O país do Burro: P de produtividade, P de pernas e P de patrão

24-01-2012
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A clínica espanhola San Rafael, em Cádis, Espanha, retirou um prémio de produtividade de 30 euros a dez recepcionistas e enfermeiras por não usarem a saia curta que faz parte do uniforme obrigatório, escreve o diário espanhol “El País” na sua edição online.As funcionárias sentem que a decisão, mais do que injusta do ponto de vista económico, vai contra a lei da igualdade. “Sentimo-nos objectos decorativos. Quando estamos a trabalhar não temos liberdade de movimentos e não nos podemos baixar para atender doentes que estão acamados. Temos que expor o nosso corpo para fazermos o nosso trabalho”, explicou Adela Sastre, presidente do comité da empresa.O gerente da clínica desafiou os trabalhadores a levarem o caso aos tribunais. A clínica pertence ao grupo Pascual que, para além da clínica em causa, tem ainda outras cinco. O público refere que só naquela houve trabalhadoras que se negaram a colocar tudo na montra, qual analgésico visual que, segundo a gerência, lhes aumentaria a produtividade. Seria de todo importante complementar a informação com esta outra, que consta na versão original do El País e que o nosso diário de referência não incluiu no texto que publicou:«"Creíamos ingenuamente que, al existir una ley de igualdad y ser ésta una empresa concertada, se nos iba a respetar", lamenta Adela Sastre. Cuenta también que ella es una de las pocas que se ha atrevido a abandonar la falda. "Hay otras que tampoco están de acuerdo, pero tienen miedo porque no son trabajadoras fijas. Las que nos hemos puesto los pantalones somos un grupo de empleadas que llevamos aquí más de 30 años. Las de otras clínicas no se atreven".»Os vínculos precários e a arbitrariedade da uma entidade patronal que, apesar de saber que não está a respeitar direitos elementares, sabe que tem o poder de despedir ou não renovar o contrato a quem se lhe atravesse no seu conceito amplo de produtividade e conta com o silêncio do medo para abusar quanto queira. Um tema a evitar, tanto por estarmos em vésperas de alterações anunciadas na legislação laboral em Portugal rumo a uma produtividade que até podem ser pernas, como também porque a omissão pode ser considerada como critério de produtividade pelo patrão Belmiro.


A clínica espanhola San Rafael, em Cádis, Espanha, retirou um prémio de produtividade de 30 euros a dez recepcionistas e enfermeiras por não usarem a saia curta que faz parte do uniforme obrigatório, escreve o diário espanhol “El País” na sua edição online.As funcionárias sentem que a decisão, mais do que injusta do ponto de vista económico, vai contra a lei da igualdade. “Sentimo-nos objectos decorativos. Quando estamos a trabalhar não temos liberdade de movimentos e não nos podemos baixar para atender doentes que estão acamados. Temos que expor o nosso corpo para fazermos o nosso trabalho”, explicou Adela Sastre, presidente do comité da empresa.O gerente da clínica desafiou os trabalhadores a levarem o caso aos tribunais. A clínica pertence ao grupo Pascual que, para além da clínica em causa, tem ainda outras cinco. O público refere que só naquela houve trabalhadoras que se negaram a colocar tudo na montra, qual analgésico visual que, segundo a gerência, lhes aumentaria a produtividade. Seria de todo importante complementar a informação com esta outra, que consta na versão original do El País e que o nosso diário de referência não incluiu no texto que publicou:«"Creíamos ingenuamente que, al existir una ley de igualdad y ser ésta una empresa concertada, se nos iba a respetar", lamenta Adela Sastre. Cuenta también que ella es una de las pocas que se ha atrevido a abandonar la falda. "Hay otras que tampoco están de acuerdo, pero tienen miedo porque no son trabajadoras fijas. Las que nos hemos puesto los pantalones somos un grupo de empleadas que llevamos aquí más de 30 años. Las de otras clínicas no se atreven".»Os vínculos precários e a arbitrariedade da uma entidade patronal que, apesar de saber que não está a respeitar direitos elementares, sabe que tem o poder de despedir ou não renovar o contrato a quem se lhe atravesse no seu conceito amplo de produtividade e conta com o silêncio do medo para abusar quanto queira. Um tema a evitar, tanto por estarmos em vésperas de alterações anunciadas na legislação laboral em Portugal rumo a uma produtividade que até podem ser pernas, como também porque a omissão pode ser considerada como critério de produtividade pelo patrão Belmiro.

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