Jerónimo de Sousa no Vale do Ave

29-09-2020
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Jerónimo de Sousa visitou o Vale do Ave onde contactou com as populações de diversas localidades dos concelhos de Famalicão e Guimarães. No final da visita teve lugar um Comício em Guimarães, onde o Secretário-Geral do PCP alertou para a imposição de novos e maiores sacrifícios aos portugueses e criticou as propostas do Governo de alteração do Código de Trabalho. [Extractos]

Intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP

Comício em Guimarães

Três anos passados de Governo do PS e os grandes problemas nacionais e os problemas e as preocupações dos portugueses continuam por resolver. Três anos passados de governo do PS e em vez da prometida recuperação da economia e da criação de emprego é a crise económica e social que avança com efeitos devastadores na vida dos portugueses.

Estivemos hoje de manhã, a percorrer e em contacto com as populações do Vale do Ave e o que constatámos é que as promessas de solução dos seus problemas continuam adiados e alguns estão agora mais agravados.

O governo do PS e José Sócrates em vez de intervir para os resolver, ficou-se pela propaganda e a vender, de preferência na televisão, onde ocupa a larga maioria do tempo dos noticiários e do comentário político, um país que só existe nas suas cabeças.

Com este governo do PS e com esta política, no tempo que lhe resta, já não é um tempo para andar a frente e resolver os problemas, mas de encontrar desculpas para o que deviam ter feito e não fizeram.

É isso o que já ouvimos por aí, quando vem agora dizer que o governo precisa de mais tempo para concretizar os seus objectivos e as suas promessas, porque a situação internacional, é má.

Até aqui era o défice a justificação os sacrifícios, agora é a crise internacional a servir de pretexto para alijar responsabilidades. Quando era êxito era o governo, quando são dificuldades é dos outros.

Na verdade o PS de Sócrates, fez o que fizeram as politicas de direita dos governos anteriores, o próprio PS no passado, o PSD e CDS-PP com os seus governos, continuou a acumular e agravar os graves problemas estruturais, aqui no Vale do Ave e no Vale do Cavado, problemas que são verdadeiras bombas económicas e sociais ao retardador que atravessam todo o distrito de Braga.

O grave problema do desemprego.

O Vale do Ave e o Vale do Cavado têm cerca de 50 mil desempregados, dos quais 70% é desemprego de longa duração e um elevado nível de precariedade.

Se este é um grave problema do país, aqui pesa de forma dramática na vida de cada um e de todos, porque é vida colectiva das diversas comunidades desta região que se degrada.

A saída que este governo oferece é o retorno à emigração, que nestes últimos três anos, levou para a Galiza cerca de dez mil trabalhadores, a maioria com profissões de referência e com formação acima da média.

O grave problema dos baixos rendimentos da generalidade da sua população activa ou reformada, que tem aqui o segundo valor médio mais baixo do país, enquanto os mais de cem mil reformados têm uma pensão média de 316 euros.

Se esta é a média, facilmente se verificará quanto difícil se tornou a vida, para a grande maioria dos reformados e que se agravará com as novas fórmulas de cálculo.

Os baixos rendimentos e o desemprego que são ainda causa do alto grau de insucesso escolar e de abandono precoce da escola.

É por isso, que continuamos a colocar na ordem do dia a necessidade da revalorização dos salários e das pensões, particularmente agora face aos aumentos brutais dos preços dos bens alimentares, dos juros e dos combustíveis estão a degradar gravemente o poder de compra dos salários e reformas.

O custo de vida está a tornar-se insuportável para quem vive dos rendimentos do trabalho ou de uma reforma de uma vida de trabalho.

Nós pensamos que é preciso tomar medidas perante esta situação, repondo o poder de compra perdido e que o governo deve desde já dar o exemplo e tomar a iniciativa de um aumento intercalar das reformas e salários da função pública !

Por uma questão de justiça social, mas também pela necessidade de dinamização da própria economia.

Mas há outro grave problema.

A actual situação de muitas empresas, das muitas que vão falindo e das muitas outras que caminham para insolvência e o encerramento.

A resposta a esta realidade pelo governo do PS não foi o reforço do investimento público e das medidas específicas para atacar as causas da situação agravada que esta região enfrenta.

Foi exactamente o contrário. O que vimos foi uma política orçamental que penalizou o distrito de Braga.

O PIDDAC, ou seja o investimento público previsto no Orçamento de Estado desceu de 183 milhões de euros em 2005 para 62 milhões de euros no Orçamento de 2008, menos 66%.

Foi esta a resposta do governo do PS às acrescidas necessidades desta região flagelada pelos graves problemas do desemprego, da precariedade, da degradação dos seus sectores produtivos, pela regressão económica e social e que são das causas maiores do crescimento da pobreza e da exclusão social que atinge muita gente.

É por isso, camaradas, que não podemos abandonar as nossas propostas e a nossa luta por medidas urgentes para o distrito de Braga, particularmente para atalhar à situação de desastre social que só o governo não quer ver.

Propostas que temos levado à Assembleia da República e pela implementação das quais nos continuamos a bater.

Propostas visando uma rede de segurança social reforçada no apoio ao rendimento das famílias dos trabalhadores, particularmente às famílias atingidas pelo desemprego e com crianças em idade escolar.

Políticas que permitam reduzir a factura energética, de comunicações e transporte e adequar o financiamento bancário às necessidades da modernização da economia e da promoção do desenvolvimento, com o activo papel do banco de capitais públicos – a Caixa Geral de Depósitos.

E queremos perguntar se o governo está a acompanhar a situação de alguns grupos têxteis, como o grupo Zara/Indetex que estão a reduzir drasticamente as encomendas na região, enquanto aumentam as encomendas importadas. É evidente que esses grupos continuarão a fazer grandes lucros, enquanto as pequenas e médias empresas que trabalham para eles, estão já a viver uma situação muito difícil!

A defesa do mercado nacional, através da fiscalização e outras medidas, mas também políticas activas de apoio a novos projectos e investimentos visando a diversificação da economia regional, nomeadamente de outros sectores industriais.

Medidas que permitam agilizar a intervenção em antecipação dos instrumentos existentes no apoio às empresas em crise.

Dar prioridade na aplicação dos fundos comunitários para as pequenas empresas e ao pagamento, nos prazos definidos por lei, das dívidas do Estado.

O desenvolvimento de uma política acelerada de investimentos públicos em infra-estruturas e equipamentos que permitam responder às enormes carências existentes no sector do ensino, da saúde e de outros equipamentos que possam ser constituir factor acrescido de dinamização do investimento privado e de criação de emprego.

(….)

O que se passa com a subida dos combustíveis é um escândalo.

As petrolíferas por um lado e o governo, por outro especializaram-se em manobras de diversão para iludir e desviar as atenções do processo que leva à especulação sobre os preços dos combustíveis.

Anunciou-se ontem a descida de um cêntimo no preço da gasolina para dar ideia que os preços nas bombas, estão a acompanhar a baixa do peço do barril de petróleo de anteontem.

Entretanto, o governo vai escrevendo cartas para a Europa porque está preocupado com a especulação internacional, enquanto espera por um relatório da Alta Autoridade que devia estar pronto há semanas, para saber da especulação que anda por cá.

Uma vergonha! E é uma vergonha, porque é pressuposto que as Entidades Reguladoras e o governo acompanhem de perto a evolução dos respectivos sectores e mercados e é o que se vê.

Mas certamente não é por incompetência é porque é difícil de explicar porque é que os preços dos combustíveis em Portugal são muito superiores aos aumentos do barril do petróleo.

É difícil de explicar, porque é que, por exemplo a GALP, teve em 2007, um lucro extraordinário de 68,7 milhões de euros, num total de 777 milhões de euros de lucro e neste primeiro trimestre de 2008 só de resultados operacionais mais 37,8% do que no trimestre anterior.

É difícil de explicar porque é que a GALP, por exemplo, mas o mesmo acontece com as outras petrolíferas, passou em 2004 de 333 milhões de euros de lucro para os tais 777 milhões de euros em 2007, ou seja mais 133% nos lucros.

Não é só o problema dos impostos e toda a gente sabe que nós propusemos e continuamos a defender a imediata baixa do IVA em mais 1% é também o problema da especulação e de lucros abusivos.

Camaradas:

Porque é que os salários reais dos trabalhadores nestes dois últimos anos de governação de governo do PS têm que diminuir, como diminuíram, em média 1,5% sem contar com as artimanhas à volta do número do valor da inflação, porque com isso a quebra é maior, e no caso da GALP, os lucros da Iberdrola, dos Italianos da ENI e dos seus amigos da Amorim Energia, bem como os ordenados principescos dos seus gestores não podem ficar um bocadinho mais abaixo?

Porque é que tem ser sempre a crescer e com grandes alcavalas?

É preciso intervir nas margens de lucro abusivas, para que as nossa industria e os sectores produtivos possam respirar.

O mesmo problema que se coloca com a electricidade e a EDP, cujos lucros têm que crescer sempre à custa da penalização dos outros sectores produtivos e das famílias.

Mas enquanto a resposta demora, os problemas avolumam-se e hoje já não basta apenas por um freio nas actividades especulativas das petrolíferas, é preciso também responder a uma situação excepcional de alta dos preços, com medidas excepcionais que permitam impedir uma maior degradação dos nossos sectores produtivos, nomeadamente da agricultura, da pesca.

Nós questionámos o governo sobre esta matéria e consideramos que é urgente responder aos problemas agravados que o aumento dos combustíveis está a colocar à economia do país.

É preciso um reforço da ajuda para o gasóleo verde para a agricultura e para as pescas à semelhança da França ou da Espanha.

Tal como é preciso alargar a criação do gasóleo profissional, não apenas ao transporte colectivo de passageiros, mas às pequenas empresas de transportes de mercadorias e a taxistas.

Mas sem dúvida também que é preciso e urgente por um travão às abusivas margens de lucro das petrolíferas, para que o preço baixe.

Camaradas:

Este é também o momento de chamar à tenção para as responsabilidades políticas daqueles, como o PS, PSD e CDS-PP que promoveram não só a privatização das empresas dos sectores estratégicos nacionais, mas que impuseram também a liberalização do sector, abrindo as portas à especulação à custa do conjunto da economia nacional e dos portugueses.

Prometeram com a privatização e a liberalização menos custos dos serviços de energia, dos combustíveis, do crédito, mas o que acontece é exactamente o contrário, para o grande capital encher os bolsos à custa do país.

(...)

Jerónimo de Sousa visitou o Vale do Ave onde contactou com as populações de diversas localidades dos concelhos de Famalicão e Guimarães. No final da visita teve lugar um Comício em Guimarães, onde o Secretário-Geral do PCP alertou para a imposição de novos e maiores sacrifícios aos portugueses e criticou as propostas do Governo de alteração do Código de Trabalho. [Extractos]

Intervenção de Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP

Comício em Guimarães

Três anos passados de Governo do PS e os grandes problemas nacionais e os problemas e as preocupações dos portugueses continuam por resolver. Três anos passados de governo do PS e em vez da prometida recuperação da economia e da criação de emprego é a crise económica e social que avança com efeitos devastadores na vida dos portugueses.

Estivemos hoje de manhã, a percorrer e em contacto com as populações do Vale do Ave e o que constatámos é que as promessas de solução dos seus problemas continuam adiados e alguns estão agora mais agravados.

O governo do PS e José Sócrates em vez de intervir para os resolver, ficou-se pela propaganda e a vender, de preferência na televisão, onde ocupa a larga maioria do tempo dos noticiários e do comentário político, um país que só existe nas suas cabeças.

Com este governo do PS e com esta política, no tempo que lhe resta, já não é um tempo para andar a frente e resolver os problemas, mas de encontrar desculpas para o que deviam ter feito e não fizeram.

É isso o que já ouvimos por aí, quando vem agora dizer que o governo precisa de mais tempo para concretizar os seus objectivos e as suas promessas, porque a situação internacional, é má.

Até aqui era o défice a justificação os sacrifícios, agora é a crise internacional a servir de pretexto para alijar responsabilidades. Quando era êxito era o governo, quando são dificuldades é dos outros.

Na verdade o PS de Sócrates, fez o que fizeram as politicas de direita dos governos anteriores, o próprio PS no passado, o PSD e CDS-PP com os seus governos, continuou a acumular e agravar os graves problemas estruturais, aqui no Vale do Ave e no Vale do Cavado, problemas que são verdadeiras bombas económicas e sociais ao retardador que atravessam todo o distrito de Braga.

O grave problema do desemprego.

O Vale do Ave e o Vale do Cavado têm cerca de 50 mil desempregados, dos quais 70% é desemprego de longa duração e um elevado nível de precariedade.

Se este é um grave problema do país, aqui pesa de forma dramática na vida de cada um e de todos, porque é vida colectiva das diversas comunidades desta região que se degrada.

A saída que este governo oferece é o retorno à emigração, que nestes últimos três anos, levou para a Galiza cerca de dez mil trabalhadores, a maioria com profissões de referência e com formação acima da média.

O grave problema dos baixos rendimentos da generalidade da sua população activa ou reformada, que tem aqui o segundo valor médio mais baixo do país, enquanto os mais de cem mil reformados têm uma pensão média de 316 euros.

Se esta é a média, facilmente se verificará quanto difícil se tornou a vida, para a grande maioria dos reformados e que se agravará com as novas fórmulas de cálculo.

Os baixos rendimentos e o desemprego que são ainda causa do alto grau de insucesso escolar e de abandono precoce da escola.

É por isso, que continuamos a colocar na ordem do dia a necessidade da revalorização dos salários e das pensões, particularmente agora face aos aumentos brutais dos preços dos bens alimentares, dos juros e dos combustíveis estão a degradar gravemente o poder de compra dos salários e reformas.

O custo de vida está a tornar-se insuportável para quem vive dos rendimentos do trabalho ou de uma reforma de uma vida de trabalho.

Nós pensamos que é preciso tomar medidas perante esta situação, repondo o poder de compra perdido e que o governo deve desde já dar o exemplo e tomar a iniciativa de um aumento intercalar das reformas e salários da função pública !

Por uma questão de justiça social, mas também pela necessidade de dinamização da própria economia.

Mas há outro grave problema.

A actual situação de muitas empresas, das muitas que vão falindo e das muitas outras que caminham para insolvência e o encerramento.

A resposta a esta realidade pelo governo do PS não foi o reforço do investimento público e das medidas específicas para atacar as causas da situação agravada que esta região enfrenta.

Foi exactamente o contrário. O que vimos foi uma política orçamental que penalizou o distrito de Braga.

O PIDDAC, ou seja o investimento público previsto no Orçamento de Estado desceu de 183 milhões de euros em 2005 para 62 milhões de euros no Orçamento de 2008, menos 66%.

Foi esta a resposta do governo do PS às acrescidas necessidades desta região flagelada pelos graves problemas do desemprego, da precariedade, da degradação dos seus sectores produtivos, pela regressão económica e social e que são das causas maiores do crescimento da pobreza e da exclusão social que atinge muita gente.

É por isso, camaradas, que não podemos abandonar as nossas propostas e a nossa luta por medidas urgentes para o distrito de Braga, particularmente para atalhar à situação de desastre social que só o governo não quer ver.

Propostas que temos levado à Assembleia da República e pela implementação das quais nos continuamos a bater.

Propostas visando uma rede de segurança social reforçada no apoio ao rendimento das famílias dos trabalhadores, particularmente às famílias atingidas pelo desemprego e com crianças em idade escolar.

Políticas que permitam reduzir a factura energética, de comunicações e transporte e adequar o financiamento bancário às necessidades da modernização da economia e da promoção do desenvolvimento, com o activo papel do banco de capitais públicos – a Caixa Geral de Depósitos.

E queremos perguntar se o governo está a acompanhar a situação de alguns grupos têxteis, como o grupo Zara/Indetex que estão a reduzir drasticamente as encomendas na região, enquanto aumentam as encomendas importadas. É evidente que esses grupos continuarão a fazer grandes lucros, enquanto as pequenas e médias empresas que trabalham para eles, estão já a viver uma situação muito difícil!

A defesa do mercado nacional, através da fiscalização e outras medidas, mas também políticas activas de apoio a novos projectos e investimentos visando a diversificação da economia regional, nomeadamente de outros sectores industriais.

Medidas que permitam agilizar a intervenção em antecipação dos instrumentos existentes no apoio às empresas em crise.

Dar prioridade na aplicação dos fundos comunitários para as pequenas empresas e ao pagamento, nos prazos definidos por lei, das dívidas do Estado.

O desenvolvimento de uma política acelerada de investimentos públicos em infra-estruturas e equipamentos que permitam responder às enormes carências existentes no sector do ensino, da saúde e de outros equipamentos que possam ser constituir factor acrescido de dinamização do investimento privado e de criação de emprego.

(….)

O que se passa com a subida dos combustíveis é um escândalo.

As petrolíferas por um lado e o governo, por outro especializaram-se em manobras de diversão para iludir e desviar as atenções do processo que leva à especulação sobre os preços dos combustíveis.

Anunciou-se ontem a descida de um cêntimo no preço da gasolina para dar ideia que os preços nas bombas, estão a acompanhar a baixa do peço do barril de petróleo de anteontem.

Entretanto, o governo vai escrevendo cartas para a Europa porque está preocupado com a especulação internacional, enquanto espera por um relatório da Alta Autoridade que devia estar pronto há semanas, para saber da especulação que anda por cá.

Uma vergonha! E é uma vergonha, porque é pressuposto que as Entidades Reguladoras e o governo acompanhem de perto a evolução dos respectivos sectores e mercados e é o que se vê.

Mas certamente não é por incompetência é porque é difícil de explicar porque é que os preços dos combustíveis em Portugal são muito superiores aos aumentos do barril do petróleo.

É difícil de explicar, porque é que, por exemplo a GALP, teve em 2007, um lucro extraordinário de 68,7 milhões de euros, num total de 777 milhões de euros de lucro e neste primeiro trimestre de 2008 só de resultados operacionais mais 37,8% do que no trimestre anterior.

É difícil de explicar porque é que a GALP, por exemplo, mas o mesmo acontece com as outras petrolíferas, passou em 2004 de 333 milhões de euros de lucro para os tais 777 milhões de euros em 2007, ou seja mais 133% nos lucros.

Não é só o problema dos impostos e toda a gente sabe que nós propusemos e continuamos a defender a imediata baixa do IVA em mais 1% é também o problema da especulação e de lucros abusivos.

Camaradas:

Porque é que os salários reais dos trabalhadores nestes dois últimos anos de governação de governo do PS têm que diminuir, como diminuíram, em média 1,5% sem contar com as artimanhas à volta do número do valor da inflação, porque com isso a quebra é maior, e no caso da GALP, os lucros da Iberdrola, dos Italianos da ENI e dos seus amigos da Amorim Energia, bem como os ordenados principescos dos seus gestores não podem ficar um bocadinho mais abaixo?

Porque é que tem ser sempre a crescer e com grandes alcavalas?

É preciso intervir nas margens de lucro abusivas, para que as nossa industria e os sectores produtivos possam respirar.

O mesmo problema que se coloca com a electricidade e a EDP, cujos lucros têm que crescer sempre à custa da penalização dos outros sectores produtivos e das famílias.

Mas enquanto a resposta demora, os problemas avolumam-se e hoje já não basta apenas por um freio nas actividades especulativas das petrolíferas, é preciso também responder a uma situação excepcional de alta dos preços, com medidas excepcionais que permitam impedir uma maior degradação dos nossos sectores produtivos, nomeadamente da agricultura, da pesca.

Nós questionámos o governo sobre esta matéria e consideramos que é urgente responder aos problemas agravados que o aumento dos combustíveis está a colocar à economia do país.

É preciso um reforço da ajuda para o gasóleo verde para a agricultura e para as pescas à semelhança da França ou da Espanha.

Tal como é preciso alargar a criação do gasóleo profissional, não apenas ao transporte colectivo de passageiros, mas às pequenas empresas de transportes de mercadorias e a taxistas.

Mas sem dúvida também que é preciso e urgente por um travão às abusivas margens de lucro das petrolíferas, para que o preço baixe.

Camaradas:

Este é também o momento de chamar à tenção para as responsabilidades políticas daqueles, como o PS, PSD e CDS-PP que promoveram não só a privatização das empresas dos sectores estratégicos nacionais, mas que impuseram também a liberalização do sector, abrindo as portas à especulação à custa do conjunto da economia nacional e dos portugueses.

Prometeram com a privatização e a liberalização menos custos dos serviços de energia, dos combustíveis, do crédito, mas o que acontece é exactamente o contrário, para o grande capital encher os bolsos à custa do país.

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