Atenta Inquietude: FUTURO COM FILHOS. SERÁ SONHO?

26-01-2012
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Os dados do INE evidenciam a tendência que se tem vindo a instalar, contendo, de inédito, o crescimento natural negativo, ou seja, o número de nascimentos é inferior ao número de mortes, o que acontece pela primeira vez desde que existem registos. Este fenómeno, não é um exclusivo português, mas de parte significativa do mundo mais desenvolvido. Para além do que a excelente peça do Público refere, parece-me de sublinhar a relação entre esta situação e os modelos de desenvolvimento que temos “sofrido” de há décadas para cá, que se acentua com a hiper-competitividade das ideias mais extremistas do liberalismo económico.A tentativa de reequilibrar esta situação de envelhecimento, sem a dependência exclusiva da emigração e para além do óbvio conselho de Pedro Abrunhosa, “talvez f…”, remete, é minha convicção, para três grandes eixos. Em primeiro lugar, torna-se cada vez mais imprescindível e urgente que consigamos da forma mais generalizada possível alterar os modelos de organização do trabalho, introduzindo, por exemplo e quando possível, níveis de flexibilização na gestão das cargas horárias de forma a compatibilizar mais facilmente a vida familiar com a vida profissional. Em segundo lugar, parece-me necessário aprofundar e alterar as políticas de apoio e incentivo à natalidade. Provavelmente, mais importante que subsídios atribuídos durante os primeiros anos de vida para o segundo, terceiro filho, ou os “abonos de família” já institucionalizados seriam os benefícios fiscais devidamente aprofundados e presentes ao longo da vida. Finalmente, precisamos todos, com a maior das urgências, de reconstruir níveis de confiança e optimismo face ao futuro que, na sua falta, minam o potencial efeito de qualquer conjunto de medidas. Esta é a mudança mais difícil mas, simultaneamente, a mais importante e a que tem que nos envolver a todos e não apenas os jovens casais em início de vida familiar.


Os dados do INE evidenciam a tendência que se tem vindo a instalar, contendo, de inédito, o crescimento natural negativo, ou seja, o número de nascimentos é inferior ao número de mortes, o que acontece pela primeira vez desde que existem registos. Este fenómeno, não é um exclusivo português, mas de parte significativa do mundo mais desenvolvido. Para além do que a excelente peça do Público refere, parece-me de sublinhar a relação entre esta situação e os modelos de desenvolvimento que temos “sofrido” de há décadas para cá, que se acentua com a hiper-competitividade das ideias mais extremistas do liberalismo económico.A tentativa de reequilibrar esta situação de envelhecimento, sem a dependência exclusiva da emigração e para além do óbvio conselho de Pedro Abrunhosa, “talvez f…”, remete, é minha convicção, para três grandes eixos. Em primeiro lugar, torna-se cada vez mais imprescindível e urgente que consigamos da forma mais generalizada possível alterar os modelos de organização do trabalho, introduzindo, por exemplo e quando possível, níveis de flexibilização na gestão das cargas horárias de forma a compatibilizar mais facilmente a vida familiar com a vida profissional. Em segundo lugar, parece-me necessário aprofundar e alterar as políticas de apoio e incentivo à natalidade. Provavelmente, mais importante que subsídios atribuídos durante os primeiros anos de vida para o segundo, terceiro filho, ou os “abonos de família” já institucionalizados seriam os benefícios fiscais devidamente aprofundados e presentes ao longo da vida. Finalmente, precisamos todos, com a maior das urgências, de reconstruir níveis de confiança e optimismo face ao futuro que, na sua falta, minam o potencial efeito de qualquer conjunto de medidas. Esta é a mudança mais difícil mas, simultaneamente, a mais importante e a que tem que nos envolver a todos e não apenas os jovens casais em início de vida familiar.

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