Sobre a promessa do primeiro-ministro de que não haverá um regresso à austeridade, Jerónimo de Sousa diz que até agora não viu nenhum sinal de que assim será. "Quando se afirma que não haverá um regresso da austeridade, estamos a falar da valorização dos direitos e dos salários, de medidas de desenvolvimento do nosso aparelho produtivo, da criação de emprego. É esta a perspetiva que temos e que tivemos durante os últimos anos. Agora, resta ver a passagem das palavras aos atos e, por enquanto, não vemos nenhum sinal".

Para o secretário-geral dos PCP, "se há lição desta nova fase da vida política nacional, quando alguns consideravam que era a cortar salários, direitos e rendimentos que a economia se desenvolvia, é que ficou provado que era ao contrário. O que estes quatro anos demonstraram é que quanto mais valorizados forem os trabalhadores, o seu trabalho, os seus direitos, melhor para a nossa economia. A vida provou-o, não sou eu que estou a inventar".

Sobre o prolongamento do lay-off simplificado, medida que o governo criou para acelerar os processos e evitar despedimentos, e que termina em junho, Jerónimo de Sousa considera que "as micro, pequenas e médias empresas usaram, de facto, o lay-off, mas tenho uma grande dificuldade em compreender que cerca de 500 empresas que recorreram ao lay-off tendo tido lucros fabulosos queiram...". Para Jerónimo de Sousa, "não pode ser um processo que continue meses sem fim".

Questionado sobre se considerou as renovações do estado de emergência uma limitação dos direitos, liberdades e garantias dos portugueses, o líder do PCP disse "que houve aproveitamentos por parte de setores do patronato, que tendo em conta esse ambiente fizeram prevalecer a lei do mais forte, atirando trabalhadores para uma situação de dependência tremenda". E por isso o PCP considera "o estado de emergência como um exagero. O estado de emergência serviu, não para salvaguardar a saúde dos portugueses, mas para transformar a dificuldade numa oportunidade para muitos".

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